John Casper Branner – Wikipédia, a enciclopédia livre

John Casper Branner Academia Brasileira de Letras
John Casper Branner
Nascimento 4 de julho de 1850
New Market
Morte 1 de março de 1922 (71 anos)
Residência Estados Unidos
Cidadania Estados Unidos
Alma mater
Ocupação botânico, geólogo, professor universitário
Prêmios
  • Hayden Memorial Geological Award (1911)
Empregador(a) Universidade de Indiana

John Casper Branner (18501922) foi um geólogo estadunidense, especialista em geologia brasileira.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Como especialista em geologia brasileira, foi um colaborador assíduo da comunidade científica do Brasil.[1] [2]

Enquanto esteve em Stanford, dirigiu a expedição Louis Agassiz-Branner ao Brasil em 1899[3] e uma segunda expedição semelhante em 1907-1908.[1] Publicou uma gramática da língua portuguesa, baseada em seu trabalho no Brasil, que teve várias edições.[4]

Formado a partir de uma metodologia científica rigorosa, inclusive recebendo treinamento de Loius Agassiz (1807-1873) quando estudante em Cornell, ele era comprometido com a pesquisa de campo descritiva e com afirmações sustentadas a partir de ampla base empírica. Aos poucos incorporou os elementos explicativos da seleção natural, dentre outras indicações metodológicas sugeridas por Darwin sobre a explicação evolutiva geral da geologia nos trópicos, principalmente ao questionar a glaciação como definidora da formação granítica do Brasil e aceitando os agentes físico-químicos como os responsáveis pela erosão destas rochas. Seu interesse na formação geológica do litoral brasileiro, principalmente na formação dos recifes, também decorre da leitura de Darwin.[5]

Em 1911, Branner liderou uma expedição ao Brasil chamada de Stanford Expedition to Brazilpara tratar especificamente de uma problemática evolutiva, que procurava evidências do lugar que ocuparia o isolamento geográfico no processo de seleção natural. Visitaram Belém, Fortaleza, Natal, onde fizeram coletas no litoral, em vilas de pescadores nas proximidades destas cidades. Uma parte do grupo também visitou Manaus e subiram o rio Madeira até a Bolívia, realizando trabalho de campo na área onde era construída a Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Outra parte do grupo se deslocou para a Chapada Diamantina na Bahia, encerrando a viagem no Rio de Janeiro. Os principais resultados da expedição foram as publicações zoológicas em várias revistas científicas identificando novas espécies, subespécies e gêneros de moluscos, peixes, crustáceos, insetos, abelhas, répteis e anfíbios. Esta expedição de 1911 ao Brasil lidava com inúmeras questões teóricas e metodológicas da biologia, período este chamado por de “interface do darwinismo”[2]

Ele serviu também em comissões do governo dos Estados Unidos estudando o Canal do Panamá e o terremoto de 1906 em São Francisco. [4]

Como muitos outros cientistas de sua geração, Branner foi impactado pela crescente adesão ao trabalho de Charles Darwin nas ciências naturais.[2]

Foi presidente da Sociedade Geológica dos Estados Unidos em 1904.[6][7] Foi presidente da Seismological Society of America em 1911.

Uma variedade extinta de caranguejo marinho Cancer branneri, recebeu seu nome em 1926.[8]

Referências

  1. a b Vultos da Geografia do Brasil - Coletânea das ilustrações publicadas na Revista Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 1942. p. 29-30. 47 páginas 
  2. a b c OLIVEIRA, Almir Leal de. «A trajetória científica de John Casper Branner no Brasil e a questão do isolamento como fator auxiliar da seleção natural». São Paulo: Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC) 
  3. «BRANNER, Prof. John Casper». Who's Who. 59. 1907. p. 206–207 
  4. a b Memorial Resolution: John Casper Branner, 1850-1922 Arquivado em 2010-07-07 no Wayback Machine, Stanford University Academic Council, 7 de abril de 1922
  5. OLIVEIRA, Almir Leal de (2014). O litoral do Nordeste como objeto científico darwinista: as prospecções de John Casper Branner (1899-1911). 21. Rio de Janeiro: Revista História, Ciência e Saúde (HCS) – Manguinhos. p. 931-949 
  6. Fairchild, Herman LeRoy, 1932, The Geololgical Society of America 1888-1930, a Chapter in Earth Science History: New York, The Geological Society of America, 232 p.
  7. Eckel, Edwin, 1982, GSA Memoir 155, The Geological Society of America — Life History of a Learned Society: Boulder, Colorado, Geological Society of America Memoir 155, 168 p., ISBN 0-8137-1155-X.
  8. Rathbun, Mary J. (1926). «The fossil stalk-eyed crustacea of the Pacific slope of North America» (PDF). United States National Museum Bulletin. 138. pp. 63–64. Consultado em 2 de janeiro de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Conde de Monsaraz
Sócio correspondente da ABL - cadeira 13
1913 — 1922
Sucedido por
Georges Dumas