Nevita – Wikipédia, a enciclopédia livre

Nevita
Nacionalidade
Império Romano
Etnia Germânica
Ocupação General

Flávio Nevita (em latim: Flavius Nevitta) foi um oficial romano do século IV, de provável origem germânica, que esteve ativo durante o reinado dos imperadores Constâncio II (r. 337–361) e Juliano, o Apóstata (r. 361–363). É notório por ter tomado parte na marcha em direção a Constantinopla realizada pelo exército de Juliano em 361 e participado na Comissão da Calcedônia do mesmo ano, bem como por ter se tornado cônsul posterior em 362 e ter participado na campanha de Juliano contra o Império Sassânida de 363.

Vida[editar | editar código-fonte]

Soldo de Constâncio II (r. 337–363)
Soldo de Juliano, o Apóstata (r. 361–363)

Nevita aparece pela primeira vez nas fontes em 358, quando, servindo como prepósito da cavalaria, esteve na Récia na ocasião da expedição de Barbácio contra os jutungos.[1] Em 361, foi nomeado pelo imperador Juliano, o Apóstata (r. 361–363) como mestre da cavalaria em substituição de Gomoário. Nesse mesmo ano, quando Juliano realizou uma marcha com seu exército em direção a Constantinopla, Nevita comandou a porção que moveu-se através da Récia. Ao chegar em Sirmio, recebeu ordens de Juliano para que ocupasse o passo de Suci (atual Ihtiman, na Bulgária), na Ilíria.[2]

Nevita participou no Tribunal da Calcedônia conveniada por Juliano no final de 361. Em 362, foi nomeado cônsul posterior ao lado de Cláudio Mamertino e participou na campanha de Juliano contra o Império Sassânida de 363, onde liderou a ala direita do exército romano. Segundo Amiano Marcelino, quando os romanos viram-se diante do reduto persa de Maiozamalca, Nevita e Dagalaifo foram responsáveis pela construção dum túnel sob os muros que lhes permitisse tomar a cidade.[2]

Nevita também teria se envolvido no debates que se seguiram à morte de Juliano para decidir seu sucessor. Na ocasião, liderou ao lado de Dagalaifo a facção pró-gaulesa dos oficiais, que pretendia nomear um imperador entre os seus, e, portanto, opôs-se a Arinteu e Vítor, antigos oficiais de Constâncio que gostariam de fazer o mesmo com um dos seus. Não é mencionado depois disso e talvez tenha sido demitido por Joviano (r. 363–364) ou Valentiniano I (r. 364–375).[2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Cônsul do Império Romano
Precedido por:
Tauro

com Florêncio

Nevita
362

com Cláudio Mamertino

Sucedido por:
Juliano IV

com Salústio


Referências

  1. Martindale 1971, p. 626.
  2. a b c Martindale 1971, p. 627.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Martindale, J. R.; A. H. M. Jones (1971). The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press