Otto Philipp Braun – Wikipédia, a enciclopédia livre

Otto Philipp Braun
Otto Philipp Braun
Nascimento 13 de dezembro de 1798
Cassel, Hesse, Alemanha
Morte 24 de julho de 1869 (70 anos)
Cassel, Hesse, Alemanha
Sepultamento Kassel
Nacionalidade alemão
Cidadania Eleitorado de Hesse, Bolívia
Ocupação militar

Otto Philipp Braun (Cassel, Alemanha, 13 de dezembro de 1798 - 24 de julho de 1869) foi um oficial alemão que participou das guerras de independência da América espanhola.

Juventude[editar | editar código-fonte]

Braun frequentou a escola em Cassel até entrar para a brigada de voluntários do reino de Hesse-Cassel em 1814, a fim de lutar contra as tropas de Napoleão. Mais tarde Braun foi para Hanôver, onde estudou medicina veterinária. Continuou seus estudos na Universidade de Gotinga.

Em 1818, Braun deixou a Europa em crise e emigrou para os Estados Unidos. Lá ele não conseguiu se estabelecer como um veterinário. Sua estada no Haiti como o instrutor de cavalo oficial do rei Henri Christophe terminou também sem contrato de longo prazo desejado.

Carreira militar[editar | editar código-fonte]

Libertação da América do Sul[editar | editar código-fonte]

Braun ingressou no exército de Simón Bolívar na metade do ano de 1820 como um oficial de baixa patente. Felipe Braun, como passou a ser chamado a partir de então, participou nas campanhas da Colômbia e da Batalha de Carabobo, na Venezuela. Entrou para a Guarda de Simón Bolívar em 1821 e o acompanhou em sua campanha para libertar os atuais Equador e Peru como um de seus muitos oficiais.

Em 6 de agosto de 1824, Braun foi o primeiro soldado patriótico a chegar na planície de Junín, onde uma força de cavalaria do exército real espanhol sob o comando de José de Canterac estava esperando. Devido à conduta incomum de Braun e as unidades altamente treinadas e disciplinadas durante anos, a cavalaria patriota não só resistiu à superioridade, mas foi capaz de derrotar seu adversário. Braun foi promovido e passou a fazer parte a partir de então do círculo íntimo em torno de Simón Bolívar e Antonio José de Sucre.

Braun também participou da libertação do Alto Peru (atual Bolívia). Após levantes em Cochabamba e La Paz que dividiram a unidade comandada por Braun, ele caiu em desgraça. Isso mudou fundamentalmente quando Braun resistiu a outros ataques e bravamente atacou a invasão peruana da Bolívia de 1828 sob o comando do general Agustín Gamarra.

General Otto Philipp Braun por volta de 1830.

Na guerra Gran Colômbia - Peru de 1828/29, Braun lutou ao lado de Simón Bolívar, Antonio José de Sucre e Juan José Flores. Depois de uma fracassada missão diplomática como representante oficial dos vencedores, Braun teve que fugir e foi parar em Valparaíso, Chile, em 1829. Poucos meses depois, Braun foi capaz de viajar para Arequipa, Peru, onde finalmente encontrou sua esposa, Justa Germana de Rivero y Abrill, com quem ele havia se casado através de uma autorização escrita em 1828.

Serviço na Bolívia[editar | editar código-fonte]

Em Arequipa, Braun passou quase um ano até que o presidente boliviano Andrés de Santa Cruz pediu que Braun participasse de sua nova administração. Braun aceitou e mudou-se para a Bolívia. De 1830 até 1839, Braun tornou-se um dos generais de maior sucesso na história boliviana. Braun também se tornou um conselheiro valioso do presidente Santa Cruz. Este o nomeou prefeito, confiou exércitos inteiros, deixou-o no comando de batalhas e deu-lhe a responsabilidade do ministério da defesa. Durante a Confederação Peru-Boliviana (1836-1839) Braun serviu lealmente Santa Cruz. Posteriormente Braun triunfou na batalha de Montenegro contra uma invasão argentina em junho de 1838 e Santa Cruz concedeu-lhe o título de Grande marechal de Montenegro. Até hoje Braun é o único estrangeiro que já ganhou este título na América do Sul e o único marechal de toda a Bolívia.

Depois que Andrés de Santa Cruz perdeu a batalha de Yungay em janeiro de 1839 contra uma invasão peruana-chilena, sua confederação entrou em colapso devido a uma revolução liderada por José Ballivián Segurola e José Miguel de Velasco, Braun caiu também. Ele teve que deixar a Bolívia e voltou para a Europa. Até hoje o conhecimento sobre sua vida após sua queda permanece incerto.

Últimos anos[editar | editar código-fonte]

Em 1861, após numerosas viagens transatlânticas entre a Europa e América do Sul, Braun deixou o continente para sempre. Oito anos depois Braun morreu em Bad Wildungen. Seus restos mortais descansam em sua cidade natal nas proximidades de Cassel. Dezenas de jornais na Europa e América do Sul lembraram as contribuições que Otto Philipp Braun fez para a independência da América do Sul, bem como para a construção da República da Bolívia.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Robin Kiera: Der große Sohn der Stadt Kassel? Der Großmarschall Otto Philipp Braun als Symbol lokaler Geschichtspolitik, Kassel 2009.
  • Wilfried Nölle: La vida de Otto Felipe Braun, Gran Mariscal de Montenegro, a través de cartas y documentos de la épocha, expuesta por Wilfried Noelle. La Paz 1969.
  • Julio Diaz: El Gran Mariscal de Montenegro, Otto Felipe Braun, ilustre extranjero al servico de Bolivia, 1798–1969. La Paz 1945.
Ícone de esboço Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.