Operação Sépsis – Wikipédia, a enciclopédia livre

Operação Sépsis foi uma operação da Polícia Federal do Brasil e do Ministério Público Federal deflagrada em 1º de julho de 2016 em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Distrito Federal.[1] É um desdobramento da Operação Lava Jato. Um dos alvos foi o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, preso em São Paulo.[2] De acordo com a Procuradoria-Geral da República, Funaro é ligado ao presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha.[3]

A operação teve como base delações do ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto e de Nelson Mello, ex-diretor da empresa Hypermarcas.[3]

A operação tinha como alvo os desvios bilionários do Fundo de Investimentos do FGTS, que haviam sido destinados à construção do Porto Maravilha no Rio de Janeiro. Estima-se que o montante seja muito superior aos 139 milhões de reais informados inicialmente.[4] Lúcio Funaro foi acusado de receber suborno para liberar os recursos do fundo através de seus contatos políticos na Caixa.[5] Segundo os investigadores, Fábio Cleto havia informado de quais empresas Funaro solicitava propina para a liberação do dinheiro, entre elas, estava a JBS. Esta foi uma das primeiras investigações em que apareceu o nome do frigorífico e de Joesley Batista. [6] Eduardo Cunha também foi relacionado ao esquema na delação de Cleto [7]

Os mandados desta etapa da operação foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, a pedido do Procurador-Geral da República Rodrigo Janot.[8][9] Os trabalhos da acusação foram realizados pela Força-Tarefa da Operação Sépsis, instalada na Procuradoria da República no Distrito Federal.[10]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Matias, Andreza (1 de julho de 2016). «Nova fase da Lava Jato é batizada de Operação Sépsis». Estadão. O Estado de São Paulo. Consultado em 31 de julho de 2016 
  2. «Doleiro ligado a Cunha é alvo de nova fase da Lava Jato». UOL. 1 de julho de 2016. Consultado em 31 de julho de 2016 
  3. a b «PF prende doleiro ligado a Cunha e mira empresa do grupo dono da JBS». G1. Globo.com. 1 de julho de 2016. Consultado em 31 de julho de 2016 
  4. de Carvalho, Francisco José Pereira; Gimenez, Levi; Oliveira, Antonio Benedito Silva (2018). «AÇÕES DO BANCO CENTRAL BRASILEIRO FRENTE A LAVAGEM DE DINHEIRO, UM CUSTO SOCIAL. EXISTE O ENVOLVIMENTO DAS GRANDES?». Redeca. 5 (2). Consultado em 26 de maio de 2023 
  5. Landim, Raquel (2019). Why Not. Como os irmãos Joesley e Wesley, da JBS, transformaram um açougue em Goiás na maior empresa de carnes do mundo, corromperam centenas de políticos e quase saíram impunes. [S.l.]: Intrínseca. ISBN 978-8551004395 
  6. Arteiro, Rodrigo Lemos (2018). «COLABORAÇÃO PREMIADA – UMA DAS FACES DA OPERAÇÃO LAVAJATO: O CASO JBS – FAMÍLIA BATISTA». CENTRO UNIVERSITÁRIO “ANTÔNIO EUFRÁSIO DE TOLEDO”. CENTRO DE PÓS GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO. Consultado em 26 de maio de 2023 
  7. TelesBrasília, Giovana (1 de julho de 2016). «PF realiza Operação Sépsis, mais um desdobramento da Lava Jato». Jornal da Globo. Consultado em 26 de maio de 2023 
  8. «PF prende doleiro ligado a Cunha e mira empresa do grupo dono da JBS». Operação lava jato. 1 de julho de 2016 
  9. «PF deflagra nova fase da Operação Lava Jato». Agência Brasil. EBC. 1 de julho de 2016. Consultado em 31 de julho de 2016 
  10. «Raquel Dodge mantém dois integrantes da força-tarefa da Operação Sépsis». revistaepoca.globo.com