Língua hadza – Wikipédia, a enciclopédia livre

Hadza (Hazane)
Falado(a) em: Tanzânia
Região: Singida, a sudeste do Lago Eyasi, campos ao sul e noroeste; região Manyara, distritos de Iramba e Mbulu; rgião e Shinyanga, distrito de Masawa.
Total de falantes: ~1 mil (de 1.250 dos Hasza (Hazabee)
Família: língua isolada
 Hadza (Hazane)
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---
ISO 639-3: hts

Notas[editar | editar código-fonte]

Hadza é uma língua isolada falada por cerca de mil pessoas que vivem às margens do Lago Eyasi em Tanzânia, a noroeste dos sandawe, a sudoeste do Lago Vitória nas áreas dos Singida, Aruxa e Xinianga.

Falantes[editar | editar código-fonte]

Os hadzas são parcialmente caçadores coletores, apesar dos esforços feitos para assentá-los. Mesmo com pouquíssimos falantes, o uso da língua é bem forte, as crianças ainda aprendem hadza. Porém, com a recente erradicação das moscas “tsetse”, as terras onde viviam os hadzas vêm sendo gradativamente ocupadas por criadores de gado, queima de madeira para carvão, caçadores esportivos e fazendeiros, que faz com que os hadzas venha perdendo sua terra, florestas, água e comida.

Características[editar | editar código-fonte]

É uma das três únicas línguas na África Oriental com consoantes de cliques. Apesar do pequeno número de falantes, o uso da língua é vigoroso, com a maioria das crianças aprendendo, mas a UNESCO classifica a língua como vulnerável à extinção.[1]

Hadza sempre tem sido classificada como pertencente ao grupo das línguas coissãs, junto com sua vizinha língua sandawe pelo fato das duas línguas apresentarem cliques nas consoantes. Porém, o hadza apresenta muito poucos cognatos tanto com sandawe, como com as diversas línguas coissãs e os poucos verificados são duvidosos. As ligações com sandawe, por exemplo, parecem ser apenas de palavras vindas do cuchítico e as ligações com as demais línguas da África Meridional são poucas e de fraca significância.Ex.; o uso de sílabas comuns do tipo C+V, o que pode ser uma simples coincidência e outros cognatos espúrios, vindos talvez da língua “oropom”.

Outros nomes[editar | editar código-fonte]

Hatsa, Hadzapi, Hadzabi, Kindiga, Tindiga, Wakindiga, Kangeju; Um desses nomes,'Tindiga', vem da língua sauíle watindiga 'gente do capim do pântano' (da grande nascente em Mangola) e kitindiga (língua do mesmo). 'Kindiga' é aparentemente uma forma do mesmo de uma das línguas Bantas locais, presumivelmente do Isanzu. 'Kangeju' (pronuncia-se 'Kangeyu) é um nome alemão obsoleto de origem obscura. 'Wahi' (pronuncia-se 'Vahi) é a grafia alemã do nome do Sukuma para os Hadza a oeste do lago, ou talvez um clã Sukuma que traça sua ascendência até os Hadza.

Hadza e origens da linguagem[editar | editar código-fonte]

Em 2003 a imprensa mundial veiculou teorias de Alec Knight e Joanna Mountain da Universidade de Stanford no sentido de que as linguagens humanas mais primitivas apresentavam cliques. As evidências seriam genéticas: as Línguas “Ju/’hoan” e “Hadza” tem uma “DNA mitocondrial” mais divergente dentre todas as línguas humanas, o que colocaria esses dois idiomas entre os mais antigos e mais primitivos, cujos falantes teriam dado origem a todas as famílias lingüísticas. Assim, as três primeiras divisões das línguas humanas seriam Hadzabe, Juǀʼhoansi e derivadas, e, então todas as demais. Desse modo, se dois desses grupos têm cliques nos seus idiomas, o terceiro grupo e o ancestral único (portanto, todas as línguas do mundo) também teriam “nascido” com cliques;

Porém essas teorias tiverem seus opositores por certas razões:

  • Ambas línguas parecem ter se mantido intactas desde os primórdios da humanidade, sem desvios significativos.
  • Nenhuma das duas adquiriu cliques de outras por Sprachbund, como ocorreu com o xosa e com o sesotho;
  • Nenhum dos ancestrais dos juǀʼhoansi ou dos hadzabe desenvolveram cliques de forma independente.

