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Ponte Vasco da Gama
Ponte Vasco da Gama
Vista aérea da Ponte Vasco da Gama
Arquitetura e construção
Design Ponte atirantada
Mantida por Lusoponte (1994–2030)[1][2]
Início da construção Fevereiro de 1995
Término da construção Março de 1998
Data de abertura 29 de março de 1998
Dimensões
Comprimento total 12 345 m[3]
Largura 30 m
Altura máxima 47 m
Maior pilar 148 m[4]
Pedágio MontijoLisboa: sim (3,05€ - 13,05€)[5]
LisboaMontijo: não
Geografia
Via IP1
Cruza Rio Tejo
Localização Grande Lisboa, Portugal
Coordenadas 38º45'43"N 9º02'34"W

A Ponte Vasco da Gama é uma ponte atirantada sobre o estuário do rio Tejo, na área da Grande Lisboa, ligando o concelho de Alcochete a Lisboa e Sacavém, muito próximo do Parque das Nações, onde se realizou a Expo 98.

Com os seus 12,3 km de comprimento (que se dividem em 0,8 km de ponte principal e 11,5 km de viadutos)[3] é a mais longa ponte da União Europeia, a segunda mais longa da Europa após a Ponte da Crimeia e uma das mais extensas do mundo. A ponte, servida por 4,8 km de acessos dedicados (0,9 km para norte e 3,9 km para sul),[3] foi construída para criar uma alternativa à congestionada Ponte 25 de Abril e para evitar que o trânsito que se desloca entre o norte e o sul de Portugal atravessasse o interior de Lisboa.[6]

A construção iniciou-se em fevereiro de 1995 e terminou três anos depois.[3] Na altura, foi necessário tomar especiais cuidados com o impacto ambiental, visto que a ponte atravessa o Parque Natural do Estuário do Tejo, uma importante área à escala europeia de alimentação e nidificação de aves aquáticas.[6] A Ponte Vasco da Gama foi inaugurada em 29 de março de 1998, dois meses antes da abertura da Exposição Mundial. O seu nome comemora os 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia, ocorrida em maio de 1498. Na inauguração da ponte foi servida uma feijoada que teve direito a inscrição no Guinness World Records.

História[editar | editar código-fonte]

Ponte Vasco da Gama.
Ponte Vasco da Gama, numa manhã de nevoeiro.

Construção[editar | editar código-fonte]

Proteção Ambiental[editar | editar código-fonte]

Em termos ambientais o projeto implicou a elaboração no primeiro semestre de 1994 de um estudo de impacte ambiental tendo em atenção que a obra se iniciou em zona de habitações degradadas, atravessou o rio em local adjacente a áreas protegidas e na margem sul percorreu salinas e áreas agrícolas.[carece de fontes?]

A zona de proteção especial na margem sul foi ampliada para mais de 12 mil hectares, ou seja, mais de 30%.[carece de fontes?]

Expropriações e Realojamentos[editar | editar código-fonte]

Na margem norte, o traçado escolhido colidiu com a existência de bairros degradados e armazéns clandestinos. [carece de fontes?]

A Lusoponte foi a primeira entidade em Portugal a efetuar ações de expropriações e realojamentos, quase 300 famílias passaram a ter habitações condignas graças ao processo implementado para o efeito. A Lusoponte construiu também uma nova escola.[carece de fontes?]

Rede de Água e Energia[editar | editar código-fonte]

Na margem norte foi necessário construir duas galerias subterrâneas em betão armado, a primeira com 300 m de comprimento e 6x4 de secção para desviar a água de abastecimento à rede de Lisboa e que passava pelo centenário aqueduto do Alviela, a outra galeria com uma secção quadrada de 3 m de lado e cerca de 1 800 m de comprimento destinou-se a substituir as linhas aéreas de alta tensão, o transporte e a distribuição de energia passaram a ser feitos com mais segurança.[carece de fontes?]

Preparação e Estaleiros[editar | editar código-fonte]

Para permitir o trabalho simultâneo em várias frentes os quase 18 km da travessia foram divididos por setores de construção.

