Martinho Nobre de Melo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Martinho Nobre de Melo
Martinho Nobre de Melo
Nascimento 24 de dezembro de 1891
Santo Antão
Morte 26 de dezembro de 1985 (94 anos)
Lisboa
Nacionalidade portuguesa
Ocupação intelectual
jornalista
político
Principais trabalhos Bailado do encantamento

Martinho Nobre de Melo GCCGCSE (Santo Antão, Cabo Verde, 24 de Dezembro de 1891Lisboa, 26 de Dezembro de 1985) foi um intelectual, jornalista e político de origem cabo-verdiana, foi professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e um dos teóricos do corporativismo português. Foi Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, embaixador de Portugal no Brasil e director do Diário de Notícias. Colaborou nas revistas Contemporânea[1] (1915-1926), A Sátira [2] (1911), Serões [3] (1901-1911) e Nação Portuguesa.[4]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Fez os estudos primários na sua vila natal tendo como professor o poeta José Lopes da Silva e, aos dez anos de idade, seguiu para Portugal a fim de continuar os seus estudos. Nunca mais voltaria a residir em Cabo Verde. Estudou no Colégio de São Fiel, que ficava no concelho de Castelo Branco, colégio esse frequentado por outros cabo-verdianos e que seria encerrado com a expulsão dos Jesuitas de Portugal na sequência da proclamação da Repùblica em 1910.

Foi maçon, tendo sido iniciado na Loja Fiat Lux de Lisboa em 1912 do Grande Oriente Lusitano Unido, com o nome simbólico de Ibsen.[5]

Formou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, seguiu a carreira académica e foi professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Monárquico, foi Ministro da Justiça aos 26 anos de idade no governo de Sidónio Pais, em 1918, e Ministro dos Negócios Estrangeiros aos 35 anos no governo do general Manuel Gomes da Costa, em 1926. Foi embaixador, poeta, escritor e director de jornais.

Escreveu temas musicais no âmbito da Canção de Coimbra, sendo o mais famoso da sua autoria o "Fado da Ansiedade", com música de Francisco Menano. Na sua juventude defendeu a causa africana, mas depois de adulto foi um dos expoentes do Estado Novo.

A 19 de Abril de 1930 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo e a 20 de Maio de 1935 foi agraciado com a Grã-Cruz da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.[6]

Referências

  1. «Contemporânea [1915-1926]». hemerotecadigital.cm-lisboa.pt. Consultado em 5 de maio de 2022 
  2. Rita Correia (7 de fevereiro de 2011). «Ficha histórica:A Sátira. Revista humorística de caricaturas (1911)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 16 de Janeiro de 2015 
  3. Rita Correia (24 de Abril de 2012). «Ficha histórica: Serões, Revista Mensal Ilustrada (1901-1911).» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 23 de Setembro de 2014 
  4. Nação Portuguesa, Coimbra (1914 – 1938), por Nuno Simão Ferreira, Dicionário de Historiadores Portugueses da Academia Real de Ciências ao Final do Estado Novo (consulta em 5.5.2022)
  5. Oliveira Marques, A. H. (1985). Dicionário da Maçonaria Portuguesa. Lisboa: Delta. p. 969 
  6. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Martinho Nobre de Melo". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 19 de março de 2016 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]