O próprio Alec Knight sugeriu certas vantagens para os cliques da linguagem. Quando caçando, os juǀʼhoansi informavam não usar sua linguagem do dia a dia, pois isso poderia espantar as presas. Nas caçadas se comunicavam por gestos e pelos cliques. Os hadzabe são, porém, caçadores geralmente solitários, o que contrariaria o uso dos cliques. Se Knight estivesse correto e os cliques provessem vantagens aos caçadores das savanas, seria insustentável acreditar que somente eles, os juǀʼhoansi e os hadzabe, usassem essa comunicação nessas regiões. Como, ao longo de dezenas de milhares de anos, os cliques não teriam se espalhado por áreas bem maiores. Porém, os hadza têm a maioria da aplicação dos cliques no seu vocabulário ligado às atividades de caça e nomes de animais.

Fonologia[editar | editar código-fonte]

Tons[editar | editar código-fonte]

Não se sabe ao certo se hadza apresenta ou não “tons” léxicos. Pode haver um sistema de tonicidade, mas esses detalhes ainda requerem mais estudos.

Vogais[editar | editar código-fonte]

Hadza tem as cinco vogais [i e a o u]. Podem ocorrer vogais longas como [ɦ] no caso de [kʰaɦa] ou [kʰaː] para “pular” sobre uma vogal “nasal”, embora isso seja pouco comum. As vogais podem ser nasalizadas diante de cliques nasais fracos.

Consoantes[editar | editar código-fonte]

Labial Dental / Alveolar Palatal /
Palato-Alveolar
Velar Glotal
Central sibilante Central plena Lateral Central sibilante Lateral Plena Labialização
Clique Aspirada kǀʰ kǃʰ kǁʰ
Tênue
Nasal ŋǀ ŋǃ ŋǁ
muda (fraca) glotalizada nasal (ŋ̊ʘʔ) ŋ̊ǀʔ ŋ̊ǃʔ ŋ̊ǁʔ
Plosiva
and
Africativa
Aspirada tsʰ tʃʰ cʎ̥ʰ kʷʰ
Tênue p ts t cʎ̥ k ʔ
Forte vocal b dz d ɡ ɡʷ
Ejetiva (pʼ) tsʼ tʃʼ cʎ̥ʼ kxʼ kxʷʼ
Aspirada pre-nasalizada m ntsʰ n ŋ
Vocal prenasalizada mb ndz nd ɲ ŋɡ ŋɡʷ
Nasal m n ɲ ŋ ŋʷ
Fricativa f s ɬ ʃ
Aproximante ɾ ~ l j w ɦ

Nota: a labial ejetiva /pʼ/ é encontrada em pouquíssimas palavras. A clique labial /ŋ̊ʘʔ/ existe numa única palavra e se alterna com /ŋ̊ǀʔ/. A lateral /l/ aparece como a flap [ɾ] quase sempre entre vogais.

Gramática[editar | editar código-fonte]

Hadza é uma língua com marcação de núcleo (gramática) em ambas as orações e frases nominais. Ordem das palavras é flexível; a ordem constituinte padrão é VSO, embora VOS e fronting para SVO sejam muito comuns. A ordem do determinante, substantivo e atributivo também varia, embora com consequências morfológicas. Há concordância de número e gênero em ambos os atributivos (para substantivos principais) e verbos (para sujeitos).

Uma língua é head-marking se as marcas gramaticais que mostram concordância entre as diferentes palavras de uma frase tendem a ser colocadas nas cabeças (ou núcleos) das frases, e não nos modificadores ou dependentes.:

A reduplicação da sílaba inicial de uma palavra, geralmente com acento tônico e vogal longa, é usada para indicar 'apenas' (significando 'meramente' ou 'somente') e é bastante comum. Ocorre tanto em substantivos quanto em verbos, e a reduplicação pode ser usada para enfatizar outras coisas, como o sufixo habitual -he- ou o infixo pluracional kV.

Substantivos e pronomes[editar | editar código-fonte]

Os substantivos têm gênero gramatical (masculino e feminino) e número (singular e plural). Eles são marcados por sufixos da seguinte forma:

sg. pl
m -bii
f -ko -bee

O plural feminino é usado para gênero natural misto, como em Hazabee 'o Hadza'. Para muitos animais, o singular gramatical é transnumérico, como em inglês: dongoko 'zebra' (um ou um grupo). O plural masculino pode desencadear harmonia vocálica: dongobee 'zebras' (um número individualizado), dungubii 'zebra bucks'. Um par de termos de parentesco e o sufixo diminuto -nakwe levam -te no m.sg., que de outra forma não é marcado.

Gênero é usado metaforicamente, com palavras normalmente femininas tornadas masculinas se forem notavelmente finas, e palavras normalmente masculinas feitas femininas se forem notavelmente redondas. O gênero também distingue coisas como videiras (m) e seus tubérculos (f), ou árvores frutíferas (f) e suas bagas (m). Substantivos de massa tendem a ser gramaticalmente plurais, como atibii 'água' (cf. ati 'chuva', atiko 'uma nascente').

Os nomes relacionados com animais mortos não seguem esse padrão. Chamar a atenção para uma zebra morta, por exemplo, usa a forma hantayii (masculino hantayee, plural (raro) hantayetee e hantayitchii). Isso ocorre porque essas formas não são substantivos, mas verbos imperativos; a morfologia é mais clara no plural imperativo, quando se dirige a mais de uma pessoa: hantatate, hantâte, hantayetate, hantayitchate (substitua -si por -te final quando se dirige apenas a homens; veja abaixo para os sufixos de objeto verbal -ta-, -a-, -eta-, -itcha-).

Verbo de ligação[editar | editar código-fonte]

As formas dos substantivos -pe e -pi frequentemente vistas na literatura antropológica (na verdade -phee e -phii) são de ligação: dongophee 'eles são zebras'. Os sufixos copulares distinguem o gênero em todas as pessoas, bem como clusividade na 1ª pessoa. Eles são:

m.sg. f.sg. f.pl. m.pl
1.ex -nee -neko -'ophee -'uphii
1.in -bebee -bibii
2 -tee -teko -tetee -titii
3 -a -ako -phee -phii

Formas com vogais altas (i, u) tendem a elevar as vogais médias precedentes para altas, assim como -bii. A cópula 3.sg tende a soar como um -ya(ko) ou -wa(ko) depois de vogais altas e muitas vezes médias: /oa, ea/[owa, eja], e transcrições com w e y são comuns na literatura.

Pronomes[editar | editar código-fonte]

Os pronomes pessoais e demonstrativos são:

Pronomes
m.sg. f.sg. f.pl. m.pl
1a. exclusiva ono onoko ôbee ûbii
1a. inclusiva onebee unibii
2 the theko ethebee ithibii
3.proximal hama hako habee habii
3.apresetada bami bôko bee bii
3.distanciall naha nâko nâbee nâbii
3.invisível himiggê himiggîko himiggêbee himiggîbii

Existem alguns pronomes de 3ª pessoa adicionais, incluindo algumas formas compostas. Advérbios são formados a partir das formas de 3ª pessoa adicionando locativo -na: hamana 'aqui', beena 'lá', naná 'ali', himiggêna 'dentro/atrás'.

Verbos e adjetivos[editar | editar código-fonte]

Um infixo kV}}, onde V é uma vogal de eco, ocorre após a primeira sílaba dos verbos para indicar pluracionalidade.

A cópula foi coberta acima. Hadza tem vários verbo auxiliars: sequencial ka- e iya- ~ ya- 'e então', negativo akhwa- 'não', e subjuntivo i-. Suas flexões podem ser irregulares ou ter terminações flexionais diferentes das dos verbos lexicais,[2] que são os seguintes:

Hadza - inflexões tempo-aspecto-modo
anterior/
não-passado
potencial<br /condicional verídico]
condicional
imperativo/
hortativo
purposivo
(subjunctivo)
1sg -ˆta -naa -nee -nikwi -na
1.excl -'ota -'aa -'ee -'ukwi -ya
1.incl -bita -baa -bee -bikwi (use 2pl) -ba
2sg -tita ~ -ita -taa -tee -tikwi -'V -ta
2fem.pl -(e)têta -(e)tea -etee -ˆtîkwi -(ˆ)te
2mas.pl -(i)tîta -(i)tia -itii -(ˆ)si
3mas.sg -eya -amo -heso -kwiso -ka -so
3fem.sg -ako -akwa -heko -kwiko -kota -ko
3fem.pl -ephee -ame -hese -kwise -keta -se
3mas.pl -iphii -ami -hisi -kwisi -kitcha -si

As funções do anterior e do posterior diferem entre os auxiliares; com verbos lexicais, eles são não passados e passados. As condicionais potenciais e verídicas refletem o grau de certeza de que algo teria ocorrido. 1sg.npst -ˆta e algumas outras formas alongam a vogal precedente. As formas 1.ex além de -ya começam com uma oclusiva glotal. O imp.sg é uma oclusiva glotal seguida por uma vogal de eco.

