Integração sul-americana – Wikipédia, a enciclopédia livre

Diagrama da integração sul-americana em termos adesão

Entre outros mecanismos, a integração sul-americana vem ocorrendo por meio dos instrumentos listados a seguir.

O projetos de integração física iniciados com a Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA) foram absorvidos pelo Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN) da UNASUL, quando foi decidida substituição do Comitê de Direção Executiva (CDE) da IIRSA pelo Comitê Coordenador do COSIPLAN.[1]

História[editar | editar código-fonte]

A América do Sul foi ao longo de cinco séculos, palco das mais violentas batalhas do continente americano. Desde a chegada dos espanhóis e portugueses ao continente, a Bacia do Prata foi cenário das disputas luso-espanholas por território (o território que hoje é o Uruguai já foi espanhol, português, novamente espanhol e brasileiro). Entretanto, ao mesmo tempo, nesta região situam-se capítulos fundamentais da emancipação política e econômica dos futuros sócios do Mercosul.[2]

Durante os séculos XVI e XVII, a Espanha organizou o sistema comercial de suas colônias em torno do esquema de "frotas e galeões", autorizando somente a alguns portos o direito de enviar ou receber mercadorias originárias dessas colônias. Para cidades como Buenos Aires, fundada em 1580, esse sistema ameaçava o desenvolvimento econômico da região. Para enfrentar esse confinamento econômico, a população de Buenos Aires percebeu a única saída possível: o intercâmbio comercial (ainda que ilegalmente) com o Brasil. Esse foi o início de uma relação que estava destinada a crescer cada vez mais.[carece de fontes?]

No século XIX, o processo de emancipação política da América do Sul acentuou os contrastes existentes entre os países da região. Neste período, ocorreram importantes capítulos da história do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Basta citar a Guerra da Cisplatina, a independência da República Oriental do Uruguai, Guerra Grande uruguaia, a Revolução Farroupilha, a disputa entre unitários e federalistas na Argentina e a Guerra do Paraguai: alianças, intervenções e conflitos que forjaram o contexto histórico de formação dos Estados nacionais platinos.[carece de fontes?]

Em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, pela primeira vez, Brasil e Argentina tentaram a criação de uma União Aduaneira entre as suas economias. Porém, isso não se concretizou devido às diferenças diplomáticas dos países em relação às políticas do Eixo, após o ataque a Pearl Harbor. Com o fim da guerra, a necessidade de interação entre as nações se tornou iminente e, consecutivamente, a formação dos blocos econômicos, entretanto na América Latina não houve uma união que tenha obtido resultados satisfatórios.[carece de fontes?]

Organizações intergovernamentais[editar | editar código-fonte]

São cinco organizações internacionais governamentais de caráter multilateral existente na América do Sul, as quais estão descritas em tabela abaixo. O nível de participação entre os países é diferente, conforme sua estratégia de política externa e interpretação do regionalismo e da integração regional. Nenhum país participa de todas elas, seja por decisão própria, como mencionado anteriormente, ou devido a critérios de admissão da organização. Bolívia e Brasil são membros de quatro organizações; Argentina, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, de três; Guiana e Suriname, de duas; e Chile, de apenas uma.[carece de fontes?]

Nome oficial: União de Nações Sul-Americanas
Membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai, Venezuela.
Sede: Equador Quito, Bolívia Cochabamba
Fundação: 4 de julho de 2008
Tipo: Integração multissetorial
Anexos: Pretende conseguir uma integração similar à alcançada na Europa.
Nome oficial: Mercado Comum do Sul
Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Venezuela (Suspensa)
Sede: Uruguai Montevidéu
Fundação: 26 de março de 1991
Tipo: Bloco comercial
Anexos: Parlamento do Mercosul
Nome oficial: Comunidade Andina
Membros: Bolívia, Equador, Colômbia, Peru
Sede: Peru Lima
Fundação: 26 de maio de 1969
Tipo: Bloco comercial
Anexos: Parlamento Andino
Nome oficial: Organização do Tratado de Cooperação Amazônica
Membros: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela.
Sede: Brasil Brasília
Fundação: 14 de dezembro de 1998
Tipo: Bloco socioambiental
Nome oficial: Comitê Intergovernamental Coordenador dos Países da Bacia do Prata
Membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai, Uruguai.
Sede: Argentina Buenos Aires
Fundação: 23 de abril de 1969
Tipo: Bloco socioambiental

