Nação Selvática – Wikipédia, a enciclopédia livre

A Nação da Selvática, também conhecida como República da Selva, era um estado não reconhecido, que existiu entre 1899 e 1900, no território moderno do Peru, dentro dos departamentos de Loreto, São Martinho e Ucaiáli. Foi proclamado em 22 de maio de 1899 pelo coronel Emilio Vizcarra, que então adquiriu o título de Líder Supremo. O estado foi formado a partir do território do Departamento de Loreto, no Peru.[1] Foi reincorporado ao Peru em 1900, logo após a morte de Vizcarra em 27 de fevereiro de 1900.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Em 1896, os coronéis Eduardo Jessup e Emilio Vizcarra lideraram a campanha terrestre de Cajamarca para intervir na Insurreição Loretana, lutando contra as forças do autoproclamado Estado Federal de Loreto.[3][4] A rebelião foi derrotada em 10 de julho de 1896, com a reincorporação do Estado Federal ao Peru. Em seguida, Vizcarra foi nomeado pelo governo peruano como prefeito do restabelecido Departamento de Loreto.[5] A identidade regional Loretana e o caos social ainda estavam presentes entre o público e, eventualmente, Vizcarra começou a compartilhar as visões pró-regionais.[6]

Em 22 de maio de 1899, Vizcarra anunciou a independência do Departamento de Loreto como um estado soberano, chamado Nação Selvática. Ele também se intitulou o líder supremo do referido país. O empresário Juan Jiménez Pimentel financiou sua campanha política em todo o estado. Eduardo López de Romaña, o presidente do Peru, na reação à declaração, havia ordenado ao coronel Teobaldo Gutiérrez que cercasse o território sul do autoproclamado Estado, agora localizado dentro do Departamento de San Martinho.[6] A reação dos países vizinhos Brasil, Colômbia e Equador foi indiferente.[7]

Em 27 de fevereiro de 1900, durante uma turnê pelas cidades de Loreto para nomear novas autoridades, Vizcarra se envolveu em uma revolta civil na praça Plaza de Armas em Moyobamba. A revolta foi a resposta aos abusos cometidos pelas milícias de Vizcarra contra a população local. Durante a luta, o líder supremo foi atingido letalmente com uma pedra na cabeça, por uma mulher de sobrenome Tapullima. Após sua morte, o Estado caiu alguns dias depois e foi reincorporado ao Peru.[5] Os eventos aconteceram em paralelo à Revolução Acriana e o conflito entre Bolívia e Brasil.

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Loreto: ¿Estado Federal o República». diariolaregion.com (em espanhol) 
  2. «Joaquín Capelo: Special Commissioner of the Supreme Government and Prefect of the Department of Loreto (1899-1900)». revistas.pucp.edu.pl (em espanhol) 
  3. «02 de mayo de 1896, un día como hoy se inicia el intento federalista de Loreto». perunoticias.tv (em espanhol) 
  4. Frederica Barclay Rey de Castro, El Estado Federal de Loreto, 1896
  5. a b «Joaquín Capelo: Special Commissioner of the Supreme Government and Prefect of the Department of Loreto (1899-1900)». revistas.pucp.edu.pl (em espanhol) 
  6. a b «Loreto: ¿Estado Federal o República». diariolaregion.com (em espanhol) 
  7. Jordán, Pilar García; Vila, Núria Sala i (1998). La nacionalización de la Amazonía (em espanhol). [S.l.]: Edicions Universitat Barcelona