Massacre da Família Real do Nepal – Wikipédia, a enciclopédia livre

Palácio real de Narayanhiti em Catmandu, lugar onde ocorreu o massacre

O massacre da Família Real do Nepal ocorreu no dia 1 de junho de 2001 (numa sexta-feira) no refeitório do salão Tribhuvan Sadan, no palácio real de Narayanhiti, em Catmandu.

O crime foi perpetrado pelo então Príncipe Herdeiro, Dipendra, e levou à morte de nove pessoas, incluindo o seu pai, o Rei Birendra, e o próprio atirador, que deu um tiro em sua própria cabeça após o massacre.

Dipendra ainda chegou a ser declarado rei, reinando de 1.º a 4 de junho, enquanto estava em coma num hospital.

Foi sucedido por seu tio, Gyanendra do Nepal, que se tornou o último monarca do país, que aboliu a monarquia em 2008.

Revisão dos fatos[editar | editar código-fonte]

Dipendra

Dipendra estava apaixonado por Devyani Rana, filha de um importante político, chamado Pashupati SJB Rana. No entanto, a família Rana era da classe C do clã Rana. Ela era, portanto, "considerada abaixo de seu status real", reportou o UOL em 1.º junho de 2017, quando se completavam 16 anos do massacre.[1][2][3][4]

De acordo com relatos oficiais, durante meses Dipendra tentou obter aprovação para seu casamento e, no dia do massacre, teria tido uma nova discussão com a mãe, que novamente havia negado a permissão.[2]

Na noite do dia 1.º de junho, durante um jantar com cerca de 20 pessoas no salão Tribhuvan Sadan, no palácio real de Narayanhiti, Dipendra teria bebido demais e tido uma desavença com um convidado, tendo então o pai pedido para ele se retirar.[2]

Dipendra então teria ido até seu quarto, onde vestiu uma roupa militar, e voltado ao salão com uma Uzi, um fuzil de assalto M16 e uma pistola. Lá começou atirando para cima e depois alvejou o pai. Em seguida, abriu fogo contra todos que estavam no salão, matando até sua irmã, a Princesa Shruti. Sua mãe, a Rainha Aishwarya, teria fugido para o jardim, mas Dipendra a seguiu.[2]

Seu irmão, o Príncipe Nirajan, teria tentado proteger a mãe, dizendo "mate então a mim". Dipendra então o alvejou com 17 tiros, antes de atirar na mãe. Dhirendra, o irmão mais novo do rei, neste momento teria pedido para ele parar e entregar as armas, mas também acabou alvejado.[2]

Só então Dipendra teria apontado uma arma para a própria cabeça e atirado. Ele sobreviveu em coma durante três dias e foi proclamado rei em seu leito hospitalar. Morreu por causa de seus ferimentos em 4 de junho e foi sucedido pelo tio, o Príncipe Gyanendra do Nepal.[5]

Ao todo, nove pessoas morreram no massacre que durou apenas dois minutos: Rei Birendra, Rainha Aishwarya, Príncipe Dipendra (irmão), Princesa Shruti (irmã) e seu marido, Príncipe Dhirendra (tio), duas irmãs do rei (tias) e o próprio Dipendra.[2][6]

Oficialmente, a motivação do crime nunca foi divulgada e, inicialmente, a Casa Real havia imposto uma espécie de "lei do silêncio" sobre o assunto, o que gerou diversas críticas.[7][6][8]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Mystery of a love divided». The Irish Times (em inglês) 
  2. a b c d e f McCarthy, Rory (7 de junho de 2001). «Revealed: secrets of palace massacre». the Guardian (em inglês). Consultado em 22 de setembro de 2018 
  3. Rahul Bedi; Alex Spillius (8 de junho de 2001). «Massacre witness blames Crown Prince». The Telegraph. Consultado em 28 de maio de 2008 
  4. «Nepal survivors blame prince». BBC News. 7 de junho de 2001. Consultado em 31 de maio de 2009 
  5. «Folha Online - Mundo - Príncipe que matou familiares no Nepal está em coma e é proclamado rei - 02/06/2001». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 22 de setembro de 2018 
  6. a b «Nepal survivors blame prince» (em inglês). 7 de junho de 2001. Consultado em 3 de fevereiro de 2022 
  7. «Porque caem as monarquias? (E como sobrevivem no séc. XXI)». www.dn.pt. Consultado em 3 de fevereiro de 2022 
  8. «Royal palace massacre: All about the gory incident which took place 20 years ago in Nepal». www.timesnownews.com (em inglês). Consultado em 3 de fevereiro de 2022