Rómulo Betancourt – Wikipédia, a enciclopédia livre

Rómulo Betancourt
Rómulo Betancourt
Presidente da Venezuela
Período 13 de fevereiro de 1959
a 13 de março de 1964
Antecessor(a) Edgar Sanabria
Sucessor(a) Raúl Leoni
Presidente da Venezuela
Período 19 de outubro de 1945
a 17 de fevereiro de 1948
Antecessor(a) Isaías Medina Angarita
Sucessor(a) Rómulo Gallegos
Dados pessoais
Nascimento 22 de fevereiro de 1908
Morte 28 de novembro de 1981 (73 anos)

Rómulo Ernesto Betancourt Bello (Guatire, 22 de fevereiro de 1908Nova Iorque, 28 de setembro de 1981) foi um dos mais importantes políticos venezuelanos do século XX. Exerceu funções de presidente da Venezuela entre 1945 e 1948 e entre 1959 e 1964.[1]

Betancourt chegou ao poder, pela primeira vez, mediante um golpe de estado que derrubou o presidente Isaías Medina Angarita em 1945. Em 1958, ele novamente chegou ao poder, mas, desta vez, pelo sufrágio popular. Em 1960 foi vítima de um atentado.

Casou-se, em primeiras núpcias, com Carmen Valverde, durante um de seus exílios na Costa Rica. Posteriormente, após ter deixado a presidência pela segunda vez, casou-se com Renée Hartmann.

É reconhecido como um dos mais importantes políticos venezuelanos do século XX. Sua participação na política venezuelana começou em 1927/8. Como líder estudantil, liderou, junto com outros jovens de destaque da época, a primeira manifestação popular contra a ditadura de Juan Vicente Gómez. Betancourt foi um dos mais conhecidos opositores clandestinos do gomecismo, condição que lhe custou o exílio do país até a morte do ditador. Entre 1931 e 1935 foi membro do Bureau Político do Partido Comunista da Costa Rica. Posteriormente, foi expulso durante os governos de Eleazar López Contreras e pelos governos militares que assumiram o poder de 1949 a 1958.

Em 1941, junto com outros líderes proeminentes da esquerda política venezuelana, ele fundou o partido Ação Democrática, que logo se tornou o primeiro partido político do país até o final do século.

Em 1945, devido à recusa do governo de Isaías Medina Angarita em legalizar as eleições populares para presidente, juntou-se ao golpe político-militar de 18 de outubro, a fim de estabelecer um governo de transição que garantisse a constituição de vários decretos, uma lei eleições livres e de emergência nos próximos anos para o presidente da nação. Um dia após a derrubada de Medina, em 19 de outubro, foi nomeado presidente provisório da Junta do Governo Revolucionário, composta por civis e militares. Os principais objetivos do governo de transição eram: estabelecer o sufrágio gratuito, direto, universal e secreto, conceder garantias plenas aos partidos políticos, combater a corrupção administrativa e aliviar o custo de vida. Seu primeiro mandato terminou em 15 de fevereiro de 1948, após a eleição de Rómulo Gallegos.

Em 1958 voltou ao país após a queda do ditador Marcos Pérez Jiménez. Em novembro daquele ano, ele anunciou sua candidatura para a presidência da República, com o apoio da Acción Democrática. Em 07 de dezembro, ele foi eleito presidente com mais de 49% dos votos. Em 13 de fevereiro de 1959 ele assumiu o cargo. Seu segundo governo foi caracterizado por uma abertura para a estabilização da democracia venezuelana, a promulgação de uma nova Constituição, a reforma agrária, o desenvolvimento da indústria do petróleo na Venezuela com sua adesão à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), o forte investimento no setor de educação e a cessação de relações com governos ilegítimos ou ditatoriais em todo o mundo, conhecida como doutrina de Betancourt. Da mesma forma, ele teve que enfrentar ataques de guerrilhas internas e externas, greves trabalhistas, tentativas de golpe e tentativas de assassinato financiados por ditadores latino-americanos.

O fim de seu mandato presidencial em 1964 marcou o início de uma era de governos democráticos. Atualmente, alguns historiadores venezuelanos chamam Betancourt de "pai da democracia venezuelana".

Referências

  1. Ph.D, Elizabeth Gackstetter Nichols; Morse, Kimberly J. (2010). Venezuela (em inglês). Santa Bárbara: ABC-CLIO. p. 386. ISBN 9781598845709