Ocupação da Polónia (1939-1945) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Mapa da quarta partição da Polónia—consequência do pacto nazi-soviético; divisão dos territórios da Polónia entre 1939 e 1941.
Judeus poloneses sendo deportados do gueto de Litzmannstadt, Polónia, em 1940

A ocupação da Polônia pela Alemanha Nazista e pela União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) começou com a invasão da Polônia em 1 de setembro de 1939 pelos alemães, e formalmente terminou com a derrota do nazismo pelas Quatro Potências em maio de 1945. Ao longo de todo o curso da ocupação estrangeira, o território da Polónia foi dividido entre a Alemanha Nazi e a União Soviética. No verão-outono de 1941, as terras anexadas pelos soviéticos foram invadidas pela Alemanha Nazi no decurso do inicialmente bem-sucedido ataque alemão à URSS. Após alguns anos de luta, o Exército Vermelho foi capaz de repelir os invasores afastando-os da URSS e de toda a Polónia, bem como do resto da Europa Oriental e Central.

Ambas as potências ocupantes foram igualmente hostis à existência de um estado soberano polaco, bem como reprimiram a sua cultura, visando a sua destruição.[1] Antes da Operação Barbarossa, a Alemanha Nazi e a União Soviética coordenaram as suas políticas relacionadas com a Polónia, mais visivelmente nas quatro conferências Gestapo-NKVD, onde os ocupantes discutiram planos para lidar com o movimento de resistência polaca (Armia Krajowa) e com a destruição futura da Polónia.[2]

Cerca de 6 milhões de cidadãos polacos - quase 21,4% da população da Polónia - morreram entre 1939 e 1945, como resultado da ocupação,[3][4][5] metade dos quais eram judeus. Mais de 90% do número de mortos veio através de perdas não-militares, pois a maioria dos civis foram alvo de várias ações deliberadas por alemães e soviéticos.

Ocupação, anexação e administração[editar | editar código-fonte]

Depois da Alemanha e da União Soviética terem particionado a Polónia em 1939, a maior parte do território etnicamente polaco acabou sob controle da Alemanha, enquanto as áreas anexadas pela União Soviética abrigavam etnicamente diversos povos, com a divisão em províncias ou territórios bilíngues, alguns dos quais tinham uma maioria não-polaca significativa (ucranianos no sul e bielorrussos no norte).[6] Muitos deles acolheram os soviéticos, alienados na Polónia no período entreguerras. No entanto os polacos compunham a maioria étnica em todos os territórios anexados pela União Soviética.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Olsak-Glass, Judith (1999). «Review of Piotrowski's Poland's Holocaust» (em inglês). Consultado em 1 de dezembro de 2012. The prisons, ghettos, internment, transit, labor and extermination camps, roundups, mass deportations, public executions, mobile killing units, death marches, deprivation, hunger, disease, and exposure all testify to the 'inhuman policies of both Hitler and Stalin' and 'were clearly aimed at the total extermination of Polish citizens, both Jews and Christians. Both regimes endorsed a systematic program of genocide.' 
  2. Conquest, Robert (1991). Stalin. Breaker of Nations. Terminal horror suffered by so many millions of innocent Jewish, Slavic, and other European peoples as a result of this meeting of evil minds is an indelible stain on the history and integrity of Western civilization, with all of its humanitarian pretensions. (Nota: "this meeting" refere-se à mais famosa conferência (Zakopane)). Nova Iorque: Viking. ISBN 0-670-84089-0 
  3. Piotrowski, Tadeusz (1997). Poland's Holocaust. Ethnic Strife, Collaboration with Occupying Forces and Genocide... (em inglês). Var também review. [S.l.]: McFarland & Company. p. 295. ISBN 0-7864-0371-3. Consultado em 1 de dezembro de 2012 
  4. AFP/Expatica (30 de agosto de 2009). «Polish experts lower nation's WWII death toll» (em inglês). Consultado em 1 de dezembro de 2012 
  5. Szarota/Materski, Tomasz/Wojciech (2009). Polska 1939–1945. Straty osobowe i ofiary represji pod dwiema okupacjami (em polonês). Varsóvia: [s.n.] ISBN 978-83-7629-067-6. Consultado em 1 de dezembro de 2012. Arquivado do original em 1 de fevereiro de 2013 
  6. Jan Tomasz, Gross (2005). Revolution from Abroad (em inglês). The eastern half of Poland could be divided into three zones north to south. A clear Ukrainian majority resided in the south, except in some areas where the number of Poles more or less equaled their Ukrainian neighbors; in the central part, in Polesie and Wołyń, a small Polish minority (14 and 16% respectively) faced a mostly Orthodox peasantry (Ukrainian to the south, then "local" and finally, on the northern fringe increasingly Belarusian); and in the northern part, in Białystok, Wilno and Nowogródek voivodships, Poles were in majority, confronted by a numerically strong Belarusian minority. Jews constituted the principal minority in urban areas. [S.l.]: Princeton. p. 4-5. ISBN 0-691-09603-1 
  7. Trela-Mazur, Elżbieta (1997). Sowietyzacja oświaty w Małopolsce Wschodniej pod radziecką okupacją 1939–1941. Sovietization of education in eastern Lesser Poland during the Soviet occupation 1939–1941 (em polonês e inglês). Among the population of Eastern territories were circa 38% Poles, 37% Ukrainians, 14.5% Belarusians, 8.4% Jewish, 0.9% Russians and 0.6% Germans Włodzimierz Bonusiak, Stanisław Jan Ciesielski, Zygmunt Mańkowski, Mikołaj Iwanow ed. Kielce: Wyższa Szkoła Pedagogiczna im. Jana Kochanowskiego. p. 294. ISBN 978-83-7133-100-8