Orel – Wikipédia, a enciclopédia livre

Mockup e artigo de teste do módulo da tripulação da Orel, fotografado em agosto de 2015.

Orel (em russo: Орел; em português: Águia)[1] anteriormente denominada Federação (em russo: Федерация, Federatsiya),[2][3] e PPTS (Перспективная Пилотируемая Транспортная Система, Perspektivnaya Pilotiruemaya Transportnaya Sistema), é um projeto que está sendo realizado pela Agência Espacial Federal Russa para desenvolver uma nova geração de nave espacial tripulada parcialmente reutilizável.

Até 2016, o seu nome oficial era Пилотируемый Транспортный Корабль Нового Поколения, Pilotiruemyi Transportny Korabl Novogo Pokoleniya ou PTK NP que significa "Nave de Transporte Pilotada de Nova Geração". O objetivo do projeto é desenvolver uma nave espacial de nova geração para substituir a envelhecida nave Soyuz, desenvolvida pela antiga União Soviética, para suportar operações lunares e de órbita terrestre baixa.[4] É semelhante em função à espaçonave estadunidense Orion ou ao Commercial Crew Development.[5]

O projeto PPTS foi iniciado após uma tentativa fracassada da Rússia e da Agência Espacial Europeia (ESA) de desenvolver conjuntamente o Crew Space Transportation System (CSTS). Após os estados membros da ESA recusarem-se a financiar o Kliper, em 2006, devido a preocupações com o compartilhamento de trabalho, e novamente recusarem-se a financiar o desenvolvimento do CSTS, em 2009, devido à transferência de tecnologia para a Rússia que poderia ser usada para fins militares,[6] a Agência Espacial Federal Russa ordenou o projeto de uma nova nave tripulada às empresas russas.[7] Foi adjudicado à RKK Energia um contrato de desenvolvimento em 19 de dezembro de 2013.[8]

A Orel é projetada para ser capaz de transportar equipes de quatro pessoas para a órbita da Terra e além em missões de até 30 dias. Se acoplado a uma estação espacial, ela pode permanecer no espaço por até um ano, o dobro da duração da espaçonave Soyuz. A nave será capaz de enviar cosmonautas para a órbita lunar, com o objetivo de colocar uma estação espacial lá, semelhante ao LOP-G.[9]

Projeto[editar | editar código-fonte]

A Agência Espacial Federal Russa ordenou a indústria espacial do país para finalizar as propostas para a construção de uma nova nave espacial tripulada.[10] O objetivo do projeto é desenvolver uma nave espacial de nova geração para substituir a Soyuz. Em julho de 2012, foi relatado que o foguete Angara A5 seria o veículo usado para o lançamento da nave.[11]

Os requisitos gerais da agência pediram à indústria que desenvolvesse um veículo de padrões "estrangeiros" em suas capacidades e custos técnicos, enquanto usasse as tecnologias existentes o máximo possível.[12]

A nave está sendo construída pela empresa RKK Energia e terá capacidade para transportar uma tripulação formada por quatro pessoas e cargas à órbita terrestre baixa e para a Lua. A Orel poderá permanecer no regime de voo autonômico por até trinta dias e permanecer na estação orbital por até um ano.

No final de 2018, foi anunciado que o primeiro lançamento estava programado para algum momento de 2022, ou possivelmente 2024.[13]

Veículo lançador[editar | editar código-fonte]

Rus-M[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Rus-M

Um concurso formal em todo o setor para o desenvolvimento de um veículo de lançamento tripulado para lançar o PPTS foi iniciado no começo de 2009. Embora a agência tenha adiado o anúncio do vencedor, muitas fontes não oficiais na Rússia sustentaram que a TsSKB Progress, baseada em Samara e KB Mashinostroenia, lideraria o desenvolvimento do novo foguete.[14] Acreditava-se que o veículo de lançamento, chamado Rus-M, apresentaria um estágio central comum e um número variável de foguetes auxiliares, cada um equipado com poderosos motores RD-180, queimando uma mistura de oxigênio líquido e querosene. O motor foi originalmente desenvolvido pela NPO Energomash, de Moscou, para o foguete Atlas V dos Estados Unidos e seu desempenho até o momento era impressionante. Esperava-se que o segundo estágio ostentasse um par de motores RD-0124, usado no foguete Soyuz-2. Assim, ambas os estágios teriam sido equipados com motores já existentes, reduzindo bastante o custo e o risco para o projeto no geral.[7] Mas, em outubro de 2011, foi anunciado que o programa Rus-M havia sido cancelado.[15]

