Lebensraum – Wikipédia, a enciclopédia livre

O Grande Reich Alemão, para ser alinhado com as políticas do Lebensraum, que tinha fronteiras derivadas dos planos do Generalplan Ost, da administração estatal e da Schutzstaffel (SS).

O conceito de espaço vital (em alemão: Lebensraum), em geografia política, foi concebido por Friedrich Ratzel, nos seguintes termos:

Toda a sociedade, em um determinado grau de desenvolvimento, deve conquistar territórios onde as pessoas são menos desenvolvidas.

Um Estado deve ser do tamanho da sua capacidade de organização.

Friedrich Ratzel propôs uma Antropogeografia, como um ramo da geografia humana, que estudaria o espaço de vida dos agrupamentos humanos. Ao sistematizar os conhecimentos políticos aplicados pela geografia, Ratzel contribuiu decisivamente para o surgimento da geografia política, que no início do século XX foi acrescida do termo geopolítica (este cunhado por Rudolf Kjellèn).

Destino manifesto[editar | editar código-fonte]

O geógrafo alemão Friedrich Ratzel visitou a América do Norte no início de 1873[1] e se impressionou com a doutrina do destino manifesto nos EUA.[2] Ratzel simpatizava com os resultados do "Destino Manifesto", mas ele nunca usou o termo. Em vez disso, ele contou com a Tese da Fronteira de Frederick Jackson Turner.[3] Ratzel promoveu colônias ultramarinas para o Império Alemão, na Ásia e África, mas não uma expansão em terras eslavas.[4] Depois alguns alemães reinterpretaram Ratzel para defender o direito da raça alemã de expandir na Europa, essa noção foi mais tarde incorporada à ideologia nazista.[2] Harriet Wanklyn argumenta que os políticos distorceram a teoria de Ratzel para objetivos políticos.[5]

Espaço vital alemão[editar | editar código-fonte]

Origem dos colonizadores alemães dos territórios conquistados no Leste.

O espaço vital seria o espaço necessário para a expansão territorial de um povo, no caso, o povo alemão. Não apenas a restauração das fronteiras de 1914, mas também a conquista da Europa Oriental, espaço onde as necessidades, relativas à dominação territorial e recursos minerais desse povo seriam supridas. Quem também fazia parte, como se fosse um "trato", era a Itália, que por ficar do outro lado do "espaço vital" era de grande interesse alemão. O interesse alemão e italiano nesta expansão justificava-se em certa medida pelo fato de os dois países serem retardatários na expansão marítima europeia, e ao contrário da França e da Inglaterra, não tinham vastos domínios coloniais. O possibilismo, de Vidal de La Blache, serviu como uma resposta antagônica ao espaço vital, ao considerar que havia maneiras de desenvolver economicamente em um limitado espaço geográfico. O líder nazista desejava atacar a União Soviética no verão de 1940, logo após a queda da França.[6]

Adolf Hitler considerava que a "raça ariana" (que segundo ele, era superior) deveria permanecer unida, e para uni-la ao Império Alemão deveria possuir um território maior. Esse território era onde o povo germânico morava, porém foi dividido. Era chamado de "Espaço Vital Alemão". Tal argumento foi amplamente discutido em seu livro Mein Kampf, e utilizado como discurso de justificativa da marcha alemã sobre a Europa a começar pela anexação da Áustria, que antes pertencia à Confederação Germânica e antes disso ao Sacro Império Romano-Germânico.

Também podemos recordar da sonhada anexação dos Sudetos, que compunham a região mais industrializada da Tchecoslováquia. Hitler queria invadi-los como já foi dito, mas havia um problema: as potências França e Inglaterra tinham assinado um acordo com a Tchecoslováquia que prometia protegê-la em caso de ataque estrangeiro.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Mattelart, Armand. The Invention of Communication, pp. 212–216. University of Minnesota Press, 1996. ISBN 0-8166-2697-9
  2. a b Klinghoffer, Arthur Jay. The power of projections: how maps reflect global politics and history (O poder das projeções: como mapas refletem a política global e a história). Greenwood Publishing Group, 2006. ISBN 0-275-99135-0, p. 86.
  3. AAtlantic Monthly, janeiro 1895, pp. 124-128. "A German Appraisal of the United States" (Uma Avaliação Alemã dos Estados Unidos), em inglês, Página visitada em 17 de outubro de 2009
  4. Woodruff D. Smith, "Friedrich Ratzel and the Origins of Lebensraum",German Studies Review, vol. 3, No. 1 (fevereiro de 1980), pp. 51-68 JSTOR
  5. Wanklyn Harriet, Friedrich Ratzel: A Biographical Memoir and Bibliography(1961), pp 36-40
  6. Gerd R. Ueberschär, “Hitlers Entschluß zum 'Lebensraum'-Krieg im Osten: Programmatisches Ziel oder militärstrategisches Kalkül?,” in Gerd R. Ueberschär and Wolfram Wette (eds.), Der deutsche Überfall auf die Sowjetunion: “Unternehmen Barbarossa” 1941, Frankfurt am Main, 2011, p. 39