Ocupação japonesa de Hong Kong – Wikipédia, a enciclopédia livre

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香港占領地[1]
Honkon senryō-chi

Ocupação japonesa de Hong Kong

Colónia do Império do Japão


1941 – 1945
Flag Brasão
Bandeira Selo Imperial
Localização de
Localização de
A zona de ocupação de Hong Kong (vermelho escuro) dentro do Império do Japão (vermelho claro) na sua extensão mais longínqua.
Continente Ásia
Região Ásia Oriental
País Hong Kong
Capital Tóquio
35° 41' N 139° 46' E
Língua oficial japonês
cantonês
Religião Xintoísmo
Governo Monarquia constitucional
Imperador do Japão
 • 1941–1945 Hirohito
Governador de Hong Kong
 • 1941–1942 Takashi Sakai
Masaichi Niimi
 • 1942–1944 Rensuke Isogai
 • 1944–1945 Hisakazu Tanaka
Período histórico Segunda Guerra Mundial
 • 8 a 25 de dezembro de 1941 Batalha de Hong Kong
 • 25 de dezembro de 1941 Rendição de Hong Kong
 • 25 de dezembro de 1941 Transferência para a Marinha Real
 • 15 de agosto de 1945 Rendição do Japão
Área
 • 1941[2][3] 1 042 km2
População
 • 1941[2][3] est. 1 639 000 
     Dens. pop. 1 572,9 hab./km²
 • 1945[2][4] est. 600 000 
     Dens. pop. 575,8/km²
Moeda Iene militar japonês

A ocupação imperial japonesa de Hong Kong começou quando o Governador de Hong Kong, Sir Mark Young, entregou a colônia da Coroa Britânica de Hong Kong ao Império do Japão em 25 de dezembro de 1941. A rendição ocorreu após 18 dias de luta feroz contra as esmagadoras forças japonesas que tinham invadido o território.[5][6] A ocupação durou três anos e oito meses até a rendição do Japão no final da Segunda Guerra Mundial.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

A invasão imperial japonesa da China[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Segunda Guerra Sino-Japonesa

Durante a invasão japonesa da China em 1937, Hong Kong não foi invadida, pois fazia parte do Império Britânico. No entanto, a guerra na China influenciou sua situação devido à proximidade com a China continental. No início de março de 1939, duas bombas caíram acidentalmente sobre Hong Kong durante um bombardeio na cidade de Shenzhen e destruíram uma ponte e uma estação de trem.[7]

Segunda Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

Em 1936, a Alemanha e o Império do Japão assinaram o Pacto Anticomintern. Em 1937, a Itália Fascista aderiu ao pacto, formando a aliança militar do que viria a ser conhecido como as Potências do Eixo.[8] No outono de 1941, a Alemanha Nazista estava próxima do auge de seu poder militar. Após a invasão da Polônia e a queda da França, as forças alemãs haviam invadido grande parte da Europa Ocidental.[9] Os Estados Unidos eram neutros e a oposição à Alemanha Nazista foi dada apenas pela Grã-Bretanha, a Comunidade Britânica e a União Soviética.[10] Os Estados Unidos deram pouco apoio à China em sua luta contra a invasão do Japão Imperial.[11] Em 7 de dezembro de 1941, o Japão entrou na Segunda Guerra Mundial com a ocupação japonesa da Malásia, além de outros ataques, como o ataque à base naval americana em Pearl Harbor e às Filipinas dominadas pelos norte-americanos, e a ocupação japonesa da Tailândia.

Controle da colônia[editar | editar código-fonte]

Rensuke Isogai, líder do governo militar da colônia durante o período de ocupação japonesa.

Durante todo o período de domínio japonês, Hong Kong foi governada como um território ocupado sob a lei marcial.[12] Liderados pelo general Rensuke Isogai, os japoneses estabeleceram seu centro administrativo e sua sede militar em Kowloon. O governo militar — incluindo os departamentos administrativo, civil, econômico, judicial e naval — promulgou regulamentos rigorosos e, através de gabinetes executivos, exerceu o poder sobre todos os residentes de Hong Kong. Além do governador Mark Young, 7.000 soldados e civis britânicos foram enviados para campos de concentração.[13]

Economia[editar | editar código-fonte]

Todas as atividades comerciais e econômicas foram estritamente regulamentadas pelas autoridades japonesas, que assumiram o controle da maioria das fábricas. As forças ocupantes proibiram o dólar de Hong Kong e substituíram-no pelo iene militar japonês.[14] Os residentes de Hong Kong ficaram empobrecidos pela taxa de câmbio injusta e imposta à força, o governo imperial japonês vendeu o dólar de Hong Kong para ajudar a financiar a sua economia durante a guerra. Em junho de 1943, o iene militar passou a ser a única moeda em curso legal.[15] A implementação de transportes públicos e os serviços públicos falharam inevitavelmente, devido à escassez de combustível e ao bombardeamento aéreo de Hong Kong pelos norte-americanos. Dezenas de milhares de pessoas ficaram desabrigadas e desamparadas, e muitas delas foram empregadas na construção naval e civil.[16]

A rendição japonesa[editar | editar código-fonte]

Documento da rendição japonesa.

