MS Gripsholm (1924) – Wikipédia, a enciclopédia livre

MS Gripsholm
Proprietário Swedish American Line
Operador Swedish American Line
Fabricante Armstrong Whitworth & Co.
Lançamento 26 de novembro de 1924
Rota Gotemburgo-Nova Iorque
Estado Vendido para a Norddeutscher Lloyd em 1954
Nome Berlim
Proprietário Norddeutscher Lloyd
Operador Norddeutscher Lloyd
Homônimo Berlim
Comissionamento 1954
Descomissionamento 1966
Estado Sucateado em 1966
Características gerais
Tipo de navio Transatlântico
Tonelagem 17 993 t
Comprimento 174,7 m
Boca 22,6 m
Propulsão 2 motores a diessel Burmeister & Wain Diesels
Velocidade 16 nós (30 km/h)

O MS Gripsholm foi um transatlântico operado pela Swedish American Line e construído pela Armstrong Whitworth & Co. Ele foi o primeiro navio transatlântico do mundo a possuir uma propulsão a diesel servindo como modelo para os próximos navios do tipo. Em 1954, foi vendido para a Alemanha Ocidental e renomeado como Berlim em homenagem a cidade de mesmo nome. Ele foi sucateado em 1966.[1][2]

Características gerais[editar | editar código-fonte]

O Gripsholm foi lançado em 26 de novembro de 1924 e, naquele momento, e ostentava uma tonelagem de 17 993. Seu comprimento era de 174,7 metros enquanto a sua boca era de 22,6 metros. Sua velocidade era mediana se comparada a navios da mesma época.[3]

Os custos das viagens transatlânticas eram muito altos. Devido a isso, diversas empresas começaram a buscar formas mais baratas e eficientes de gerar potência e velocidade para seus navios. Utilizando a experiência adquirida de navios semelhantes, os suecos criaram o primeiro motor a diesel utilizado em um navio transatlântico do mundo, servindo de base para futuros navios.[3]

1924

Seus salões foram projetados seguindo o estilo tradicional sueco (o estilo gustaviano mais especificamente). Suas acomodações eram consideradas tão grandes e luxuosas que ele chegou a ser apelidado de "Palácio Flutuante". A mobília dessas acomodações era esculpida em madeira bruta. Além dessa mobília, as acomodações contavam com lareiras de mármore.[3]

Histórico de serviço[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Em 1910, as viagens transatlânticas entre Suécia e Estados Unidos começavam a crescer em um ritmo acelerado. Em meio a isso, Göteborg Wilhelm R. Lundgren propôs a construção de dois grandes transatlânticos (com 20 mil toneladas) de luxo a fim de suprir essa demanda. Porém sua proposta foi esquecida devido a sua morte. Em 1920, a Svenska Amerika Linien estava se expandindo em alcance enquanto sua frota permanecia pequena. Como resultado, ela encomendou um transatlântico de 18 mil toneladas denominado Gripsholm (uma homenagem a um castelo sueco do século 16).[3]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

De 1927 em diante, o Gripsholm fez travessias transatlânticas de passageiros e cruzeiros recreativos regulares. Ele foi um dos primeiros navios a fazer escala no terminal de imigração canadense Píer 21 em Halifax, Nova Escócia fazendo 101 viagens com imigrantes nesse píer. Ele também, como outros navios suecos, fazia viagens de Gotemburgo a Nova Iorque. Em 1927, ele fez o maior percurso transatlântico da história da Svenska Amerika Linien indo de Gotemburgo até o Mediterrâneo. Em 1928, o Kungsholm é construído a fim de suprir a crescente demanda proveniente do sucesso do Gripsholm. Essa dupla ganhou notoriedade internacional, chegando até a acomodar Greta Garbo. Em 1930, eclode a Grande Depressão que abalou significativamente as viagens transatlânticas em todo o mundo. Porém as viagens do Gripsholm só foram impactadas pela Segunda Guerra Mundial.[3][4]

Carreira posterior[editar | editar código-fonte]

De 1942 a 1946, o Departamento de Estado dos Estados Unidos fretou o Gripsholm como um navio de repatriação, transportando cidadãos japoneses e alemães para pontos de troca, onde ele então pegou cidadãos americanos e canadenses (e britânicos casados ​​com americanos ou canadenses) para trazê-los para casa. Neste serviço, ele navegou sob os auspícios da Cruz Vermelha Internacional, com um capitão e tripulação suecos. O navio fez 12 viagens de ida e volta, transportando um total de 27.712 repatriados. As trocas ocorreram em portos neutros; em Lourenço Marques (agora Maputo), Moçambique, Mormugoa (agora Goa) na Índia portuguesa, para os japoneses, e em Estocolmo ou Lisboa, com os alemães.[5]

Últimos anos[editar | editar código-fonte]

A Swedish American Line vendeu o Gripsholm para a Norddeutscher Lloyd em 1954, que o rebatizou de MS Berlin. Sua primeira viagem como Berlin foi de Bremerhaven a Nova York, tornando-se o primeiro navio alemão a fazer uma viagem no Atlântico Norte no pós-guerra o navio retomou as viagens de imigração canadense para o Pier 21 em Halifax, fazendo 33 viagens de imigrantes antes de ser aposentado. Uma imagem dele chegando ao Pier 21 em 1957 se tornou a imagem central do novo passaporte canadense redesenhado em 2012.[4][6]

Em 1966, ele foi aposentado por ser considerado muito velho e obsoleto. Ele foi demolido em La Spezia, Itália.[3]

Referências

  1. «Gripsholm 1925». www.tynebuiltships.co.uk. Consultado em 16 de junho de 2021 
  2. «MS Gripsholm (1924) - Graces Guide». www.gracesguide.co.uk. Consultado em 16 de junho de 2021 
  3. a b c d e f «TGOL - Gripsholm/Berlin». web.archive.org. 7 de outubro de 2011. Consultado em 17 de junho de 2021 
  4. a b «Ship Arrival Database | Pier 21». www.pier21.ca. Consultado em 17 de junho de 2021 
  5. Elleman, Bruce (2006). Japanese-American civilian prisoner exchanges and detention camps, 1941-45. London: Routledge. p. 31. OCLC 70960870 
  6. «The Canadian Museum of Immigration at Pier 21 will be part of Canada's new ePassport | Pier 21». www.pier21.ca. Consultado em 17 de junho de 2021