José Carlos Avellar – Wikipédia, a enciclopédia livre

José Carlos Avellar
Nascimento 15 de dezembro de 1936
Rio de Janeiro
Morte 18 de março de 2016
Rio de Janeiro
Cidadania Brasil
Ocupação crítico de cinema, jornalista
Causa da morte linfoma

José Carlos Avellar (Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1936Rio de Janeiro, 18 de março de 2016) foi um crítico e gestor público de cinema brasileiro.[1]

Crítico e ensaísta[editar | editar código-fonte]

Jornalista de formação, Avellar trabalhou por mais de vinte anos como crítico de cinema do Jornal do Brasil e foi integrante do conselho editorial da revista Cinemais e da publicação virtual El ojo que piensa, da Universidade de Guadalajara (México). Atuou como consultor dos festivais internacionais de cinema de Berlim (desde 1980), de San Sebastián (desde 1993) e de Montreal (desde 1995). De 2006 a 2011 foi curador (com Sérgio Sanz) do Festival de Gramado.

Publicou seis livros de ensaios sobre cinema, e foi co-autor de dezenas de trabalhos sobre o cinema brasileiro e latino-americano – entre eles "Le Cinéma Brésilien" (Centre Pompidou, Paris) e "Hojas de Cine" (Universidad Autonoma Metropolitana, México). Teve ainda inúmeros ensaios publicados em catálogos de festivais de cinema como o de Manheim, Locarno e Valladolid. Organizou a edição de "O Processo do CInema Novo", de Alex Viany e a edição brasileira das duas principais obras de Sergei Eisenstein, "A Forma do Filme" e "O Sentido do Filme", publicados pela Editora Zahar.

Gestor público e professor[editar | editar código-fonte]

Não satisfeito com seu papel de critico e ensaísta, Avellar dedicou grande parte de sua vida, como gestor, à administração cultural do cinema brasileiro.

Na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, foi vice-diretor em dois períodos (1969 e 1985) e diretor de 1991 a 1992. Foi diretor da Área Cultural da Embrafilme (1985-1987) e diretor-presidente da RioFilme (1994-2000). Presidiu o Conselho do Programa Petrobrás Cinema de 2001 a 2009.

Na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, Avellar foi curador do Cineclube, editor dos Cadernos da ECDR e ainda fez parte da coordenação dos Cursos Regulares, onde lecionou Linguagem Audiovisual e História do Cinema Brasileiro.

Foi vice-presidente da Fipresci, Associação Internacional de Críticos de Cinema (1986-1995) e secretário da mesma entidade para a América Latina. Participou de júris oficiais e de júris da crítica em vários festivais internacionais, inclusive em Cannes e Veneza.

Por suas atividades cinematográficas, recebeu em dezembro de 2006 a condecoração de Chevalier des Arts et Lettres, conferida pelo governo francês, através do Cônsul Geral da França no Rio de Janeiro.[2]

Cineasta[editar | editar código-fonte]

Nos anos 1960 e 1970, José Carlos Avellar também exerceu várias funções como cineasta. Estreou na direção com o curta "Treiler" (4 min, 1965) e co-dirigiu dois filmes coletivos: "Destruição Cerebral" (25 min, 1977), com Nick Zarvos e Joatan Vilela; e "Viver é uma festa" (14 min, 1972) com Tereza Jorge, Isso Milan, Manfredo Caldas e Alvaro Freire.

Foi diretor de fotografia do média-metragem "Manhã Cinzenta" (1969) de Olney São Paulo e do longa-metragem "Triste Trópico" (1974), de Arthur Omar. Produziu o documentário "Passe Livre" (1974), de Oswaldo Caldeira, e montou "Iaô" (1976), de Geraldo Sarno.

