Pedro Antônio de Miranda – Wikipédia, a enciclopédia livre

Pedro Antônio de Miranda (Porto Alegre, 14 de novembro de 1843 — 1900) foi um escritor, jornalista, advogado, educador e intelectual brasileiro.

Formou-se professor na Escola Normal de Porto Alegre, atuando como professor primário em Santa Maria e São Borja.[1] Em Santa Maria foi secretário da Câmara de Vereadores,[2] criador da Sociedade Literária,[3] e idealizador e o primeiro diretor da Biblioteca Independência.[4][5] Em Itaqui fundou uma escola. Lutou na Guerra do Paraguai, foi ainda advogado provisionado em Porto Alegre e Uruguaiana, tabelião em Pelotas e Itaqui, e jornalista em Porto Alegre e Pelotas.[1]

Chamado na imprensa da época de "mavioso poeta"[6] e "um dos mais antigos e esforçados trabalhadores das boas letras rio-grandenses",[7] foi membro fundador em 1868 do Parthenon Litterario, a principal instituição cultural do estado do Rio Grande do Sul no século XIX.[8] Colaborou na revista do Parthenon com o pseudônimo O Roseteiro, no Correio Mercantil, e foi um dos fundadores e colaborador da revista O Guayba. Nesta mantinha a coluna "Revista", que fazia uma resenha em tom cômico dos fatos da semana, usando o pseudônimo O Freguês.[9][10]

Sua obra escrita compreende crítica literária, crônicas, poemas, quadras humorísticas e artigos para almanaques.[1] Sua obra poética tem perfil romântico e em geral uma temática regionalista, destacando-se o livro Epístolas Campeiras, mas também trabalhou outros temas.[11][12] Como cronista e poeta humorista foi um crítico de costumes.[13] Também deixou uma Synopse grammatical para uso dos seus alunos.[7] Em 1968 a Câmara Municipal de Porto Alegre, comemorando o centenário de fundação do Parthenon, aprovou a criação de um monumento público com a inscrição dos nomes dos fundadores.[14]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c Strelow, Aline. "Primórdios da imprensa literária no Rio Grande do Sul - A história do jornal O Guayba". In: Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, 2016; 39 (2)
  2. "Editaes". A Federação, 1002/1888
  3. Bragança, Aníbal & Márcia Abreu. Impresso no Brasil: dois séculos de livros brasileiros. Editora UNESP, 2010, p. 242
  4. Centro Regional de Pesquisas Educacionais do Sul. Gabinetes de leitura e bibliotecas do Rio Grande do Sul no século XIX. Ministério da Educação e Cultura, 1973. pp. 43-44
  5. "Santa Maria". A Federação, 31/08/1885
  6. Alves, Francisco das Neves; Mauro Nicola Póvoas & Luciana Coutinho Gepiak. Escrita feminina no sul do Brasil: textos jornalísticos de Revocata Heloísa de Melo. CLEPUL/Biblioteca Riograndense, 2016, p. 113
  7. a b "Publicações recebidas". Almanach Popular Brazileiro, 1894, p. 194
  8. Laitano, José Carlos Rolhano. História da Academia Rio-Grandense de Letras (1901-2016) e Parthenon Litterario (1868-1885). Metamorfose, 2016, p. 21
  9. Póvoas, Mauro Nicola. "Exaltação mitificadora de personagens históricas em periódicos literários sul-riograndenses do século XIX". In: Historiæ, 2015; 6 (1): 268-282
  10. Póvoas, Mauro Nicola. Uma história da literatura: Periódicos, memória e sistema literário no Rio Grande do Sul do século XIX. Buqui, 2018, s/pp.
  11. Sampaio, Rebecca Demicheli. Produção e recepção de Anália Vieira do Nascimento no Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro (1871-1898). Mestrado. UCS, 2019, p. 26
  12. Saldanha, Benedito. A mocidade do Parthenon Litterário. Alcance, 2003, p. 34
  13. Jansen, Carlos. O patuá: novela gauchesca, 1879-1880. Gabinete de Pesquisa de História do Rio Grande do Sul, 1974, p. 37
  14. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Lei nº 3145, de 18 de junho de 1968