Partido Baath (Iraque) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Partido Baath Socialista Árabe
حزب البعث العربي الاشتراكي في العراق
Líder Salah Al-Mukhtar
Fundação 1948
Dissolução 2003 (banido)
Sede Bagdade,  Iraque
Ideologia Neo-Baathismo
Nacionalismo árabe
Pan-arabismo
Saddamismo
Nacionalismo iraquiano
Socialismo árabe
Militarismo
Anti-imperialismo
Antissionismo
Sentimento anti-iraniano
Secularismo (maioria histórica)
Islã político (minoria até a insurgência)
Espectro político Esquerda
Publicação Al-Thawra
Antecessor Partido Baath (Pré-cisma)
Membros 300 (1958)
1.250.000 (1981)
102.900 (2013)
Ala paramilitar Fedayeen Saddam (1995-2003)
Exército dos Homens da Ordem de Naqshbandi (2006-presente)
Conselho Militar Geral dos Revolucionários Iraquianos (2014-presente)
Cores Preto, Branco, Verde e Vermelho
Slogan "Unidade, Liberdade, Socialismo"
Bandeira do partido

O Partido Baath Socialista Árabe (Iraque) (também escrito Ba'th ou Ba’ath, "ressurreição" ou "renascimento"; em árabe: حزب البعث العربي الاشتراكي Hizb Al-Baath Al-'Arabi Al-Ishtiraki), era um partido político Baathista com sede em Bagdá, Iraque. É uma das duas partes (com nomes idênticos), que surgiram a partir de 1966 com a divisão do original Partido Baath.

Em 1966 após um golpe de estado na Síria, o inicial Partido Baath foi dividido ao meio; metade foi chefiada pela liderança do partido em Damasco, que estabeleceu o partido na Síria, e a outra metade com a sua liderança em Bagdá.[1] Ambos os partidos mantiveram o mesmo nome e estruturas paralelas no mundo árabe, mas se tornaram tão antagônicos que a Síria - chefiada pelo seu partido Baath - se tornou o único Estado árabe a apoiar o Irã contra o Iraque durante a sangrenta Guerra Irã-Iraque, e ajudou a invadir o Iraque ao lado das forças de coalizão lideradas pelos Estados Unidos durante a Guerra do Golfo.

Os baathistas tomaram o poder no Iraque pela primeira vez na Revolução Ramadã em 1963, mas foram depostos vários meses depois, tomando poder de fato apenas em 1968 com a Revolução de 17 de Julho. O Partido Baath governou o país entre 1968 e 2003, nos primeiros anos em aliança com o partido comunista, aliança essa que seria quebrada posteriormente[2]. Teve como liderança por muitos anos Saddam Hussein, sendo apoiado na ascensão pelos estadunidenses.[3] Sob seu governo, o Iraque se transformou em um estado autoritário sob um regime unipartidário, onde apenas o partido Baath era permitido.

O Partido Baath foi proibido em 2003 pela Autoridade Provisória da Coalizão após a invasão do Iraque.[4] Alguns autores atribuem a queda do partido a causa dos distúrbios no Oriente Médio no século XXI.[5]

Hoje muitos ex-membros do partido fazem parte da insurgência iraquiana e partes do partido continuam ativos na ilegalidade.[6][7] Foram liderados até 2020 pelo ex-braço direito de Saddam Hussein Izzat Ibrahim al-Douri, que escapou da captura pelas forças da coalizão e com a Execução de Saddam Hussein em 2006 se tornou presidente do partido, formando grupos de resistência como o Exército Naqshbandi, parte do Comando Supremo para a Jihad e Libertação, ambos liderados pessoalmente por al-Douri, Brigadas da Revolução de 1920 e o Conselho Militar Geral dos Revolucionários Iraquianos. Muitos outros ex-membros ao invés se juntaram a grupos jihadistas como a Al-Qaeda no Iraque, que posteriormente se tornariam o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL).[8][9]

Em 2014 com a ascensão do Estado Islâmico após uma uma bem sucedida ofensiva contra o norte do Iraque, parte da resistência baathista lutou a lado do grupo jihadista,[10] embora muitos se recusaram e lutaram contra. Posteriormente com o avanço do ISIS, os baathistas vieram a fazer oposição ao EIIL também.[11]

Como o falecimento da al-Douri, o líder do partido e dos seus movimentos de resistência se tornou o ex-embaixador Salah Al-Mukhtar.

O partido também tem filiais em outros países do mundo árabe, como o Partido da Vanguarda Nacional na Mauritânia ou o Partido Socialista Árabe Jordaniano Ba'ath.

Referências

  1. Devlin, John F. (1975). The Ba'th Party: A History from its origins to 1966 2nd ed. [S.l.]: Hoover Institution Press. ISBN 978-0817965617 
  2. Thomas Powers, The Man Who Kept The Secrets: Richard Helms and the CIA, 1979, pp. 160-164.
  3. A Tyrant 40 Years in the Making
  4. Autoridade Provisória da Coalizão (16 de maio de 2003). «De-Ba'athification of Iraqi Society» (PDF) (em inglês). Autoridade Provisória da Coalizão. Consultado em 24 de junho de 2014 
  5. The Arab Spring Started in Iraq The New York Times6 de abril de 2013, KANAN MAKIYA.
  6. «Profile: The Rise of the Islamic State (IS)». 12 de julho de 2014. Consultado em 2 de novembro de 2014. Arquivado do original em 5 de dezembro de 2014 
  7. «Abu Ayman al-Iraqi». 2014. Consultado em 2 de novembro de 2014 
  8. Sly, Liz (4 de abril de 2015). «The hidden hand behind the Islamic State militants? Saddam Hussein's.». Washington Post (em inglês). ISSN 0190-8286. Consultado em 11 de outubro de 2021 
  9. «How Saddam Hussein's former henchmen are the hidden hand behind Isis». The Independent (em inglês). 5 de abril de 2015. Consultado em 11 de outubro de 2021 
  10. "Iraq Crisis: Saddam Hussein's Generals Fighting with Jihadist ISIS Insurgency". Página acessada em 17 de abril de 2015.
  11. "Baath in Iraq declares war on ISIS" Arquivado em 22 de agosto de 2014, no Wayback Machine.. Página acessada em 17 de abril de 2015.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]