Morte[editar | editar código-fonte]

Avellar morreu em decorrência de complicações de um linfoma, em 18 de março de 2016 após ser internado em 9 de fevereiro no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital São Lucas, Rio de Janeiro.[3]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Livros publicados
  • 2007: "O Chão da Palavra: Cinema e Literatura no Brasil" (editora Rocco, Rio de Janeiro)
  • 2002: "Glauber Rocha" (editorial Cátedra, Madrid)
  • 1995: "A ponte clandestina – teorias de cinema na América Latina" (editora 34, São Paulo)
  • 1995: "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (editora Rocco, Rio de Janeiro)
  • 1986: "O Cinema Dilacerado" (editora Alhambra, Rio de Janeiro)
  • 1982: "Imagem e ação, imagem e som, imaginação" (editora Paz e Terra, São Paulo)
Organização de volumes
  • 2007: "O Que o Cinema Vê, o que Vemos no Cinema" (ed. Aeroplano, Rio de Janeiro, co-org. Sérgio Sanz)
  • 1999: "O Processo do Cinema Novo", de Alex Viany (ed. Aeroplano, Rio de Janeiro)
  • 1990: "A forma do filme" e "O sentido do filme", de Sergei Eisenstein (Editora Jorge Zahar, Rio de Janeiro)
Artigos em obras coletivas
  • 2008: "Hacer cine - producción audiovisual en América Latina" (org. Eduardo Russo, ed. Paidós, Buenos Aires)
  • 2007: "Toda a vida mais cem anos" em "Ecos do cinema – de Lumière ao digital" (org. Ivana Bentes, ed. da UFRJ, Rio de Janeiro)
  • 2006: "O paraíso do espectador" (e mais 4 textos) em "Cinema Político Italiano - Anos 60 e 70" (org. Alvaro Machado, editora Cosac e Naify, São Paulo)
  • 2005: "Os Anos 70, ainda sob a Tempestade" (org. Adauto Novaes, Editora Europa, Rio de Janeiro)
  • 2004: "Mujeres y cine en América Latina" (org. Patricia Tores San Martín, Universidad de Guadalajara)
  • 2003: "Alle radici del cinema brasiliano" (org. Gian Luigi De Rosa, Università degli Studi di Salerno)
  • 2003: "Cine Documental en América Latina" (org. Paulo Paranaguá, Editora Cátedra, Madrid)
  • 2003: "The Cinema of Latin America" (org. Alberto Elena e Marina Díaz López, Wallflower Press, Londres)
  • 2002: "Julio Bressane" (org. Simona Fina e Roberto Turigliatto, edição do Torino Film Festival, Turim)
  • 2001: "Brasilien in lateinamerikanischen Kontext" (org. Walter Bruno Berg, Max Niemeyer Verlag, Tübingen, Alemanha)
  • 1998: "Cinema Novo and Beyond" (The Museum of Modern Art, Nova York)
  • 1997: "Framing Latin American Cinema" (org. Ann Marie Stock, Minnesota Press, EUA)
  • 1996: "O cinema no século" (org. Ismail Xavier, Editora Imago, Rio de Janeiro)
  • 1995: "El documental como creación" (org. Teresa Toledo, Filmoteca de la Generalitat Valenciana, Valencia)
  • 1995: "Prima e dopo la rivoluzione, dal Cinema Novo al Cinema Marginal" (org. Marco Giusti e Marco Melani, editora Lindau e Festival Internazionale Cinema Giovani, Turim)
  • 1992: "A la decouverte de l'Amerique Latine" (org. Paulo Paranaguá, Cinema du Réel, Centre Georges Pompidou, Paris)
  • 1988: "Latin American Vision" (org. Patricia Aufderheide, International House of Philadelphia, USA)
  • 1987: "Le Cinéma Brésilien" (org. Paulo Pranaguá, Centre Georges Pompidou)
  • 1986: "O bestiário de Chris Marker" (org. Robert Grélier, edição Livros Horizonte, Portugal)
  • 1980: "Anos 70: Cinema" (ed. Europa; com Jean-Claude Bernardet e Ronald Monteiro)

Referências

  1. Morre José Carlos Avellar, crítico e pensador do cinema brasileiro O Globo - acessado em 18 de março de 2016
  2. «Ibav: Escola de Cinema Darcy Ribeiro: Notícias». www.escoladarcyribeiro.org.br. Consultado em 9 de junho de 2008. Arquivado do original em 5 de julho de 2007 
  3. «Jornalista e crítico de cinema José Carlos Avellar morre no Rio aos 79 anos». Uol. Consultado em 30 de março de 2016 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]