A ocupação japonesa de Hong Kong terminou em 1945, após a rendição do Japão em 15 de agosto de 1945.[6][17][17][18] Hong Kong foi entregue pelo Exército Imperial Japonês à Marinha Real Britânica em 30 de agosto de 1945; o controle britânico sobre Hong Kong foi assim restaurado. O general Takashi Sakai, que liderou a invasão de Hong Kong e posteriormente foi governador-geral durante a ocupação japonesa, foi julgado como criminoso de guerra, condenado e executado na tarde de 30 de setembro de 1946.[19]

Referências

  1. Fung, Chi Ming. [2005] (2005). Reluctant heroes: rickshaw pullers in Hong Kong and Canton, 1874–1954. Hong Kong University Press. ISBN 962-209-734-0, ISBN 978-962-209-734-6. p.130, 135.
  2. a b Courtauld, Caroline. Holdsworth, May. [1997] (1997). The Hong Kong Story. Oxford University Press. ISBN 0-19-590353-6. pp. 54–58.
  3. Stanford, David. [2006] (2006). Roses in December. Lulu press. ISBN 1-84753-966-1.
  4. Chan, Shun-hing. Leung, Beatrice. [2003] (2003). Changing Church and State Relations in Hong Kong, 1950–2000. Hong Kong: HK university press. p. 24. ISBN 962-209-612-3.
  5. Snow, Philip. [2004] (2004). The fall of Hong Kong: Britain, China and the Japanese occupation. Yale University Press. ISBN 0-300-10373-5, ISBN 978-0-300-10373-1.
  6. a b Mark, Chi-Kwan. [2004] (2004). Hong Kong and the Cold War: Anglo-American relations 1949–1957. Oxford University Press publishing. ISBN 0-19-927370-7, ISBN 978-0-19-927370-6. p 14.
  7. «WAR IN CHINA: WAR IN CHINA». Time (em inglês). 6 de março de 1939. ISSN 0040-781X. Consultado em 7 de setembro de 2020 
  8. Cornelia Schmitz-Berning (2007). Vokabular des Nationalsozialismus (em alemão). Berlin: De Gruyter. p. 745. ISBN 978-3-11-019549-1 
  9. Rees, Laurence (1 de junho de 2010). «What Was the Turning Point of World War II?». HistoryNet (em inglês). Consultado em 7 de setembro de 2020 
  10. «lend-lease | Facts & Definition». Encyclopedia Britannica (em inglês). Consultado em 7 de setembro de 2020 
  11. «World war ii - Embargoes and Sanctions». www.americanforeignrelations.com. Consultado em 7 de setembro de 2020 
  12. Dillon, Mike. [2008] (2008). Contemporary China: An Introduction. ISBN 0-415-34319-4, ISBN 978-0-415-34319-0. p 184.
  13. Jones, Carol A. G. Vagg, Jon. [2007] (2007). Criminal justice in Hong Kong. Routledge-Cavendish. ISBN 978-1-84568-038-1. p 175.
  14. Tse, Helen. [2008] (2008). Sweet Mandarin: The Courageous True Story of Three Generations of Chinese Women and Their Journey from East to West. Macmillan publishing. ISBN 0-312-37936-6, ISBN 978-0-312-37936-0. p 90.
  15. Emerson, Geoffrey Charles. [2009] (2009). Hong Kong Internment, 1942–1945: Life in the Japanese Civilian Camp at Stanley Royal Asiatic Society Hong Kong studies series. HKU Press. ISBN 962-209-880-0, ISBN 978-962-209-880-0. p 83.
  16. Endacott, G. B. Birch, Alan. [1978] (1978). Hong Kong eclipse. Oxford University Press. ISBN 0-19-580374-4, ISBN 978-0-19-580374-7.
  17. a b Roehrs, Mark D. Renzi, William A. [2004] (2004). World War II in the Pacific Edition 2. M.E. Sharpe publishing. ISBN 0-7656-0836-7, ISBN 978-0-7656-0836-9.p 246.
  18. Nolan, Cathal J. [2002] (2002). The Greenwood Encyclopedia of International Relations: S-Z. Greenwood Publishing Group. ISBN 0-313-30743-1, ISBN 978-0-313-30743-0. p 1876.
  19. 正義的審判--中國審判侵華日軍戰犯紀實 (em chinês). Xinhuanet.com. Consultado em 22 de agosto de 2009