Luciano dos Santos (pintor) – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Luciano Pereira dos Santos
Nome completo Luciano Pereira dos Santos
Nascimento 25 de março de 1911
Setúbal na Freguesia de S. Sebastião.
Morte 13 de dezembro de 2006 (95 anos)
Lisboa
Nacionalidade Portugal portuguesa
Área Pintura

Luciano Pereira dos Santos (Setúbal, 25 de março de 1911 — Lisboa, 13 de dezembro de 2006) foi um pintor e professor português que pertenceu à segunda geração de pintores modernistas portugueses.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Setúbal na freguesia de São Sebastião. Em maio de 1918, por falecimento dos pais, ingressou no Orfanato Municipal Presidente Sidónio Pais, com o n.º 18, onde realizou a instrução primária. De 1924 a 1929 estudou na Escola Industrial Gil Vicente e na Escola Industrial e Comercial João Vaz, também em Setúbal.

Em agosto de 1929 realiza a primeira exposição de pintura e desenho no cineteatro Luísa Todi, ano em que fundou também o Grupo Alma Nova com Celestino Alves, Álvaro Perdigão e Carlos Alberto. Este grupo setubalense viria a realizar a primeira exposição de artes plásticas, no Liceu Bocage, em 1930.

Ingressou neste mesmo ano, no curso de pintura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (ESBAL), que concluiu em 1937. Durante o seu tempo de estudante, beneficiou de várias bolsas da Câmara Municipal de Setúbal e da Junta Geral do Distrito de Setúbal e de uma pensão da ESBAL.

Foi professor do ensino técnico profissional nas Escolas Industriais de João Vaz , no ano letivo de 1939-1940 (Setúbal), Machado de Castro no ano letivo de 1940-1941 (Lisboa) e Afonso Domingues (Lisboa) de 1941 a 1945, dedicando-se, a partir de então, exclusivamente às artes plásticas.[2][3]

Em 1951, foi bolseiro do Instituto para a Alta Cultura em França (Paris), Bélgica (Dinan, Namur, Bruges, Bruxelas e Anvers) e Holanda (Gand, Den Haag, Delft, Roterdão e Amsterdão).

Realizou diversas exposições individuais em Portugal (Lisboa, Porto, Coimbra, Guimarães, Amarante, Alcobaça, Santo Tirso, Setúbal, etc.) e em Espanha (Madrid, Barcelona e Palma de Maiorca).

Participou em dezassete Exposições de Arte Moderna do S.P.N./S.N.I.

A sua obra integrou a exposição sobre a arte portuguesa da década de 1940 organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian (1982).

Por iniciativa da Câmara Municipal de Setúbal, realizou-se em 1992 uma exposição retrospetiva da sua obra no Salão Nobre dos Paços do Concelho/Convento de Jesus.[1][4][5][6][7]. Em 1993, foi realizada nova exposição retrospetiva, pelo Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico/Museu de Alcobaça, na Ala Sul do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça. Em 2011, foram organizados, pela edilidade setubalense, vários eventos e exposições comemorativos do centenário do seu nascimento.

Coleções em que se encontra repreentado[editar | editar código-fonte]

Está representado em coleções públicas e particulares das seguintes instituições: Museu de Arte Contemporânea/Museu do Chiado, Museu da Cidade de Lisboa - Palácio Galveias, em Lisboa; Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha; Museu de Arte Moderna, em Madrid; Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto; Museu de Setúbal/Convento de Jesus, em Setúbal; Museu Machado de Castro, em Coimbra; Museu Albano Sardoeira, em Amarante; Museu da Fundação da Casa de Bragança, em Lisboa; Governos Civis de Setúbal, Porto e Leiria; Embaixada do Brasil em Lisboa; Embaixada do Japão em Madrid; Embaixadas de Portugal em Madrid, Moscovo, Berlim, Berna e Londres; nas Câmaras Municipais de Setúbal, Lisboa, Porto, Amarante, Alcobaça e Moita; nas Universidades do Algarve, Faro, e na Universidade Católica de Viseu; na Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa; no Batistério da Basílica da Estrela em Lisboa; na Igreja do Bárrio (frescos), em Alcobaça; no Cemitério Novo em Macau (vitrais da igreja); no Centro Social e Paroquial S. Vicente de Paulo em Lisboa; na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa; no Seminário dos Olivais em Lisboa, no Hospital Distrital de Alcobaça, nos hotéis Cibra – Estoril e Esperança - Setúbal (Painéis Cerâmicos); nos Palácios de Justiça de Arcos de Valdevez e Mirandela (Painéis Cerâmicos); nos Serviços Centrais da EDP, em Lisboa; nos Bancos Pinto e Sotto Mayor e Borges & Irmão, no Porto e nas Fundações Joaquim Matias e Casa de Bragança.[4][6][7]

