Línguas filipinas – Wikipédia, a enciclopédia livre

Línguas filipinas
Falado(a) em:  Filipinas
Região: Sudeste Asiático e Oceano Pacífico
Total de falantes: > 92,5 milhões
Família: Malaio-Polinésia
 Línguas filipinas
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: map

As línguas filipinas são um grupo de línguas da família Malaio-Polinésia, composto por cerca de 150 idiomas dispersos pelas Filipinas e também pelo norte de Celebes (Indonésia) e falados por mais de 92,5 milhões de pessoas.

Em grande parte, são línguas historicamente que, desde o século XVI adquiriram sua dimensão moderna, com um forte vínculo, principalmente do léxico, com o espanhol. Entre essas está o próprio crioulo espanhol e suas variedades, apenas recentemente, no século XXI, foram estudadas em sua ampla dimensão suprarregional.[1]

Línguas Filipinas

O primeiro estudo importante, sistemático e contextualizado das línguas filipinas e, em geral, dos chamados austronésios foi o de Lorenzo Hervás, no final do século XVIII e início do século XIX, através do seu “Catálogo das Línguas das Nações Conhecida”.[2] Tanto este trabalho monumental como os materiais manuscritos de Hervás foram a base de estudos imediatos e subsequentes, admitidamente ou não, como observou Max Müller em 1861.[3]

O grupo das línguas filipinas foi definido em 1991 como uma subfamília austronésia por Robert Blust, que ligou as línguas das Filipinas às do norte de Celebes. Considerou-se que este grupo mantinha uma estreita relação com as línguas do Bornéu, porém é mais provável que seja um grupo separado que divergiu muito cedo após a expansão malaio-polinésia de Taiwan, há cerca de 5000 anos.

Classificações[editar | editar código-fonte]

Lorenzo Hervás (sec. XVIII)[editar | editar código-fonte]

Pioneiramente, Lorenzo Hervás y Panduro, a partir de 1784, estabelece para as línguas malaio-polinésias uma "língua matriz", o Malaio, disseminado pelas ilhas do Pacífico. Em princípio, atende preferencialmente à distribuição geográfica e, em volumes subsequentes, já na edição de Madri, orienta a relação entre os idiomas. Sua classificação é notavelmente precisa e ampla.

Adelaar & Himmelmann[editar | editar código-fonte]

Adelaar &Himmelmann (2005) divide as línguas aproximadamente de norte a sul,:

  • Norfilipino (especialmente en Luzón)
  • Gran filipino central (do centro das Filipinas ao norte das Celebes)
  • Kalamiano (em Palawan)
  • Mindanao Sur* Sangírico (Norte de Celebes)
  • Minahasano (Norte de Celebes)

Auckland[editar | editar código-fonte]

A classificação mais atualizada (2008) é [4] a que relaciona as línguas filipinas com as línguas sama-bajaw em um grupo chamado sulú-filipino . A seguinte relação filogenética indica entre parênteses a porcentagem de confiabilidade do grupo:

  • Línguas Malaio-Polinésias (100%)
    • Sulú-filipino (74%)
      • Sama-bajaw (100%): Típico dos povos do arquipélago do Sulú (ilhas das Filipinas entre Bornéu e Mindanao) chamados de ciganos marinhos e hoje dispersos em Filipinas, hoje em dia nas Filipinas, Bornéu (Indonésia, Malásia e Brunei) e Celebes.
      • Filipino ou Filipino-gorontalo (100%): Das Filipinas e do norte de Celebes (Indonésia).língua Gorontalo]].

Comparação léxica[editar | editar código-fonte]

Os numerais reconstruidos para os diferentes ramos de línguas filipinas são:

Línguas Filipino setentrional Filipino centro-
meridional
PROTO-
FILIPINO
PROTO-
BATÁNICO
PROTO-
LUZÓNICO
CENTRAL
PROTO-
LUZÓNICO
SETEN.
PROTO-
PALAWÂNICO
,PROTO-
BISAYA
PROTO-
MINDANAO
MERIDIONAL
PROTO-
MINDANAO
ORIENTAL
PROTO-
MINAHASA
PROTO-
SANGÍRICO
1 *ʔaʔsaʔ * *ʔəsá /
*ʔisá
*satu *isa *əsa *əsa *ʔəʔsáʔ
2 *da-duhaʔ * *duhá *lɨwu *duha *dua *dua *da-ruwáʔ
3 *ta-tluʔ * *təlú /
*ta-tlu
*tlu *tulu *təlu *təlu *ta-tl̥úʔ
4 *ʔaʔpat * *ʔaʔpat *(q')ɨpat *upat *əpat *əpat *ʔə́mpat
5 *limaʔ * *limá *lima *lima *lima *limáʔ
6 *ʔaʔnəm * *ʔənəm
*ʔanʔəm
*ɨnɨm *ənəm *ənum *ʔaʔnəm
7 *pa-pituʔ * *pitú *pitu *pitu *pitu *pituʔ
8 *wa-waLo * *walú *walu *ualu *ualu *wal̥úʔ
9 *[sa-]siyam * *siyám *siyam *siow *siaw *siyám
10 *sa-puLuʔ * *sa-ŋ/m-púluʔ *puluʔ *pulo *-púl̥uʔ

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Sobre todo por los profesores Mauro Fernández y Eeva Sippola, que han demostrado muy insuficiente la perspectiva proporcionada a mediados del siglo XX por K. Whinnom. Estuvieron precedidos por Antonio Quilis y John Lipski
  2. Cf. M. Fuertes Rodríguez, "Las lenguas de Filipinas en la obra de Lorenzo Hervás (1735-1809)", en I. Donoso, Historia cultural de la lengua española en Filipinas, Madrid, Verbum, 2012, pp. 147-174.
  3. Cf. P. Aullón de Haro, La Escuela Universalista Española del siglo XVIII, Madrid, Sequitur, 2016, pp. 73-74 y 175-177.
  4. Austronesian Basic Vocabulary Database