  • Nós de Sacavém e da Portela
  • Viaduto Norte
  • Viaduto Expo
  • Ponte Principal
  • Viaduto Central
  • Viaduto Sul
  • Acesso Sul e Nó Sul

No início de 1995 foram instalados e entraram em plena laboração um total de 8 estaleiros a partir dos quais se desenvolveram os mais complexos processos construtivos ao serviço da engenharia.[carece de fontes?]

O estaleiro da Lisnave para a produção dos tubos para as estacas, os estaleiros do Samouco, Beirolas, Sacavém, o estaleiro da Portela, do Trancão, Moscavide e o estaleiro do Seixal onde se construíram as vigas e restantes peças pré-fabricadas do viaduto central.[carece de fontes?]

O projeto e a construção estavam sob a responsabilidade geral do agrupamento complementar de empresas Nova Ponte.[carece de fontes?]

O estaleiro do Seixal, na altura um dos maiores do mundo, foi concebido para se processar de forma industrial a colocação das cofragens, a fabricação das armaduras, as betonagens, a aplicação do pré-esforço e demais operações necessárias para o fabrico das vigas.[carece de fontes?]

Drenagens, Estacas e Fundações[editar | editar código-fonte]

Através das dragagens foram removidos cerca de 3 milhões de m3 de areias e lodos, destes apenas 2% continham vestígios de contaminação.[carece de fontes?] Com recurso à utilização de complexos sistemas de posicionamento e orientação por satélite foram cravadas 1 916 estacas que nalgumas partes do leito do rio chegaram a atingir os 95 m de profundidade.[carece de fontes?]

Estas estacas com diâmetros variáveis entre 1,70 m e 2,20 m pareciam formar autênticas florestas no rio.[carece de fontes?]

No principal canal de navegação, onde iriam ser construídos os dois pilares de sustentação da ponte principal, foram colocadas 44 estacas por cada pilar. [carece de fontes?]

Os primeiros elementos em betão foram colocados em Julho de 1995, preparava-se todo o ambiente para receber as fundações dos pilares. As fundações foram executadas com as mais rígidas normas sísmicas. [carece de fontes?]

Nós de Sacavém e da Portela[editar | editar código-fonte]

Na margem norte, o nó de Sacavém e da Portela ficou a cargo da Bento Pedroso Construções, H. Hagen e Teixeira Duarte.[carece de fontes?]

Depois de concluído o processo de expropriações, iniciaram-se em 1995 as obras que iriam transformar aquela zona numa importante interface rodoviária, abriram-se caminhos para 3 passagens inferiores e 3 viadutos para ligações à Autoestrada do Norte, CRIL, Estrada Nacional 10, Segunda Circular e Parque das Nações (EXPO98).[carece de fontes?]

Viaduto Norte[editar | editar código-fonte]

O viaduto norte ficou sob a responsabilidade da Teixeira Duarte, este viaduto atravessa a Linha Ferroviária do Norte e vai ligar-se ao viaduto Expo, em 1995 começaram a erguer-se os pilares, ao todo são 10 pilares para apoiar um tabuleiro com 488 m de comprimento.[carece de fontes?]

Viaduto Expo[editar | editar código-fonte]

O Viaduto Expo ficou a cargo da Campenon Bernard SGE, com uma extensão de 672 m este viaduto é sustentado por 12 pares de pilares de betão de altura variável.[carece de fontes?]

O tabuleiro iria ser constituído por 462 segmentos pré-fabricados designados por aduelas. A junção destas aduelas foi feita pelo processo construtivo de avanços sucessivos. [carece de fontes?]

O viaduto Expo prolonga-se até à ponte principal, obra também a cargo da Campenon Bernard SGE.[carece de fontes?]

Ponte Principal[editar | editar código-fonte]

A Ponte Principal é uma estrutura de betão espetacular, já que o tabuleiro se encontra atirantado por cabos às torres principais[carece de fontes?]

O seu vão central é de 420 m e os vãos laterais têm 203 m.[carece de fontes?]