Algumas obras[editar | editar código-fonte]

  • Praia da Maria Esguelha, 1929
  • Azeitão, Serra de São Luís, s.d.
  • Paisagem da Arrábida, 1936
  • Portinho da Arrábida, 1941
  • Retrato do Escultor Joaquim Martins Correia, 1942
  • Retrato da Minha Mulher, 1946
  • Nazaré – a lota, 1946[4]
  • Medalhão de Luisa Todi, 1953
  • Medalhão de Bocage, 1955
  • Fresco do Átrio da Escola Industrial e Comercial de Setúbal, 1955
  • Tríptico dos Setubalenses Ilustres, 1955-57
  • Autorretrato, 1957
  • Lourdes, o Santuário, 1961
  • Retrato do Meu Filho, 1962
  • Doca de Setúbal, 1970
  • A Nazarena, s.d.
  • A severa, s.d.
  • O Jardim da Estrela, s.d.
  • Vista Sobre a Cidade do Porto, s.d.

Bolsas de estudo, prémios e outras homenagens[editar | editar código-fonte]

  • Pensão “ Ventura Terra ” concedida pelo Conselho Escolar da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, 1934;
  • Prémio José Malhoa, 1934;
  • 3.º Prémio em Pintura atribuído pela Sociedade Nacional de Belas-Artes – Lisboa, 1936;
  • “III Missão Estética de Férias ” – Sociedade Nacional de Belas-Artes – Lisboa ( 1.º Prémio Nacional de Pintura, concedido pela Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa - 1939;
  • Prémio Columbano, 1947;
  • “Salão de Lisboa” – Salão do Secretariado Nacional de Informação. – Palácio Foz – Lisboa (premiado com o 1.º Prémio Pintura – Prémio dos Centenários ) 1947;
  • XLV Exposição Anual da Sociedade Nacional de Belas-Artes – Lisboa (premiado com a 2.ª Medalha em Pintura ), 1948;
  • Premiado com o Prémio “Imagem da Flor”, concedido pelos Serviços Culturais da Câmara Municipal de Lisboa – Lisboa, 1948;
  • Homenageado pela Câmara Municipal de Setúbal com a Medalha de Honra da Cidade de Setúbal, na classe de "Arte” – Setúbal, 1985[2];
  • “Homenagem ao Mestre Luciano” – Escola Secundária Sebastião da Gama – Setúbal, 1992;
  • “Homenagem ao Pintor Setubalense Mestre Luciano dos Santos ” – Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal – Universidade Popular de Setúbal, 1997;
  • Homenagem da “Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão” com a oferta duma medalha, na passagem do seu 91.º aniversário – Setúbal, 2002;
  • Homenagem e intervenção evocativa pelo aniversário do Mestre Luciano por António Quaresma Rosa, realizada na Sala de Sessões da Câmara Municipal de Setúbal, 2002;
  • Homenagem ao pintor na Escola Sebastião da Gama, iniciativa conjunta da Universidade Sénior de Setúbal e da Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão – Escola Sebastião da Gama – Setúbal, 2011;
  • Comemoração de mais um aniversário do nascimento do artista, integrada no ciclo de palestras anuais e promovida pela Universidade Sénior de Setúbal e pela Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão – “Homenagem ao Pintor Setubalense Mestre Luciano dos Santos” – Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal, 2016.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • PEREIRA, Fernando António Batista. Luciano (1911-2006) : Evocação no centenário do nascimento. Setúbal : Museu de Setúbal : Convento de Jesus, 2011.
  • PIRES, Daniel. Mestre Luciano. Setúbal : Centro de Estudos Bocageanos,ISBN 978-989-8361-25-7

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b França, José-Augusto. A arte em Portugal no século XX. Lisboa : Bertrand Editora, 1991, p. 310
  2. a b «Luciano dos Santos (1911-2006)». Câmara Municipal de Setúbal. Consultado em 24 de março de 2015. Arquivado do original em 14 de abril de 2013 
  3. Os Artistas da Escola Industrial: de João Vaz aos Nossos Dias. Setúbal : Câmara Municipal de Setúbal, 1989.
  4. a b c A.A.V.V. – Exposição dos artistas premiados pelo S.N.I.. Lisboa: S.N.I., 1949.
  5. A.A.V.V. – Exposição dos prémios do S.N.I.. Lisboa: S.N.I., 1966.
  6. a b Tannock, Michael – Portuguese 20th Century Artists: a Biographical Dictionary. Chichester: Phillimore & Co Ltd, 1978, p. 155. ISBN 0-85033-312-1
  7. a b A.A.V.V. – Os Anos 40 na Arte Portuguesa. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, 1982.