Pigmaleão – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Pygmalion and Galatea, por Ernest Normand (1886)

Pigmalião[1][2][3][4] ou Pigmaleão (grafia menos correta, tendo em conta a etimologia do latim Pygmalion, -onis, do grego Pugmalíon, -onos[5][2]), na mitologia grega, foi um rei da ilha de Chipre,[6][7] que, segundo Ovídio, poeta romano contemporâneo de Augusto, também era escultor e se apaixonou por uma estátua que esculpira ao tentar reproduzir a mulher ideal.[6] Ele havia decidido viver em celibato na ilha por não concordar com a atitude libertina das mulheres dali, conhecidas como cortesãs[6]

O mito[editar | editar código-fonte]

Segundo Higino, Busíris, filho de Netuno, era seu irmão. A terra de Busíris, no Egito, estava sofrendo com a fome após nove anos de seca, e o rei chamou adivinhos da Grécia. Thrasius, filho de Pigmalião, anunciou que a chuva chegaria se um estrangeiro fosse sacrificado, e provou suas palavras quando ele mesmo foi sacrificado.[8]

A deusa Afrodite, apiedando-se dele e atendendo a um pedido seu, não encontrando na ilha uma mulher que chegasse aos pés da que Pigmalião esculpira, em beleza e pudor, transformou a estátua numa mulher de carne e osso, com quem Pigmalião casou-se e, nove meses depois, teve uma filha chamada Pafos, que deu nome à ilha.[9]

Em Pseudo-Apolodoro, Pigmalião tem uma filha de nome Metharme, e ela se casa com Cíniras, tendo dois filhos, Oxyporus, Adônis, e três filhas, Orsedice, Laogore e Braesia.[7]

Interpretação[editar | editar código-fonte]

O mito de Pigmalião, como outros, traduz um elemento do comportamento humano: a capacidade de determinar seus próprios rumos, concretizando planos e previsões particulares ou coletivas. Em Psicologia deu-se o nome de Efeito Pigmalião ao efeito de nossas expectativas e percepção da realidade na maneira como nos relacionamos com a mesma, como se realinhássemos a realidade de acordo com as nossas expectativas em relação a ela.[10]

Clemente de Alexandria relata outro mito parecido, de uma estátua de Afrodite em Cnido pela qual um homem se apaixona, e com quem ele tem relações sexuais.[11]

A versão mais antiga da lenda está em Ovídio, em sua obra Metamorfoses.[6][carece de fontes?] A lenda de Pigmalião tem atraído vários artistas. O nome da estátua, depois que ela vira mulher, Galathea, não é encontrado nos textos antigos, mas aparece em representações artísticas modernas do mito. Uma versão moderna da lenda é a peça de George Bernard Shaw, Pigmalião, em que, em vez de uma estátua transformada em mulher, temos uma mulher do povo transformada em mulher da alta sociedade. A peça é também um musical e um filme, My Fair Lady.

Referências

  1. Francisco Rebelo Gonçalves, Vocabulário da Língua Portuguesa, Coimbra: Coimbra Editora, 1966
  2. a b Antônio Houaiss, Mauro Villar, "pigmalionismo", in Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda., Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2001.
  3. "pigmalionismo", in Novo Dicionário Aurélio versão 6.0 - Dicionário Eletrônico - Conforme a Nova Ortografia [CD-ROM], Positivo Informática, 2009.
  4. "pigmalionismo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2022, https://dicionario.priberam.org/pigmalionismo [consultado em 18-05-2022].
  5. "pigmaliónico", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2022, https://dicionario.priberam.org/pigmaliónico [consultado em 18-05-2022].
  6. a b c d Ovídio, Metamorfoses, 243
  7. a b Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 3.14.3
  8. Higino, Fabulae, LVI, Busíris
  9. Ovídio, Metamorfoses, 244
  10. Rosenthal, Robert & Jacobson, Lenore Pygmalion in the classroom (1992). Expanded edition. New York: Irvington
  11. Clemente de Alexandria, Exortação aos gregos, Livro IV
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