Morte de Fidel Castro – Wikipédia, a enciclopédia livre

Fidel Castro em 2003

Fidel Alejandro Castro Ruz, o 15.º Presidente de Cuba, em 25 de novembro de 2016, morreu de causas naturais aos 90 anos em sua residência em Havana, Cuba. A morte de Fidel Castro foi anunciada publicamente por seu irmão que viria a ser o Presidente do país, Raúl Castro, através da rede de televisão estatal.[1][2][3] A notícia da morte de Castro, que governara a ilha caribenha por mais de cinco décadas, foi recebida com pesar pela maioria dos governos estrangeiros, como Dinamarca, França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos.[4] No entanto, uma grande multidão de cubano-americanos residentes em Miami celebraram o ocorrido como uma nova página na política externa do país.[5]

Segundo Raúl Castro, os restos mortais do líder cubano foram cremados "atendendo sua própria vontade expressa". O Conselho de Estado de Cuba decretou nove dias de luto nacional, desde seu falecimento até seu sepultamento em 4 de dezembro no Cemitério de Santa Efigênia, Santiago de Cuba.[6] A cerimônia fúnebre contou com a presença de inúmeros dignitários e chefes de Estado estrangeiros. Em 28 de novembro, milhares de populares participaram de um evento público em homenagem a Fidel Castro na Praça da Revolução.[7][8] Alguns líderes regionais, como o Presidente mexicano Enrique Peña Nieto e o Presidente venezuelano Nicolás Maduro, discursaram sobre o legado de Castro.[9][10][11]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Em abril de 2016, Fidel Castro afirmou em reunião com o Partido Comunista de Cuba: "Eu farei 90 anos em breve. Então, serei como todos os outros. O tempo chegará para todos nós, mas os ideais dos comunistas cubanos permanecerão como prova neste planeta de que se são trabalhos com fervor e dignidade, podem produzir os bens materiais e culturais de que a humanidade precisa, e precisamos lutar sem parar para alcançá-los."[12] Em fevereiro de 2016, seu irmão mais velho, Ramón Castro Ruz, havia falecido aos 91 anos de idade.[13]

A morte de Castro era esperada na Flórida, onde a imprensa e oficiais do governo esperavam que o fato causaria celebrações caóticas e planos de mudança do regime político de Cuba. O governo da cidade de Miami até mesmo considerou abrir o Orange Bowl Stadium para celebrações pela multidão; algumas escolas funcionaram em meio-período; e forças policiais bloquearam alguns portos regionais para evitar que possíveis exilados cubanos aportassem na ilha [carece de fontes?].

Funeral[editar | editar código-fonte]

Sepultura, Santa Ifigenia

Após a morte de Fidel Castro, seu irmão Raúl Castro anunciou: "De acordo com o desejado pelo Companheiro Fidel, seu corpo será cremado nas próximas horas".[14]

O ataúde contendo as cinzas de Castro foi disposto no Memorial José Martí, em Havana, nos dias 28 e 29 de novembro para homenagens públicas.[15] Numa cerimônia que reuniu milhares de apoiadores de Castro e liderada por Raúl Castro, vários líderes estrangeiros discursaram em sua homenagem, nomeadamente Enrique Peña Nieto, Rafael Correa, Evo Morales, Nicolás Maduro, Jacob Zuma, entre outros.[16][17][18] De 29 de novembro a 3 de dezembro, o ataúde foi transportado por 900 km até a cidade de Santiago de Cuba, refazendo o trajeto da "Caravana da Liberdade" de Janeiro de 1959, quando Castro tomou o poder.[19][20] Em 3 de dezembro, uma multidão se reuniu na Praça Antonio Maceo para outras homenagens a Castro. Em 4 de dezembro, as cinzas de Fidel foram sepultadas no Cemitério de Santa Efigênia, onde também se encontram os restos mortais de José Martí.[15]

Dignitários estrangeiros[editar | editar código-fonte]

Diversos países enviaram representantes ou chefes de Estado às cerimônias fúnebres de Fidel Castro; Em sua grande maioria, os chefes de Estado presentes eram da América Latina e da África.

Outros participantes do funeral, ainda que não do campo político, foram o ator e ativista social Danny Glover[21] e o futebolista argentino Diego Maradona.[22] O pregador e líder dos direitos civis estadunidense Jesse Jackson viajou a Cuba para as cerimônias, tendo realizado um discurso em Havana.[23]

Referências

  1. «Fidel Castro dies at 90». BBC News 
  2. «Raul Castro annonce à la télévision la mort de son frère Fidel». Le Monde. 26 de novembro de 2016 
  3. «Así anunció Raúl Castro la muerte de Fidel Castro». El País. 26 de novembro de 2016 
  4. «Líderes da América Latina comentam morte de Fidel Castro». Agência Brasil. 26 de novembro de 2016 
  5. «Donald Trump calls Fidel Castro 'brutal dictator'». BBC News. 26 de novembro de 2016 
  6. «Funeral de Fidel é marcado para 4 de dezembro». Agência Brasil. 26 de novembro de 2016 
  7. «Miles de cubanos rinden homenaje al comandante Fidel Castro». TeleSur. 28 de novembro de 2016 
  8. «Millones de compatriotas honran a Fidel en la Plaza de la Revolución». Cuba Periodistas. Novembro de 2016 
  9. Reséndiz, Francisco (29 de novembro de 2016). «Fidel Castro quise mucho a México: Peña Nieto». El Universal 
  10. «Así le dijeron adiós a Fidel Castro los mandatarios latinoamericanos». CNN Español. 29 de novembro de 2016 
  11. Alexander, Harriet (30 de novembro de 2016). «Plaza de la Revolucion fills for Fidel Castro for one final farewell». The Telegraph 
  12. Carroll, Rory (19 de abril de 2016). «Fidel Castro bids farewell to Cuba's Communist party congress». The Guardian 
  13. «Irmão do presidente de Cuba, Ramón Castro morre aos 91 anos». Exame. 24 de fevereiro de 2016 
  14. «Fidel Castro, Cuba's longtime leader, dies at 90». RT 
  15. a b «Complete Schedule for Funeral Rites of Fidel Castro in Cuba». Havana Times 
  16. «World leaders bid farewell to Cuba's Fidel Castro». Miami Herald. 29 de novembro de 2016 
  17. «Fidel Castro death: Cuba holds huge rally in Havana». BBC News. 30 de novembro de 2016 
  18. «Cubans say goodbye to Fidel Castro's ashes in four-day funeral procession». The Guardian. 30 de novembro de 2016 
  19. «Fidel Castro's ashes return to the city where the revolution began». Miami Herald. 3 de dezembro de 2016 
  20. «Fidel Castro's funeral procession reaches final destination». Euro News. 12 de março de 2016 
  21. Oppmann, Patrick (29 de novembro de 2016). «edition.cnn.com/2016/11/29/americas/cuba-fidel-castro-funeral-guests/index.html». CNN 
  22. «'I feel Cuban': aradona arrives for Castro's funeral». Jamaica Observer. Consultado em 4 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 3 de dezembro de 2016 
  23. «Rev. Jesse Jackson invited to speak at Fidel Castro's serice in Cuba». ABC News. 29 de novembro de 2016. Consultado em 4 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 1 de dezembro de 2016 
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