As formas habituais levam -he, que tende a se reduzir a uma vogal longa, antes dessas desinências. Em alguns verbos, o habitual tornou-se lexicalizado (marcando as formas 3.post com oclusiva glotal), e assim um habitual real leva um segundo -he. Vários modos de aspecto/tempo compostos ocorrem dobrando-se as terminações flexionais. Existem várias inflexões adicionais que não foram trabalhadas.

As terminações flexionais são clíticos e podem ocorrer em um advérbio antes do verbo, deixando um radical verbal nu (raiz do verbo mais sufixos de objeto).

Atributivos[editar | editar código-fonte]

Como é comum na área, existem apenas alguns adjetivos de raiz nua em Hadza, como pakapaa 'grande'. A maioria das formas atributivas tem um sufixo com marcação numérica de gênero cruzado: -e (m.sg. e f.pl.) ou -i (f.sg. e m.pl.). Estes concordam com o substantivo que modificam. A forma -i tende a desencadear harmonia vocálica, de modo que, por exemplo, o adjetivo one- 'doce' tem as seguintes formas:

one 'doce'
sg. pl
m onê (onehe) unîbii
f unîko onêbee

A terminação -ko/-bee/-bii pode ser substituída pelo verbo de ligação, mas a marcação e/i misto de número-gênero permanece.

Demonstrativos, adjetivos e outros atributivos podem ocorrer antes ou depois de um substantivo, mas os substantivos só recebem suas terminações de gênero-número quando ocorrem primeiro na frase nominal: Ondoshibii unîbii 'doce cordia berries', manako unîko' ' 'carne saborosa', mas unîbii ondoshi e unîko mana. Da mesma forma, dongoko bôko mas bôko dongo 'aquelas zebras'.

Os verbos também podem ser atributivos: dluzîko akwiti 'a mulher (akwitiko) que está falando', de dlozo 'dizer'. Esta forma atributiva é usada com a cópula para formar o aspecto progressivo: dlozênee 'eu estou falando' (falante do sexo masculino), dluzîneko 'eu estou falando' (falante do sexo feminino).

Marcação do objeto[editar | editar código-fonte]

Os verbos podem receber até dois sufixos de objeto, para um objeto direto (OD) e um objeto indireto (IO). Estes diferem apenas no 1ex e 3sg. Os sufixos IO também são usados em substantivos para indicar posse (mako-kwa 'meu pote', mako-a-kwa 'é meu pote').

Sufixos – Objet.Possessivo
sing. plural
DO IO DO IO
1.ex -kwa -oba -ya
1.in -ona ~ -yona
2m -ena -ina
2f -na
3m -a ~ -ya ~ -na -ma -itcha
3f -ta -sa -eta

Dois sufixos de objeto só são permitidos se o primeiro (o OD) for de 3ª pessoa. Nesses casos o OD se reduz à forma do sufixo atributivo: -e (m.sg. / f.pl.) ou -i (f.sg. / m.pl.); apenas o contexto informa qual combinação de número e gênero é pretendida. Os objetos diretos do 3º singular também se reduzem a essa forma no imperativo singular; 3º-plural mudam suas vogais, mas não combinam com o singular: veja 'zebra morta' abaixo dos substantivos acima para um exemplo das formas.

Ordem das palavras[editar | editar código-fonte]

Os fatores que governam a ordem das palavras dentro de frases nominais não são conhecidos. A ordem constituinte tende a ser SXVO (onde X é um auxiliar) para um assunto novo ou enfatizado, com o assunto recuando (XSVO, XVSO e XVOS), ou simplesmente não mencionado (XVO) quanto melhor for estabelecido. Onde contexto, semântica e os sufixos verbais não conseguem desambiguar, "verbo-substantivo-substantivo" é entendido como VSO.

Números[editar | editar código-fonte]

O hadza não contava com numerais antes da introdução da língua suaíle. Os numerais nativos são itchâme 'um' e piye 'dois'. Sámaka 'três' é um empréstimo da língua Daatoga e osso 'quatro', bothano 'cinco' e ikhumi 'dez' são doSukuma. Aso 'muitos' é comumente usado em vez de bothano para 'cinco'. Não há maneira sistemática de expressar outros números sem usar o Suaílei.

Dorothea Bleek sugeriu que "piye" "dois" poderia ter uma fonte bantu; o mais próximo localmente em língua Nyaturu -βĩĩ. (Outras línguas bantas locais têm um l/r entre as vogais.) Sands primeiro reconheceu a semelhança de 'um' e 'dois' com o Kw'adza mencionado acima.