As torres centrais medem 150 m de altura e o tabuleiro está 47 m acima do nível da água na zona do canal de navegação denominado Cala do Norte.[carece de fontes?]

O tabuleiro é uma estrutura mista composta por lajes de betão assentes em carlingas de aço encastradas em duas vigas de betão laterais de onde partem os tirantes para as torres.[carece de fontes?]

As torres Norte e Sul, em forma de H, apoiam-se em fundações também concebidas para suportarem o impacto de um navio de 30 000 toneladas que se desloca a uma velocidade de 12 nós.[carece de fontes?]

Cada fundação destas torres assenta em 44 estacas moldadas com 2,2 m de diâmetro e atingem profundidades superiores a 65 m.[carece de fontes?]

Viaduto Central[editar | editar código-fonte]

A construção dos 6 351m do Viaduto Central foi feita aplicando sobre 81 pilares duplos vigas pré-fabricadas com 78 m de comprimento e 2 200 toneladas de peso.[carece de fontes?]

A fundação de cada par de pilares está assente em 8 estacas cravadas, de 1,7 m de diâmetro que atingem em alguns casos os 95 m de profundidade no leito do rio.[carece de fontes?]

O tabuleiro está a cerca de 14 m acima do nível da água na maior parte do comprimento deste viaduto, mas eleva-se até aos 30 m sobre os dois canais navegáveis, a Cala das Barcas e a Cala de Samora, cujos vãos de 130 m permitem a passagem de navios de médio porte.[carece de fontes?]

Os pilares localizados junto a estas duas calas também foram dimensionados para suportar o impacto de navios.[carece de fontes?]

Neste Viaduto existem 5 alargamentos do tabuleiro para permitir aos veículos a paragem de emergência.[carece de fontes?]

Um gigantesco estaleiro de pré-fabricação, localizado no Seixal, 22 km a jusante da Ponte, foi utilizado para a construção das enormes peças de betão pré-fabricadas destinadas ao viaduto. Aí, as vigas do tabuleiro começaram por ser subdivididos em 8 troços menores, que depois foram interligados para perfazer os 78 m de comprimento recorrendo-se então à utilização de cabos de pré-esforço.[carece de fontes?]

Seguidamente, as vigas-tabuleiro foram transportadas para o local definitivo recorrendo ao Rambiz, uma grua flutuante de grande capacidade. O estaleiro trabalhou a um ritmo intensivo produzindo uma destas vigas a cada dois dias.[carece de fontes?]

Viaduto Sul[editar | editar código-fonte]

O Viaduto Sul, com 3 825 m de comprimento, é constituído por um tabuleiro duplo com vãos de 45 m, construído com recurso a dois pares de vigas de lançamento. [carece de fontes?]

Os 85 grupos de 4 pilares deste Viaduto estão assentes em estacas moldadas localizadas parte no rio e parte em terra.[carece de fontes?]

Na sua parte terrestre, este viaduto passa pelas Salinas do Samouco, uma zona ambientalmente sensível para as aves. O viaduto foi construído a partir de um aterro temporário, que foi removido após a conclusão das obras.[carece de fontes?]

Acesso Sul e Nós Sul (A2, A33, IC3, IC21 e Pinhal Novo)[editar | editar código-fonte]

Os 3,9 km do Acesso Sul ligam a Ponte Vasco da Gama ao nó rodoviário Sul por terrenos agrícolas, na sua maioria. As ligações locais mais próximas são com Setúbal (pelo nó da A2/A12) e com Alcochete (pelo IC3), Montijo, Barreiro (via IC21) e Monte da Caparica (via IC20) (pela A33) e o Pinhal Novo (pelo nó do Pinhal Novo).

A Praça da Portagem localiza-se a cerca de metade deste percurso no sentido Sul/Norte e tem 12 cabines podendo o pagamento efetuar-se em dinheiro ou através de sistemas de pagamento automático. Em ambos os lados da travessia, o condutor encontra uma área de serviço completa, junto ao Viaduto Sul.[carece de fontes?]

