Música do romantismo – Wikipédia, a enciclopédia livre

A música do romantismo é aquela composta segundo os princípios da estética do romantismo, predominante durante o século XIX. Na história da música, corresponde ao período que seguiu ao classicismo.

A Sinfonia nº 3 (Eroica), de Beethoven, obra de 1804, é por vezes considerada o marco do fim do período clássico e do começo da música romântica.[1] Mas alguns musicólogos situam o início do romantismo na música já no final do século XVIII, enquanto outros consideram que o período romântico tem início por volta de 1810), ano em que o termo "romântico", antes apenas aplicado ao movimento literário, foi usado para qualificar Beethoven por E.T.A. Hoffmann (1776-1822), nos seus ensaios sobre a Sinfonia nº 5. Já o final do romantismo na música é situado entre 1880 e 1910, a depender do autor.[2][3][4]

A época do romantismo musical coincide com o romantismo na Literatura, Filosofia e Artes Plásticas. A ideia geral do romantismo é que a verdade não poderia ser deduzida a partir de axiomas. Certas realidades só poderiam ser captadas através da emoção, do sentimento e da intuição. Por essa razão, a música romântica é caracterizada pela maior flexibilidade das formas musicais e procurando focar mais o sentimento transmitido pela música do que propriamente a estética, ao contrário do classicismo. No entanto, os géneros musicais clássicos, tais como a sinfonia e o concerto, continuaram sendo escritos.

Estética musical[editar | editar código-fonte]

No romantismo, estabeleceram-se vários conceitos de tonalidades para descrever os vocabulários harmônicos herdados do Barroco e do Classicismo. Os compositores românticos tentaram juntar as grandes estruturas harmônicas desenvolvidas por Haydn e aperfeiçoadas por Mozart e Beethoven com suas próprias inovações, buscando maior fluidez de movimento, maior contraste, e cobrir as necessidades harmônicas de obras mais extensas. O romantismo utilizou uma forma mais frequente e variada, assim como as dissonâncias. A mudança de tom acontecia de maneira mais brusca que no Classicismo, e as modulações ocorriam entre tons cada vez mais distantes. As propriedades dos acordes de sétima diminuta, que permitem modular a praticamente qualquer tonalidade, foram exploradas exaustivamente.

Pós-romantismo[editar | editar código-fonte]

Estabelecer a herança do romantismo é tarefa tão complexa quanto estabelecer as origens do movimento. Alguns compositores do século XX, como Sergei Rachmaninoff (1873 — 1943), continuarão a ser românticos, sem todavia declará-lo. De certo modo, movimentos como o impressionismo de Claude Debussy (1862 — 1918) e Maurice Ravel (1875 - 1937), e o verismo de Giacomo Puccini (1858 - 1924)[5] também são herdeiros da tradição romântica.

Linha do tempo[editar | editar código-fonte]

Compositores românticos[editar | editar código-fonte]

Esta é uma linha do tempo com os principais e mais influentes compositores românticos.

Camille Saint-SaënsHenryk WieniawskiJulius ReubkeJohannes BrahmsAlexander BorodinFrancis Edward BacheKarl GoldmarkAnton RubinsteinLouis Moreau GottschalkJoseph StraussJohann Strauss IIAnton BrucknerBedrich SmetanaEdouard LaloCesar FranckClara SchumannJacques OffenbachCharles GounodNiels Wilhelm GadeRobert VolkmannGiuseppe VerdiCharles-Valentin AlkanRichard WagnerFranz LisztRobert SchumannFrédéric ChopinCarl Otto NicolaiNobert BurgmüllerOtto LindbladFelix MendelssohnMichael William BalfeJuan Crisostomo de ArriagaFanny MendelssohnJohann Strauss IHector BerliozMikhail GlinkaAdolphe-Charles AdamVincenzo BelliniGaetano DonizettiFranz SchubertCarl LoeweFranz BerwaldGioacchino RossiniGiacomo MeyerbeerCarl CzernyCarl Maria von WeberLouis SpohrDaniel AuberNiccolo PaganiniJohn Field (composer)Anthony Philip HeinrichFernando SorJohann Nepomuk HummelLudwig van Beethoven


Compositores tardo-românticos[editar | editar código-fonte]

Esta é uma linha do tempo com os principais e mais influentes compositores românticos tardios.

Ottorino RespighiJoseph CanteloubeReinhold GliereFranz SchmidtSergei RachmaninoffAlexander ScriabinWilhelm StenhammarFranz LeharAmy BeachEnrique GranadosFerruccio BusoniVasily KalinnikovJean SibeliusAlexander GlazunovPaul DukasAlbéric MagnardRichard StraussEdward GermanAnton Stepanovich ArenskyGustave CharpentierIsaac AlbenizGustav MahlerHugo WolfSergei LyapunovEugene YsayeGiacomo PucciniRuggiero LeoncavalloEdward ElgarChristian SindingAnatol LiadovErnest ChaussonGeorge Whitefield ChadwickEngelbert Humperdinck (composer)Charles Villiers StanfordHans Huber (composer)Francisco TarregaFranz Xaver ScharwenkaAlexandre LuiginiHubert ParryRobert FuchsAugusta HolmèsCharles-Marie WidorGabriel FauréPablo SarasateNikolai Rimsky-KorsakovEdvard GriegArrigo BoitoArthur SullivanJohann FuchsAntonin DvorakJohan SvendsenJohn StainerPyotr Ilyich Tchaikovsky


Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Guia dos Clássicos. (1804) Beethoven. Sinfonia n. 3 "Heróica". Por Rafael Fonseca.
  2. Silva, Raquel Alexandra Oliveira da Ribeiro Romantismo - Contextualização histórica e das artes. Instituto Politécnico de Castelo Branco, dezembro de 2010.
  3. Conheça a Música Clássica!
  4. «História da Música Ano - Romantismo» (PDF). Consultado em 8 de julho de 2016. Arquivado do original (PDF) em 11 de agosto de 2016 
  5. New York City Opera Project: Madama Butterfly
Ícone de esboço Este artigo sobre música erudita é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.