Nomes de animais mortos[editar | editar código-fonte]

Hadza recebeu alguma atenção[3] para uma dúzia de nomes 'celebratórios' (Woodburn) ou 'triunfais' (Blench) para animais mortos. Estes são usados para anunciar uma morte. Eles são (no imperativo singular):

Animal Nome geral Nome triunfal
zebra dóngoko hantáyii
girafa zzókwanako háwayii
bufalo naggomako tíslii
leopardo nqe, tcanjai henqêe
leão séseme hubuwee
eland khomatiko hubuwii}
impala p(h)óphoko dlunkúwii
wildebeest
hartebeest
bisoko
qqeleko
zzonowii
outro antílope grande hephêe
pequeno antílope hingcíyee
rinoceronte tlhákate hukhúwee
elefante
hipopotamo
beggáuko
wezzáyiko
kapuláyii
porco selvagem
javali
dláha
kwa'i
hatcháyee
babuíno neeko nqokhówii
avestruz khenangu hushúwee

As palavras são um tanto genéricas: henqêe pode ser usado para qualquer gato malhado, hushuwee para qualquer pássaro terrestre correndo. 'Leão' e 'eland' usam a mesma raiz.Blench (2008) acha que isso pode ter algo a ver com o elande ser considerado mágico na região.

Um sufixo IO pode ser usado para referenciar a pessoa que fez a morte. Compare hanta- 'zebra' com os verbos mais mundanos, qhasha 'levar' e kw- 'dar', no imperativo singular e plural (Miller 2009):

+|hanta-i-i hanta-i-ko-o |hanta-ta-te hanta-i-kwa-te zebra-DO. 3fs-IMP zebra-DO.3fs-IO.3fs-IMP |{"Eu peguei uma zebra!"} {"Eum peguei uma z bra!"}[4]|}}

|qhasha-i-i kw-i-ko-o |qhasha-ta-te kw-i-kwa-te |carry-DO.3fs-IMP give-DO.3fs-IO.|3fs-IMP |{"Leve isso} {"Dê-me isso!"}|}}

Na cultura popular[editar | editar código-fonte]

  • No romance de ficção científica de Peter Watts Blindsight Hadza é apresentado como a língua humana mais intimamente relacionada com a língua ancestral dos vampiros,[5] citing the debunked hypothesis that clicks are good for hunting.[6]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. «UNESCO Atlas of the World's Languages in danger» 
  2. Ya and ka take -ˆto, -tikwa, -ˆte, -ˆti in the 3rd-person posterior rather than -amo, -akwa, -ame, -ami, for example. In lexical verbs, those endings are used with habitual -he- to emphasize it.
  3. E.g. em Parkvall (2006) Limites da linguagem
  4. These glosses are crude; these words do not translate into Swahili or English
  5. Blindsight, with notes at Watts' website
  6. Pennisi, E. 2004. The first language? Science 303: 1319-1320.

Notas[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Edward Elderkin (1978) 'Loans in Hadza: internal evidence from consonants'. Occasional Papers 3, Dar es Salaam.
  • Kirk Miller (2008) Hadza Grammar Notes. 3rd International Symposium on Khoisan Languages and Linguistics, Riezlern.
  • ———— (2009) Highlights of Hadza fieldwork. LSA, San Francisco.
  • Kirk Miller, ed., with Mariamu Anyawire, G.G. Bala, & Bonny Sands (2013) A Hadza Lexicon (ms).
  • Bonny Sands (1998) 'The Linguistic Relationship between Hadza and Khoisan'. In Schladt, Matthias (ed.) Language, Identity, and Conceptualization among the Khoisan (Quellen zur Khoisan-Forschung Vol. 15), Köln: Rüdiger Köppe, 265–283.
  • ———— (2013) 'Phonetics and phonology: Hadza', 'Tonology: Hadza', 'Morphology: Hadza', 'Syntax: Hadza'. In Rainer Vossen, ed., The Khoesan Languages. Oxford: Routledge.
  • Bonny Sands, Ian Maddieson, Peter Ladefoged (1993) The Phonetic Structures of Hadza.[ligação inativa] UCLA Working Papers in Phonetics No. 84: Fieldwork Studies in Targeted Languages.
  • A.N. Tucker, M.A. Bryan, and James Woodburn as co-author for Hadza (1977) 'The East African Click Languages: A Phonetic Comparison'. In J.G. Moehlig, Franz Rottland, Bernd Heine, eds, Zur Sprachgeschichte und Ethnohistorie in Afrika. Berlin: Dietrich Diener Verlag.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]