Lüshunkou – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: "Porto Artur" redireciona para este artigo. Este artigo é sobre a cidade da China. Para a cidade localizada no estado norte-americano do Texas, veja Port Arthur (Texas).
Lüshunkou
Localização de Porto Artur na China
Localização de Porto Artur na China
Localização de Porto Artur na China
Coordenadas 38° 49' N 121° 14' E
País  China
Prefeito
Área  
  Total 512,15 km²
População  
  Cidade (2010) 324 773 [1]
    Densidade   630/km²
Fuso horário +8 (UTC)
Código postal: 116041 [2]
Website: www.dllsk.gov.cn

Lüshunkou (em chinês simplificado: 旅顺口; em chinês tradicional: 旅順口; em japonês: 旅順口区, Ryojun-ku; em russo: Порт Артур), sendo também conhecida como Luyshun, é uma cidade da China situada no extremo sul da península de Liaodong, que separa o golfo da Coreia do mar de Bohai. Seu nome ocidental, quando se tratava de um porto russo, era Porto Artur (em inglês: Port Arthur).[3] O lugar é célebre por ter sido o cenário da Batalha de Port Arthur, durante a guerra russo-japonesa (1904-1905).[4]

A administração japonesa (e posteriormente soviética) continuou até 1953. Os diplomatas ocidentais, nas notícias e nos escritos históricos, referem-se à cidade como Port Arthur. Entretanto, durante o período no qual a cidade foi controlada e administrada pelo Japão, era chamada Ryojun.

História[editar | editar código-fonte]

Cruzeiro imperial russo ancorado em Porto Artur.

A primeira entrada de Port Arthur na cena internacional foi durante a Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894-1895). Seguindo as tropas chinesas em Pyongyang, em setembro de 1894, o primeiro e o segundo exército japoneses convergiram para a península de Liaodong por terra e mar. Os oficiais japoneses planeavam controlar a Península de Liaodong e Port Arthur, sendo conscientes da estratégica posição desse ponto a norte do Mar Amarelo, no meio das rotas de comércio para Tianjin.[5]

Ao encontrar resistência apenas durante os dias 20 e 21 de novembro de 1894, as tropas japonesas entraram na cidade derrotada na manhã de 21 de novembro. Vários jornais ocidentais contemporâneos informavam o público de falsas violências por parte do vitorioso exército japonês sobre a população chinesa. Um destes jornalistas era James Creelman, do New York World.

Ocupações japonesa e russa[editar | editar código-fonte]

O Japão ocupou Porto Artur a título de reparação de guerra, tal como fizera com o resto da Península de Liaodong. Segundo o Tratado de Shimonoseki, os japoneses teriam o controle da citada península. Em 1895, sob pressões da Intervenção Tripla (que era a união entre França, Alemanha e Rússia), o Japão foi obrigado a cedê-la em troca de uma indenização no valor de trinta milhões de taéis. A perda daquele território foi recebida como uma grande humilhação pelos japoneses.[6]

Dois anos depois, a Rússia obteve o protetorado de uma parte da península de Liadong por parte da China e a concessão para unir a península ao leste da China, com ferrovias que ligavam Porto Artur e Dalian à cidade central de Harbin. Além disso, a Rússia começou a fortificar esta localidade.[7]

Guerra russo-japonesa[editar | editar código-fonte]

Dez anos depois, a cidade viria a ter um papel central na guerra russo-japonesa, ao ser palco de uma batalha pelo controle do seu território e da ferrovia. Depois que a revolta dos boxers foi sufocada por uma coalizão internacional, a Rússia se negou a retirar suas tropas da Manchúria e começou a reforçar a guarnição ao longo da Ferrovia do Sul da Manchúria. Vendo o que sucedia, o Japão propôs uma conferência bilateral a fim de resolver a questão de jurisdição de cada um dos países na Manchúria Oriental, vista por ambas as potências como parte de sua esfera de influência.[8]

Tais conversações se realizaram entre 1902 e 1904. Enquanto as negociações se processavam entre os dois poderes, a Rússia prosseguia de facto com a anexação de território, fortificando a cidade e guarnecendo-a com suas tropas. Após mais de dois anos com negociações inconclusivas sobre os direitos, prerrogativas e interesses de cada país na Manchúria Interior, o Japão optou pela guerra contra a Rússia.[8]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Mapa do Porto Artur.

Lüshunkou ocupa a ponta sul da Península de Liaodong, sendo este um local estratégico para a navegação nos mares orientais no século XIX. A península está próxima da Coreia, do Mar da China, do golfo da Coreia e do mar de Bohai. Pequim também está próxima, através do mar de Bohai, sobre o qual se situa o porto desta importante cidade comercial.[9]

Subdivisões[editar | editar código-fonte]

Pinyin Hanzi
Subdistritos
Desheng 得胜
Guangrong 光荣
Dengfeng 登峰
Shichang 市场
Longwangtang 龙王唐
Shuishiying 水师营
Localidades
Jiangxi 江西
Shuangdaowan 双岛湾
Sanjianbao 三涧堡
Changcheng 长城
Longtou 龙头
Beihai 北海
Tieshan 铁山

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. 2010 Census county-by-county statistics (chinês simplificado: 《中国2010年人口普查分县资料》). Consultado em 5 de março de 2019.
  2. «郵遞區號查詢 - 郵編庫 [Consulta de código postal]». tw.youbianku.com (em chinês). Consultado em 5 de março de 2019 
  3. «Dalian Facts - Overview, Geography, Population, Climate, Information». www.topchinatravel.com (em inglês). Consultado em 5 de março de 2019 
  4. Kowner, Rotem (2006). Historical Dictionary of the Russo-Japanese War (em inglês). [S.l.]: Scarecrow. ISBN 0-8108-4927-5 
  5. «Lüshunkou - History». www.en.dllsk.gov.cn (em inglês). 26 de dezembro de 2016. Consultado em 5 de março de 2019 
  6. «A welcome letter». www.en.dllsk.gov.cn (em inglês). 26 de dezembro de 2016. Consultado em 6 de março de 2019 
  7. London, Kurt (1980). The Soviet Union in world politics (em inglês). [S.l.]: Westview Press. p. 39 
  8. a b Yakemtchouk, Romain (1994). «Bases militaires et stationnement de troupes à l'étranger en temps de paix. Le cas de l'U.R.S.S./Russie». Annuaire Français de Droit International (em inglês). 40 (1): 379–418. doi:10.3406/afdi.1994.3198. Consultado em 5 de março de 2019 
  9. «Lüshunkou - Overview». www.en.dllsk.gov.cn (em inglês). 22 de dezembro de 2016. Consultado em 5 de março de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]