Lista do Patrimônio Mundial nos Países Baixos – Wikipédia, a enciclopédia livre

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) propôs um plano de proteção aos bens culturais do mundo, através do Comité sobre a Proteção do Património Mundial Cultural e Natural, aprovado em 1972.[1] Esta é uma lista do Patrimônio Mundial existente nos Países Baixos, especificamente classificada pela UNESCO e elaborada de acordo com dez principais critérios cujos pontos são julgados por especialistas na área. Os Países Baixos, ratificaram a convenção em 26 de agosto de 1992, tornando seus locais históricos elegíveis para inclusão na lista.[2]

Atualmente, os Países Baixos contam com 13 sítios incluídos na lista do Patrimônio Mundial. Nove destes sítios estão localizados no território neerlandês e um deles no país constituinte de Curaçao, no Caribe. Os Países Baixos e Curaçao são ambos países constituintes do Reino dos Países Baixos. Dos sítios inscritos, doze (12) sítios são de interesse Cultural e um (1) de interesse Natural. O primeiro local incluído ao Patrimônio Mundial foi Schokland e Seus Arredores em 1995, enquanto o mais recente foi o sítio Van Nellefabriek em 2014. O sítio Mar de Wadden, além de único de interesse Natural, é também o único compartilhado com outras nações (Alemanha e Dinamarca).

Bens culturais e naturais[editar | editar código-fonte]

Os Países Baixos contam atualmente com os seguintes sítios declarados como Patrimônio Mundial pela UNESCO:

Schokland e Arredores
Bem cultural inscrito em 1995.
Localização: Flevoland
No século XV, o avanço do mar converteu a península de Schokland em uma ilha. Povoada e paulatinamente abandonada a medida em que as águas a foram inundando, a ilha teve que ser totalmente evacuada em 1859. Devido a dessecação do Zuiderzee, em 1940 passou a fazer parte das terras projetadas ao mar. Este sítio possui vestígios de assentamentos humanos que datam de tempos pré-históricos e é um símbolo da luta secular da população dos Países Baixos contra a invasão do mar. (UNESCO/BPI)[3]
Linha de Defesa de Amesterdão
Bem cultural inscrito em 1996.
Localização: Holanda do Sul
Construída entre 1883 e 1920, a linha defensiva de 135 quilômetros ao redor de Amesterdão é o único exemplo existente de fortificação baseada no controle de água. Desde o século XVI, os habitantes dos Países Baixos têm utilizado seus conhecimentos especializados em engenharia hidráulica com fins defensivos. O centro do país era protegido por uma rede de 45 fortalezas de artilharia, potencializada por inundações temporais provocadas por pôlderes e um sistema complexo de canais e eclusas. (UNESCO/BPI)[4]
Rede de Moinhos de Kinderdijk-Elshout
Bem cultural inscrito em 1997.
Localização: Holanda Meridional
A contribuição da população dos Países Baixos ao desenvolvimento das técnicas de drenagem de água é enorme, como demonstram admiravelmente as instalações da região de Kinderdijk–Elshout. As obras hidráulicas de dessecação de terrenos para a agricultura e o assentamento de populações em terras saneadas começaram na Idade Média e prosseguiram sem interrupção até os nossos dias. O sítio compreende todos os elementos característicos da tecnologia de drenagem: diques, embalsamentos, estações de bombeamento, edifícios administrativos e um conjunto de moinhos impecavelmente conservados. (UNESCO/BPI)[5]
Zona Histórica de Willemstad, Cidade Antiga e Porto, Curaçau
Bem cultural inscrito em 1997.
Localização: Curaçau
Em 1634, os holandeses estabeleceram uma instalação comercial num belo porto natural da ilha caribenha de Curação. A cidade de Willemstad, criada em torno deste porto, foi crescendo sem cessar nos séculos seguintes. O traçado de seus diferentes bairros históricos reproduz os esquemas europeus de planejamento urbano, ainda que os estilos arquitetônicos de seus edifícios sejam reflexo dos imperantes nos Países Baixos e nas cidades coloniais hispânicas e portuguesas com as quais a cidade mantinha comércio. (UNESCO/BPI)[6]
Estação de Bombagem a Vapor de D.F. Wouda
Bem cultural inscrito em 1998.
Localização: Frísia
Situada em Lemmer, a estação de bombagem a vapor de Wouda entrou em atividade em 1920. É a maior do mundo entre as que funcionam a vapor e segue em atividade ainda hoje. Constitui a máxima contribuição dos engenheiros e arquitetos holandeses a proteção da população e do solo contra a força natural da água. (UNESCO/BPI)[7]
Pólder de Beemster
Bem cultural inscrito em 1999.
Localização: Holanda do Sul
O pólder de Beemster data do início do século XVII e é o mais antigo nas terras avançadas sobre o mar nos Países Baixos. Conserva intacta a ordenação territorial de sua paisagem formada por campos, estradas, canais, diques e povoados, aterrados com base nos princípios urbanísticos da Antiguidade e do Renascimento. (UNESCO/BPI)[8]
Casa Rietveld Schröder
Bem cultural inscrito em 2000.
Localização: Utrecht
A construção desta casa em Utrecht foi encarregada ao arquiteto Gerrit Thomas Rietveld sob encomenda de Truus Schröder-Schräder. O interior original, a estruturação flexível do espaço e as características visuais e formais desta pequena residência familiar, construída em 1924, fizeram desta um verdadeiro "manifesto" dos ideais dos artistas e arquitetos holandeses da época pertencentes ao movimento De Stijl. Hoje em dia, se considera uma realização emblemática da arquitetura modernista. (UNESCO/BPI)[9]
Mar de Wadden
Bem cultural inscrito em 2009; modificado em 2011; estendido em 2014.
Localização: Frísia
Este bem é compartilhado com  Alemanha e  Dinamarca.
O Mar de Wadden engloba a Área de Conservação do Mar de Wadden dos Países Baixos e os Parquenas Nacionais de Waddens da Baixa Saxônia e Schleswig-Holstein, na Alemanha. É um ecossistema contemplado por várias zonas úmidas litorâneas relativamente planas resultantes de uma interação completa de fatores físicos e biológicos, que criaram um grande acúmulo de habitats de transição com canais de marés, bancos e barras de areia, pradarias, falésias. O sítio representa 66% do Mar de Wadden e abriga numerosas espécies vegetais e animais, entre as quais contam diversas mamíferas marinhos como a foca comum, a foca cinzenta e marsuínos comuns. Serve anualmente de local de reprodução e invernada de milhões de pássaros, acolhendo cerca de 10% da população de 29 espécies migratórias. Este sítio é um dos últimos grandes ecossistemas da zona intermarés, de onde os processos naturais se seguem desenvolvendo de forma praticamente intacta. (UNESCO/BPI)[10]
Zona dos Canais Concêntricos do Século XVII no Interior do Singlegracht em Amesterdão
Bem cultural inscrito em 2010.
Localização: Holanda do Sul
O conjunto urbano histórico do bairro dos Canais de Amesterdão é fruto do projeto de construção de uma "nova cidade-portuária" levado a cabo nos fins do século XVI e ao longo do século XVII. Se criou uma rede de canais que rodeava o antigo centro histórico e medieval da cidade e que foi estendido até o canal de Singelracht, a medida em que as fortificações da cidade foram deslocadas terra a dentro. Este projeto de larga duração ampliou a superfície da cidade, drenando as marés com canais traçados em arcos concêntricos e aterrando os intervalos entre eles. Os espaços criados permitiram criar um conjunto urbanístico homogêneo constituído por numerosos monumentos e casas com gabletes. Esta ampliação urbana foi de maior impacto e homogeneidade de sua época. O sítio constitui um exemplo de planificação urbana em grande escala que serviu de modelo arquitetônico de referência no mundo inteiro até o século XIX. (UNESCO/BPI)[11]
Van Nellefabriek
Bem cultural inscrito em 2014.
Localização: Holanda do Sul
Desenhada e construído nos anos de 1920, nas margens de um canal da zona industrial do pôlder de Spaanse situada no noroeste de Roterdão, a fábrica Van Nelle é uma obra emblemática da arquitetura industrial do século XX. Compreende um conjunto de casas com fachadas de cristal e aço principalmente, construídas de acordo com um sistema arquitetônico de muro cortina. O edifício foi concebido como uma "fábrica ideal" aberto ao mundo exterior, de tal forma que a luz do dia penetrava nela para proporcionar condições de trabalho agradáveis e que os espaços interiores poderiam se adaptar a evolução das necessidades de produção. (UNESCO/BPI)[12]
Planetário Real Eise Eisinga em Franeker
Bem cultural inscrito em 2023.
Localização: Frísia
Construída entre 1774 e 1781, esta propriedade é uma escala mecânica móvel do sistema solar como era conhecido até então. Concebido e construído por um cidadão comum - o tecelão de lã Eise Eisinga – o modelo ergue-se desde o teto e parede meridional da antiga sala de estar ou aposento de seu criador. Alimentado por um único relógio pendular, o modelo provê uma imagem realista das posições do sol, da lua, da Terra e de cinco outros planetas (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno). Os planetas revolvem em torno do Sol em tempo real e a distância entre estes é em escala aproximada. O modelo preenche todo o teto do cômodo, tornando-se um dos primeiros predecessores dos planetários dos séculos XX e XXI. (UNESCO/BPI)[13]

Lista indicativa[editar | editar código-fonte]

Além dos sítios inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, os Estados-membros podem manter uma lista de sítios que pretendam nomear, sendo somente aceitas candidaturas de locais que já constarem desta lista. Os Países Baixos mantém 6 locais na sua Lista Indicativa.[14]

Sítio Imagem Local Ano Dados UNESCO Descrição Ref.
Parque Marinho de Bonaire Bonaire 2011 vii, ix (natural)
Koloniën van Weldadigheid Drenthe 2011 v, vi (cultural)
Linha de água Holandesa Holanda do Norte / Brabante do Norte 2011 ii, iv, v (cultural)
Sistema de Plantations de Curaçao Ocidental Curaçao 2011 ii, iv, v (cultural)
Fronteiras do Império Romano - Baixa Germânia Holanda do Sul 2018 ii, iii, iv (cultural)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências