Nossa Senhora Achiropita – Wikipédia, a enciclopédia livre

Imagem de Nossa Senhora Achiropita na igreja da mesma denominação no bairro do Bixiga, cidade de São Paulo, Brasil.

Nossa Senhora Achiropita é um dos nomes atribuídos a Maria, Mãe de Jesus, que está inscrito em uma igreja de Rossano, na Calábria.[1]

No Brasil, as manifestações colectivas tiveram início em 1908, em uma residência particular no bairro do Bixiga, em São Paulo. Em sua homenagem, a Festa da Padroeira Nossa Senhora Achiropita é celebrada no bairro anualmente ao mês de agosto.[2]

Origem e História: Nossa Senhora Achiropita[editar | editar código-fonte]

Por volta do século VII, de acordo com a Tradição cristã, uma pintura da Virgem foi retratada de forma milagrosa em uma igreja na cidade italiana de Rossano, na Calábria. O nome Achiropita, do grego Acheiropoieta, quer dizer “não feito por mãos”, no sentido de ter sido realizada por meio de uma intervenção divina, e não por mãos humanas.[3]

Conta-se que um grande artista começara a pintar a imagem de Maria durante o dia, mas, à noite, a imagem desaparecia. Assim, foi colocado um vigia para observar a pintura, caso algum intruso estivesse obstruindo o trabalho do pintor. Certa noite, uma bela mulher com uma criança em seu colo teria insistido e conseguido permissão para entrar no santuário e rezar, pois não se pensou que ela pudesse fazer algo de errado. Como a mulher passasse muitos minutos dentro do santuário sem sair, o vigia foi ao seu encontro e, quando entrou, ficou surpreso ao descobrir a imagem da mulher e do menino estampada no lugar da pintura que sumira. Assim, impressionado, saiu gritando pelas ruas: “Nossa Senhora Achiropita!, Nossa Senhora Achiropita!”. Os imigrantes italianos trouxeram para o Brasil essa devoção mariana, a qual também se cultua como protetora e mãe dos cristãos.[1]

Festa da Padroeira Nossa Senhora Achiropita[editar | editar código-fonte]

Em 1908, em Bela Vista, na região conhecida como Bixiga, pela primeira vez os imigrantes italianos realizaram festas em devoção à Padroeira Nossa Senhora Achiropita, inicialmente buscando arrecadar fundos para a construção da Igreja de Nossa Senhora Achiropita.[2] O dia da Assunção de Nossa Senhora é celebrado a 15 de agosto e a festa em sua homenagem é realizada, atualmente, durante todo este mês, sendo a maior festividade religiosa da cidade de São Paulo, ocasião em que estão presentes elementos da cultura afro-brasileira.[4]

No Brasil, é considerada a Padroeira da Paróquia Nossa Senhora Achiropita e do bairro do Bixiga.[1]

Os festejos causam grande impacto religioso, econômico e cultural, na região, devido aos mais de 200 mil visitantes, vindos de São Paulo e de todo o Brasil. Grande parte das pessoas vão à igreja participar das missas, que ocorre de hora em hora. A Festa da Padroeira Nossa Senhora Achiropita é mais conhecida no Brasil do que na própria Itália. Toda a renda arrecadada com a Festa, através do trabalho dr mais de mil voluntários durante todo o mês de agosto, financia e mantém as Obras Sociais promovidas pela paróquia.[2] Em 2016 a celebração comemorou sua 90ª edição, com o tema: "No sim de Maria, a Misericórdia se revela", e contou com apresentações artísticas e mais de trinta barracas de comidas típicas, novenas, solenidades à santa, bençãos e procissões pelas ruas do bairro do Bixiga e da Bela Vista, além da presença de vários convidados civis e religiosos.[5] Em todo o mundo, há apenas duas igrejas devotadas à Nossa Senhora Achiropita: além da Paróquia de Nossa Senhora Achiropita, em São Paulo, há a Catedral de Maria Santíssima Achiropita, que fica na Itália, na cidade de Rossano.[6]

Cidade de São Paulo[editar | editar código-fonte]

A cidade de São Paulo foi fundada em 25 de janeiro de 1554, pelos padres jesuítas, Manoel da Nóbrega e José de Anchieta. O nome São Paulo é atribuído a cidade, porque neste dia 25 de janeiro é celebrada a conversão do apóstolo Paulo de Tarso. Atualmente a cidade de São Paulo é o principal centro financeiro, mercantil e corporativo da América do Sul, e é a cidade mais populosa do Brasil, com cerca de 10 milhões de habitantes, sendo, também, a sétima cidade mais populosa do planeta. A cidade de São Paulo é a mais multicultural do Brasil devido a diversidade de grupos populacionais de imigrantes que aqui chegaram, vindos de todas as partes do mundo, com destaque à forte presença da comunidade italiana, pois cerca de 6 em cada 10 habitantes possuem alguma ascendência italiana, marcando presença em toda a cidade.[7]

Bairro Bela Vista / Bixiga[editar | editar código-fonte]

O bairro Bela Vista é também chamado bairro do Bixiga, dependendo da época, é um bairro emblemático, dos mais tradicionais e é considerado o mais paulistano da cidade de São Paulo. O bairro surgiu em torno de 1870 e foi povoado por imigrantes italianos que acabavam de chegar ao Brasil, assumindo a característica cultural deste povo, o bairro ainda mantém vivas a cultura, as tradições e a religiosidade. O bairro Bela vista ou Bixiga é um lugar onde se reúnem pessoas de ideologias comuns, entre as quais estão os intelectuais, artistas e pessoas que gostam da cultura e costumes da região, como a culinária. Com enfoque cultural o italiano Franco Zampari fundou o extinto TBC – Teatro Brasileiro de Comédia, por onde passaram artistas conhecidos, como: Cacilda Becker, Paulo Autran e Sérgio Cardoso, com referência ao Teatro de mesmo nome na região. Pelo entorno deste bairro há outros teatros conhecidos, como Teatro: Abril, Bibi Ferreira, o Brigadeiro, o Cultura Artística e o Ruth Escobar. Ainda na cultura o bairro Bela Vista / Bixiga abriga o Museu dos Óculos Gioconda Giannini e a Feira de Antiguidades da Praça Dom Orione. Na Feira de Antiguidades há por volta de 300 barracas que dispõem de artigos diversos, obras de arte, culinária e outras curiosidades. O bairro conta com construções históricas, como a bonita escadaria do Bixiga, unindo a parte alta do bairro, situada na rua dos Ingleses à parte baixa do bairro, situada na rua Treze de Maio, assim, permitindo o acesso ao pólo de cultura de um lado e às cantinas e feira do outro.[8]

O Bixiga também é considerado o retrato mais fiel da Cidade de São Paulo. A região é um Pólo Cultural, e sua história pode ser pesquisada no Museu Memória do Bixiga. O bairro deixou de ser chamado, oficialmente Bexiga, em 1910, tornando-se Bela Vista, mas tradicionalmente muitas pessoas o conhecem popularmente como Bixiga.[9]

Referências

  1. a b c [1] História de Nossa Senhora Achiropita. Acessado: 07/01/2016
  2. a b c [2] Festa da Padroeira / O início dos festejos. Acessado: 07/01/2016
  3. [3] Santos Católicos / Biografias. Acessado: 07/01/2016
  4. [4] Axé, madona Achiropita!: presença da cultura afro-brasileira nas celebrações da Igreja de Nossa Senhora Achiropita, em São Paulo. Acessado: 18/01/2016
  5. [5] Programação Festa de N Sra Achiropita. Acessado: 14/09/2016
  6. [6] Santos católicos / Biografias. Acessado: 07/01/2016
  7. [7] São Paulo (cidade). Acessado: 07/01/2016
  8. [8] Bairro do Bixiga / Bela Vista. Acessado: 07/01/2016
  9. [9] Portal da Prefeitura da Cidade de São Paulo. Acessado 12/01/2016.