Custo[editar | editar código-fonte]

A ponte apresentou um custo aos seus promotores de cerca de 900 milhões de euros.[7] A ponte custou um total de 897 milhões de euros. Desta verba 319 milhões vieram do Fundo de Coesão da União Europeia, 299 milhões de euros foram emprestados pelo Banco Europeu de Investimentos, ao passo que as portagens cobradas na Ponte 25 de Abril contribuíram com 50 milhões de euros.[8]

Inauguração[editar | editar código-fonte]

Uma semana antes da sua inauguração, a ponte bateu um recorde do Guinness: juntou cerca de 15 mil pessoas, numa mesa com 5 km de extensão, para a maior feijoada do Mundo.[9]

Três anos após o início dos trabalhos de construção a segunda ponte sobre o Tejo foi inaugurada, cerimónia que decorreu no dia 29 de março de 1998, do lado de Montijo, na presença das mais altas individualidades portuguesas, entre as quais se destacou o Presidente da República Jorge Sampaio e o Primeiro-Ministro António Guterres, passando a ser chamada Ponte Vasco da Gama, em comemoração dos 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia, em 1498. Estava prevista a presença do Cardeal Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, o que não chegou a acontecer devido ao seu falecimento 5 dias antes.

Número de veículos a circular[editar | editar código-fonte]

Nos planos da ponte estimava-se que o valor de carros a circular diariamente em 2012 devia ser de 132 mil.

De acordo com as contas do Instituto de Infraestruturas Rodoviárias (INIR), a ponte Vasco da Gama teve um tráfego médio diário, no terceiro trimestre de 2012, de pouco mais de 54 000.

Trata-se do valor mais baixo desde 2000, ano em que a via apenas recebeu 34 000 veículos em média por dia. Já 2004 foi o melhor de sempre da sua história com 67 680 carros diariamente.[8]

Em 2017 registaram-se 60 552 veículos.[10]

Perfil[editar | editar código-fonte]

A ponte tem um perfil transversal de 3+3 vias, ou seja, um total de seis vias, com um limite de velocidade de 120 km/h. Em dias de vento, chuva ou de céu nublado, o limite de velocidade é reduzido para 90 km/h.

O número de vias pode ser alargado para oito, quando o tráfego chegar a uma média diária de 52 000 veículos.

Troço Perfil Extensão
Sacavém - Montijo
12,4 km

Histórico de Troços[editar | editar código-fonte]

Troço Situação km
Sacavém - Montijo Em serviço (1998-03-29)
17,185
Ponte Vasco da Gama em panorama fotografada do topo da Torre Vasco da Gama.

Galeria[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Ponte Vasco da Gama — Financiamento». Lusoponte. Consultado em 30 de novembro de 2016. Arquivado do original em 11 de janeiro de 2017 
  2. «Infraestruturas Rodoviárias > Rede Rodoviária > Concessões». Instituto da Mobilidade e dos Transportes. Consultado em 30 de novembro de 2016. Arquivado do original em 30 de dezembro de 2016 
  3. a b c d «Ponte Vasco da Gama — Estatísticas da construção». Lusoponte. Consultado em 27 de agosto de 2016. Arquivado do original em 12 de janeiro de 2017 
  4. «Principais Características». Lusoponte. Consultado em 30 de dezembro de 2019 
  5. «Ponte Vasco da Gama — Informações gerais». Lusoponte. Consultado em 12 de novembro de 2018. Cópia arquivada em 12 de novembro de 2018 
  6. a b «Ponte Vasco da Gama — Antecedentes». Lusoponte. Consultado em 27 de agosto de 2016. Arquivado do original em 11 de janeiro de 2017 
  7. «Engenharia Civil - Ponte Vasco da Gama». 13 de março de 2007. Consultado em 21 de março de 2011 
  8. a b «A ponte que sempre perdeu para a 25 de abril» [ligação inativa]
  9. «A ponte que sempre perdeu para a 25 de abril» [ligação inativa]
  10. «Ponte Vasco da Gama não cumpre objetivos» 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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