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Mestre Verequete
Informação geral
Nome completo Augusto Gomes Rodrigues
Também conhecido(a) como Verequete
Nascimento 26 de agosto de 1916
Origem Quatipuru, Pará
Morte 3 de novembro de 2009 (93 anos)
Local de morte Belém, Pará
Nacionalidade brasileiro
Gênero(s) Carimbó
Período em atividade 1951 - 2009

Augusto Gomes Rodrigues, mais conhecido como Mestre Verequete (Quatipuru, 26 de agosto de 1916[1] - Belém, 3 de novembro de 2009),[2] foi um músico brasileiro, cantor e compositor de músicas no gênero e ritmo paraense carimbó, com o grupo O Uirapuru. Também chamado de "Rei do Carimbó",[3] disputando o título com Pinduca, outro cantor e compositor do estado do Pará.

Verequete faz parte de uma geração de músicos que ousaram transformar os ritmos populares do interior do estado paraense em sucessos radiofônicos[4] com a inserção de elementos inovadores, músicos como por exemplo: Mestre Vieira, Pinduca e Mestre Cupijó.[4]

O Mestre dedicou sua trajetória na composição do carimbó no estilo tradicional, chamado de “Pau e Corda” ou “Carimbó de Raiz”.[5] Junto com o cantor Pinduca, foi um dos responsáveis pela popularização do carimbó no estado do Pará e projeção nacional no período de 1970 e 1980.[5] Compôs cerca de 200 músicas, além de lançar dez discos e quatro CDs. Ente os sucessos do estão: “O carimbó não morreu”, “Chama Verequete”, “Morena penteia o cabelo” e “Xô peru”.[5]

Em 2014, o ritmo carimbó foi reconhecido como Patrimônio Cultural Brasileiro,[6] aprovado por unanimidade no em setembro, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).[5] Para incentivar este gênero musical patrimônio cultural imaterial, foi criada a Lei Municipal Pinduca em junho de 2017, na Câmara Municipal de Belém, onde as rádios da capital paraense incluirão na programação o momento do carimbó.[6]

História[editar | editar código-fonte]

O Mestre Verequete, nasceu próximo à Quatipuru, interior de Bragança (PA). Gravou 12 discos e tornou-se uma das maiores expressões artísticas do carimbó. Seu apelido “Verequete”, foi recebido enquanto trabalhava na Base Aérea.[7]

Ganhou este apelido após ele narrar aos colegas de trabalho um acontecimento que presenciou em um terreiro, onde um pai de santo cantou “Chama Verequete”. Depois de contar, os colegas passaram a chamá-lo de “Verequete”. Assim. compôs uma das músicas mais populares de sua carreira e, da música parasense, denominada “Chama Verequete”.[7]

Augusto Rodrigues foi casado com Josenilda Pinheiro da Silva (conhecida como Dona Cenira), com quem teve apenas uma filha, Lucimar Rodrigues, mas o mestre tinha outros quatro filhos do primeiro casamento.[8] Cenira e Verequete conheceram-se em 1975, quando está tinha dezoito anos e trabalhava como garçonete em uma boate no bairro do Telégrafo, em Belém, que na ocasião contratou o cantor e o grupo.

A esposa junto com o filho mais velho, Augusto Carlos, e o neto, Felipe Rodrigues, também participaram do grupo O Uirapurú.[8]

Em 2009, o Verequete faleceu na cidade de Belém aos 93 anos, devido pneumonia grave e infecção generalizada.[8] Três anos após o então presidente Lula condecorou Verequete com o título de Comendador da Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura,[5] uma das mais importantes honrarias do Governo Federal Brasileiro.[8]

É tema de várias publicações acadêmicas e, também foi imortalizado em 2002 com o documentário "Chama Verequete", dirigido por Rogério Parreira e Luiz Arnaldo Campos.[5][7] Mesmo falecido, o Mestre continua sendo fonte de inspiração e aprendizado para quem mergulha no universo do carimbó.[7]

Discografia[editar | editar código-fonte]

Segue a discografia do grupo O Uirapurú:[9]

  • O Legítimo Carimbó ‎(CID) - 1974;
  • O Legitimo Carimbó, Vol. 2 (CID) - 1974;
  • Conjunto Uirapuru (Tapecar) - 1974;
  • Verequete e o Conjunto Uirapurú - O Legítimo Carimbó Vol III‎ (CID)- 1975;
  • Al Son De Carimbo ‎(Tropical) - 1980;
  • Verequete e Conjunto Uirapuru Vol 9 ‎(Gravasom) - 1980;
  • A Volta Do Carimbó ‎(Gravodisco) - 1994
  • Verequete da Coluna (Zig Zag) - 1999;
  • Uirapuru Chama Verequete ‎(Na Music) - 2011
  • Conjunto O Irapuru Do Verequete (Spot) - Desconhecido.

Singles[editar | editar código-fonte]

  • Mambo Assanhado ‎(Tapecar) - Desconhecido.[9]

Referências

  1. Hospital confirma morte do Mestre Verequete Diário do Para - acessado em 24 de julho de 2010
  2. (6 de novembro de 2020). «Morre Mestre Verequete, o rei do carimbó». Acervo. Correio Braziliense. Consultado em 16 de setembro de 2020 
  3. «José Nery lamenta a morte de Mestre Verequete, o 'Rei do Carimbó'». Senado Federal do Brasil. Senado Notícias. 3 de novembro de 2009. Consultado em 10 de abril de 2018 
  4. a b «Adeus ao grande mestre brasileiro». Notícias de Cultura. Portal Diário do Pará on-line. 26 de setembro de 2012. Consultado em 12 de março de 2018 
  5. a b c d e f «Músicos paraenses celebram o carimbó de Verequete». Portal Leia Já. Consultado em 10 de abril de 2018 
  6. a b «Rádios de Belém serão obrigadas a transmitir o momento do carimbó». Agência Brasil. Amazonas Atual. 2 de junho de 2017. Consultado em 10 de abril de 2018 
  7. a b c d «Verequete é homenageado». Magazine ORM. Portal ORM News. 21 de agosto de 2015. Consultado em 12 de março de 2018 
  8. a b c d «Morre Mestre Verequete». noticias.orm.com.br. Consultado em 27 de agosto de 2018 
  9. a b «Verequete». Discogs (em inglês). Consultado em 27 de agosto de 2018 

Ver também[editar | editar código-fonte]

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