Mausoléu de Baiã Culi Cã – Wikipédia, a enciclopédia livre

Mausoléu de Baiã Culi Cã
Mausoléu de Bayan-Quli Khan
Mausoléu de Bayan-Kuli Khan
Mausoléu de Bayonqulixon
Mausoléu de Baiã Culi Cã
Tipo Mausoléu
Construção meados do século XIV
Geografia
País Usbequistão
Cidade Bucara
Coordenadas 39° 46' 0.5" N 64° 26' 40.5" E
Mapa
Localização em mapa dinâmico

O Mausoléu de Baiã Culi Cã ou Mausoléu de Bayan-Quli Khan (em usbeque: Bayonqulixon maqbarasi é um túmulo monumental do século XIV situado na parte oriental da cidade de Bucara, no Usbequistão, onde está sepultado o Baiã Culi, monarca mongol do Canato de Chagatai entre 1348 e 1358. Junto a ele encontra-se o Mausoléu de Saif ed-Din Bokharzi, de maiores dimensões.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Baiã Culi era nominalmente o soberano do Canato de Chagatai, mas a autoridade de facto estava nas mãos do seu patrono, o amir Cazagã, chefe da tribo mongol dos caraunas, que governava a Transoxiana, Afeganistão e a parte oriental de Coração, que constituía a parte sudoeste do antigo Canato de Chagatai. Enquanto Cazagã viveu, Baiã Culi teve nominalmente a seu cargo o governo de Samarcanda. Em 1358, Cazagã foi assassinado (segundo algumas fontes pelo seu próprio filho Abedalá), Abedalá tomou o poder e matou Baiã Culi. Porém, o seu triunfo foi de pouca duração, pois várias fações em Samarcanda que contestavam a sua autoridade conseguiram expulsá-lo da cidade e ele morreu pouco depois. Com Abedalá fora de cena, é provável que tenham sido os apoiantes de Baiã Culi a ter erigido o mausoléu como memorial permanente do seu reinado.[1][2]

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

Apesar das suas pequenas dimensões — mede apenas 7,5 por 8,5 metros, o mausoléu tem alguns dos melhores exemplares de obras em cerâmica vidrada da Ásia Central. Do ponto de vista da história da arquitetura, é importante e Soustiel e Porter descrevem-no como «o prelúdio arquitetónico dos mausoléus do Shakhi-Zinda», um conjunto de túmulos do período timúrida em Samarcanda do final do século XIV e décadas seguintes.[1]

O pishtaq (portal monumental), apresenta uma faixa impressionante de caligrafia árabe no arco, juntamente com arabescos extensos e fluidos nas duas enjuntas. Os ladrilhos são vidrados vários tons de azul e turquesa, com alguns elementos, como a moldura que abriga as faixas caligráficas, coloridos em lilás-indigo, que Soustiel e Porter sugerem que pode ter sido produzido adicionando estanho ao vidrado de cobalto, um técnica desenvolvida em oficinas de cerâmica persas da Mongólia. Todo o conjunto foi originalmente emoldurado por um friso caligráfico contínuo que corria ao longo da borda externa do pishtaq, de desenho semelhante ao pishtaq do Mausoléu de Najm ad-Din al-Kubra em Köneürgenç (Gurganje) do início do século XIV. Muitos dessas peças estão agora nas mãos de coleções de museus estrangeiros,[1] como por exemplo o Museu de Artes e Ofícios de Hamburgo[3] e o Museu Vitória e Alberto de Londres.[4] Este último tem uma coleção de peças na galeria 133 que foram removidos no final do século XIX.[1]

O interior do mausoléu tem as mesmas cores do pishtaq, embora muitos azulejos tenham caído do teto. A parte inferior da cúpula foi originalmente decorada com faixas concêntricas de hexágonos, formando padrões tesselados intercalados com estrelas e retângulos. Apesar de tudo, o que sobreviveu é suficiente para se ter uma impressão de como era antes.[1]

Abaixo, na zona de transição, as quatro trompas de ângulo e os quatro tímpanos são preenchidos, respetivamente, com abóbadas de muqarnas e arranjos geométricos de ladrilhos poligonais. Estes são emoldurados por faixas de caligrafia com poemas de Saadi de Xiraz (1210–1291/2), que versam sobre a impermanência deste mundo face à morte, um tema muito apropriado para um memorial fúnebre.[1]

Referências

  1. a b c d e f g «Saif ed-Din Bokharzi & Bayan-Quli Khan Tombs, Bukhara, Uzbekistan» (em inglês). Asian Historical Architecture. www.orientalarchitecture.com. Consultado em 22 de janeiro de 2021 
  2. Page, Dmitriy (2008). «Saif ed-Din Bokharzi & Bayan-Quli Khan Mausoleums» (em inglês). pagetour.org. Consultado em 22 de janeiro de 2021 
  3. «Tiles with spiral vines from the Mausoleum of Bayan Qulï Khan» (em inglês). Museu de Artes e Ofícios de Hamburgo. www.mkg-hamburg.de. Consultado em 22 de janeiro de 2021 
  4. «Tile panel, Bukhara (made), ca. 1359 (made)» (em inglês). Victoria and Albert Museum, London. collections.vam.ac.uk. Consultado em 22 de janeiro de 2021 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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