Judalas – Wikipédia, a enciclopédia livre

Judalas ou gudalas foram uma pequena tribo berbere pertencente ao grande grupo étnico dos sanhajas do deserto.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Os judalas eram uma pequena tribo dos sanhajas. Viveram na porção sul da atual Mauritânia ao norte do Senegal e em contato com o oceano Atlântico. Ao sul de seu território avizinhavam a terra dos negros e ao norte, no Adrar mauritano, viveram seus parentes lantunas e massufas. Como os demais sanhajas, eram essencialmente nômades condutores de camelos, e possuíam rápidos dromedários. Porém, possuíam uma cidade, Nagira, numa distância de aproximados 6 estádios do rio Senegal e que talvez é a atual Tagante. Junto a costa do Atlântico coletavam grandes quantidade de âmbar cinza e capturaram enormes tartarugas marinhas para se alimentar. Lá também possuíam, na ilha de Aulil, não muito longe do continente, um famoso depósito de sal; como o geógrafo Dreses situa-a a 1 majra (aproximados 150 quilômetros) da foz do Senegal, não pode ter sido, apesar de assim sugerido, as ilhas de Arguim e Tidra, mas talvez Inuolalane, entre Nuaquechote e Saint-Louis.[1]

História[editar | editar código-fonte]

No começo do século XI, a supremacia sobre os sanhajas do deserto foi mantida pelos chefes dos lantunas. Próximo a 1034, foi o chefe judala Iáia ibne Ibraim que deteve tal posição. Ao retornar de uma peregrinação para Meca (haje), trouxo consigo de Suz, para converter os sanhajas ao islamismo, o famoso Abedalá ibne Iacine, que inaugurou o movimento almorávida. Após a morte de Iáia ibne Ibraim, a supremacia retornou aos lantunas, na pessoa de Iáia ibne Omar e então para seu irmão Abu Becre. Desde então os judalas não mais fizeram causa comum com o movimento almorávida, no qual os lantunas e massufas tomaram parte. Após a expedição contra Sijilmassa, retiraram-se de seu território no Saara, onde lutaram às vezes com os negros, às vezes com aqueles entre os lantunas que permaneceram ali. Na segunda metade do século XIV, ibne Caldune situou-os imediatamente ao sul de Saguia Alhamra, em contato com os nômades árabes daus-haçanes do grupo dos maquis. Depois, os judalas avançaram em direção ao sul e ocuparam a atual Mauritânia, mas desaparecem da história nesse ponto. Seu nome aparece hoje apenas em frações muito pequenas de gdalas no norte, em Tiris Zemur, e bracnas no sul.[2]

Referências

  1. Colin 1991, p. 71.
  2. Colin 1991, p. 71-72.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Colin, G. S. (1991). «Gubala». The Encyclopedia of Islam, New Edition, Volume II: C–G. Leida e Nova Iorque: BRILL. ISBN 90-04-07026-5