Integração monetária[editar | editar código-fonte]

Ao longo da década de 2000, vários presidentes da América do Sul defenderam a proposta de uma unidade monetária regional sul-americana emitida futuramente pelo Banco do Sul para os então membros da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL).[3][4][5]

Sem denominação definida, foram propostos vários nomes como condor, peso americano, latino, pacha,[6] sucre, colombo, peso-real[7] cruzeiro do sul, entre outras.

Ficaria a cargo do Banco do Sul estabelecer a política monetária e os projetos de desenvolvimento de finanças. Um dos objetivos da união monetária é o estabelecimento de uma moeda única sul-americana. Apoio à criação dessa moeda foi prestado em Janeiro de 2007 pelo presidente peruano Alan García,[8] e tem sido apoiada por outras nações sul-americanas, inclusive o presidente boliviano Evo Morales em abril do mesmo ano, o qual propôs que a Unasul estabeleça uma moeda única chamada "Pacha" ("terra" em idioma quíchua), deixando claro que cada país faça a sua proposta para o nome da moeda, e que essa circule pelos países membros do bloco.[9]

Em um artigo escrito em 2022 por Fernando Haddad e Gabriel Galípolo,[10] os dois autores defenderam a proposta de uma moeda em comum designada sur para a América do Sul. A ideia também foi defendida em 22 de janeiro de 2023 em artigo conjunto publicado pelos governos de Alberto Fernández, da Argentina, e de Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil. A proposta visa transações financeiras e comerciais, sendo uma forma de barrar a influência chinesa na região.[11][12]

Referências

  1. «Conselho de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN) da UNASUL - Rio de Janeiro, 28 de abril de 2011» 
  2. Redação. «Resumo de geografia: Bacia do Prata e a integração territorial no Mercosul». Guia do Estudante 
  3. El País (12 de dezembro de 2007). «Ecuador apoya una moneda única para Suramérica» (em espanhol). Consultado em 28 de janeiro de 2009 
  4. TeleSUR (23 de abril de 2007). «Evo Morales exhortó a miembros de UNASUR a adoptar moneda única» (em espanhol). Consultado em 28 de janeiro de 2009 
  5. Agência Brasil; Folha Online (26 de maio de 2008). «Lula cogita criação de moeda e banco central únicos na América do Sul». Consultado em 28 de janeiro de 2009 
  6. «Morales propõe moeda única para União de Nações Sul-Americanas». Folha.com. 21 de abril de 2007. Consultado em 31 de janeiro de 2012 
  7. «Guedes e Ciro defendem moeda única sul-americana». DCI. 9 de abril de 2008. Consultado em 31 de janeiro de 2012 
  8. People's Daily Online (17 de janeiro de 2007). «Peruvian president calls for single currency in South America» (em inglês). Consultado em 22 de setembro de 2007 
  9. Central Única dos Trabalhadores. «Presidente boliviano propõe nome para moeda única sul-americana, mas deixa que outros presidentes também o façam». Consultado em 21 de janeiro de 2008 
  10. «Lula e Fernández defendem moeda comum sul-americana em artigo conjunto». G1. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  11. «Sur: Brasil vai pedir que acordo deixe claro que moeda comum com Argentina não substituirá real ou peso». O Globo. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  12. «Brasil vai pedir que acordo deixe claro que moeda comum com Argentina não substituirá real ou peso». Exame. 23 de janeiro de 2023. Consultado em 25 de janeiro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]