Angara[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Angara (família de foguetes)
Várias versões do foguete Angara

Em julho de 2012, foi relatado que o Angara A5 será usado como o novo veículo lançador da Orel, anteriormente chamada de Federação.[16]

Irtysh/Soyuz-5[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Irtysh (foguete)

Posteriormente, as autoridades espaciais russas abandonaram os planos de lançar a espaçonave de nova geração na versão modificada do foguete Angara-5 e optaram pelo veículo lançador Soyuz-5 que ainda seria desenvolvido, ele havia sido recentemente concebido nos projetos Feniks e Sunkar.[17]

Em abril de 2017, o chefe da RKK Energia, Vladimir Solntsev, disse à agência de notícias oficial TASS que o foguete Soyuz-5 seria um veículo de lançamento preferível para a espaçonave de transporte de nova geração PTK/Federatsiya em relação ao foguete Angara-5P devido ao menor custo.[18] Em 2018, o Soyuz-5 foi renomeado para Irtysh, o primeiro lançamento está planejado para 2022.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «В "Роскосмосе" решили переименовать новый космический корабль». Правда.Ру (em russo). 6 de setembro de 2019. Consultado em 19 de outubro de 2019 
  2. «Rússia começa a selecionar astronautas para voos à Lua». EBC. Consultado em 26 de abril de 2017 
  3. «Rússia prepara primeiro desembarque na Lua, 61 anos depois de americanos lá terem ido». Público. Consultado em 19 de outubro de 2019 
  4. «Nova nave espacial russa avançada será construída até 2021». Sputnik. Consultado em 26 de abril de 2017 
  5. «Android in space – first mission of Federation spacecraft in 2021». Newsspaceflight.com. Consultado em 19 de outubro de 2019 
  6. «Collapse of ESA-Roscosmos Crew Vehicle Partnership Holds Lessons». spacenews.com. 31 de maio de 2013. Consultado em 19 de outubro de 2019 
  7. a b Sam Savage (17 de março de 2009). «Russia Reviews Bids For New Moon-Bound Space Rocket». redOrbit. Consultado em 19 de outubro de 2019 
  8. Zak, Anatoly (15 de outubro de 2014). «PTK NP development during 2013». Consultado em 19 de outubro de 2019 
  9. «Russia Plans to Send Cosmonauts to the Moon». Parabolicarc.com. Consultado em 19 de outubro de 2019 
  10. «Russia Reviews Bids For New Moon-Bound Space Rocket» (em inglês). redorbit.com. Consultado em 8 de novembro de 2014 
  11. «Russia Converts Unmanned Rocket to Carry New Crewed Spaceship» (em inglês). Space.com. Consultado em 8 de novembro de 2014 
  12. Zak, Anatoly (abril de 2011). «PPTS - Prospective Piloted Transport System». Russian Space Web. Consultado em 19 de outubro de 2019 
  13. «Russian Space Vehicle Builder Striving To Launch Federation Spacecraft By 2022». urdupoint.com. 16 de novembro de 2018. Consultado em 19 de outubro de 2019 
  14. «Rus-M Launch Vehicle». Russian Space Web. Consultado em 19 de outubro de 2019 
  15. Clark, Stephen (7 de outubro de 2011). «Replacement for Soyuz rocket canned by Russia». SpaceFlightNow. Consultado em 19 de outubro de 2019 
  16. Coppinger, Rob (19 de julho de 2012). «Russia Converts Unmanned Rocket to Carry New Crewed Spaceship». Space.com. Consultado em 19 de outubro de 2019 
  17. Zak, Anatoly. «Russia's "new" next manned rocket». Consultado em 19 de outubro de 2019 
  18. Zak, Anatoly. «Sunkar/Soyuz-5 gets a role in human space flight». Consultado em 19 de outubro de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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