Kasutera – Wikipédia, a enciclopédia livre

Kasutera ou castella de Nagasaki

O castella ou kasutera (カステラ?) é um bolo japonês feito à base de açúcar, farinha, ovos e xarope de milho, muito apreciado em festividades e como comida de rua. De origem na gastronomia portuguesa, é semelhante ao pão-de-ló de Portugal, e é hoje uma especialidade tradicional de Nagasaki.[1]

O bolo foi trazido inicialmente por mercadores portugueses no século XVI. O seu nome procederá da língua portuguesa pão de Castela, existindo tipos parecidos de bolos chamados de forma similar, como o francês pain d'Espagne, o italiano pan di Spagna e o grego pantespani, sendo que o reino de Castela abarcava o centro de Espanha. Outra teoria refere que o nome pode ter origem no facto de o bolo ser preparado com claras batidas "em castelo".

O castella vende-se geralmente em caixas grandes, com cada bolo com aproximadamente 27 cm de largura. O seu parente mais próximo é o referido Pão-de-ló português.

História[editar | editar código-fonte]

Posto de venda de castella num festival em Hakone, Kanagawa.
Porção individual de castella.

Em 1543, durante as Descobertas, mais exactamente por causa dos "descobrimentos portugueses", foram estes os primeiros europeus a aportar no Japão. Pouco depois iniciaram as suas actividades comerciais e missionárias.

E Nagasaki foi o porto de mar japonês em que mais se desenvolveram essas trocas comerciais e de saber. Os portugueses introduziram aí muitos artigos até então desconhecidos: mosquetes, botões, sabão, tabaco, abóboras e doces,[2] como os confeitos e este castella.

Era um artigo gastronómico que se podia conservar durante bastante tempo, o que era útil aos marinheiros que permaneciam meses no mar.

Na era Edo, devido em parte ao preço elevado do açúcar no Japão, era um luxo. Quando o embaixador do Imperador do Japão era convidado, o shogunato Tokugawa obsequiava-o com o castella.[3]

Castelo taiwanês[editar | editar código-fonte]

Castella foi introduzido pela primeira vez em Taiwan durante a era de Taiwan sob o domínio japonês. Em 1968, Ye Yongqing, proprietário de uma padaria japonesa em Taipei chamada Nanbanto, fez parceria com a empresa japonesa Nagasaki Honpu para estabelecer um negócio de castella.[4]

A castella de estilo taiwanês é geralmente mais parecida com um suflê do que a variedade japonesa com um centro semelhante a um creme. Uma especialidade de Tamsui é um simples bolo castela em forma de almofada.[5] O castella de estilo taiwanês foi introduzido no Japão.[6]

Com os anos a receita foi aperfeiçoada, com o sabor adaptado aos paladares taiwanês. O castella tradicional é confeccionado com ingredientes naturais, com o sabor simples favorito de muitos japoneses. Há contudo muitas variedades com ingredientes: polvilhado com chá verde, com açúcar mascavado ou mel. Por vezes é moldado em formas variadas, e em porções individuais, muito populares nas festas.

Referências

  1. Geoffrey C. Gunn, "First Globalization: The Eurasian Exchange, 1500-1800", Rowman & Littlefield Publishers, 2003, ISBN 9780742526624
  2. Mikiso Hane, Louis G. Perez, "Modern Japan: A Historical Survey", ISBN 9780813344096
  3. «Historia del castella (japonés)». Arquivado do original em 22 de junho de 2008 
  4. Official site of Nanbanto. [S.l.: s.n.] 2018 
  5. Yang, Sophia (19 de dezembro de 2019). «Taiwan's Castella named next darling in Japan». www.taiwannews.com.tw. Taiwan News. Consultado em 15 de novembro de 2020 
  6. St. Michel, Patrick (7 de novembro de 2020). «Harajuku's latest dessert trend? Taiwanese castella cake.». www.japantimes.co.jp. Japan Times. Consultado em 7 de novembro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]