Mão chifrada – Wikipédia, a enciclopédia livre

Uma demonstração da mão chifrada.
Ronnie James Dio fazendo o gesto no concerto da banda Heaven and Hell em 2007.

Mão chifrada, também conhecido como Maloik ou Mano Cornuta, é um símbolo conhecido por vários termos. Nos dias de hoje é muitas vezes considerado um sinal de adoração a ritos satânicos, tendo sido amplamente utilizado em diversas culturas ancestrais, principalmente mediterrâneas, como um sinal de proteção contra o mal (na Itália é como um equivalente das tradicionais três batidas na madeira). A utilização deste símbolo dentre os headbangers (fãs de Heavy Metal) não tem propriamente o objetivo primordial (satanismo).

Ronnie James Dio é conhecido por ter introduzido o gesto no gênero musical quando esteve no Black Sabbath, a partir de 1979.[1][2] O gesto, contudo, já havia sido usado no mundo do rock em outras oportunidades. Na capa do álbum Yellow Submarine, dos Beatles, lançado em 1969, o cartoon de John Lennon faz o sinal de chifre por trás da cabeça de Paul McCartney. A ilustração foi baseada numa foto de 1967, em que Lennon aparece claramente fazendo o sinal da mão chifrada[3].

A capa do álbum Witchcraft Destroys Minds & Reaps Souls (1969), da banda de rock psicodélico Coven, mostra dois membros da banda fazendo o sinal dos chifres — o álbum tem várias faixas que fazem referência a satanismo e ocultismo[4]. A partir do início de 1968, os concertos do Coven sempre começaram e terminaram com o vocalista Jinx Dawson fazendo o sinal no palco. Já em 1977, o álbum Love Gun, do KISS, tem uma ilustração em que o baixista e vocalista Gene Simmons faz o gesto.

Ao longo da carreira, Dio popularizou a expressão da "mão chifrada". No documentário "Metal: A headbanger's journey", ele faz referência à seus avós vindos da Itália (seu sobrenome é Padavona) e que sua avó usava o gesto para afastar ou lançar "mau-olhado" para alguém; gesto bem comum entre supersticiosos do Mediterrâneo.

O uso da mão chifrada às vezes é utilizado em um tom de ironia, visto que o heavy metal em geral já era uma música considerada satânica pela cultura popular, os precursores do metal adicionaram esse símbolo a fim de ironizar, e consequentemente aumentar ainda mais esse clichê criado pela população, que na grande maioria das vezes é falso, visto que o satanismo não é considerado um tema tão lírico para o heavy metal, que tem outros temas, como história (vide Iron Maiden), Idade Média (Blind Guardian), história viquingue (Amon Amarth), e até mesmo o cristianismo (Stryper). O único estilo musical dentro do metal que utiliza de ritos satânicos é o black metal,[5][6] mas, algumas bandas de thrash/death metal apresentam fortes influências do satanismo em suas musicas.

Durante uma reunião da União Europeia em fevereiro de 2002, o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi foi fotografado fazendo este gesto por trás das costas do ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol. Quando questionado sobre o incidente, ele respondeu: " — Eu só estava brincando.".[7]

Referências

  1. Whiplash.net (20 de junho de 2012). «Last in Line - Dio». Consultado em 21 de dezembro de 2012 
  2. Jacksonville (18 de fevereiro de 2011). «Hand-horns: The story behind the popular rock-concert gesture» (em inglês). Consultado em 21 de dezembro de 2012 
  3. Lovejoy, Heather. «Hand-horns: The story behind the popular rock-concert gesture». The Florida Times-Union (em inglês). Consultado em 4 de maio de 2019 
  4. «Coven: "Witchcraft Destroys Mind...", a raridade oculta (Resenha - Witchcraft Destroys Minds And Reaps Souls - Coven)». whiplash.net. Consultado em 4 de maio de 2019 
  5. Dome, Michael (2007). Murder Music: Black Metal (motion picture). Rockworld TV 
  6. Kalis, Quentin (31 de agosto de 2004). «CoC : Rant : Black Metal: A Brief Guide». Chronicles of Chaos. Consultado em 4 de setembro de 2012. Arquivado do original em 24 de agosto de 2011 
  7. Peretz, Evgenia (julho de 2011). «La Dolce Viagra». Vanity Fair