Reapropriação – Wikipédia, a enciclopédia livre

Impressão, nascer do sol, de Claude Monet foi ridicularizado como "impressionista" em 1872, mas o termo passou a designar movimento artístico "impressionismo" e os pintores começaram a autoidentificar-se como "impressionistas"
 Nota: Para outros significados, veja Ressignificação.

A reapropriação, reclamação, reivindicação[1] ou ressignificação[2] é o processo cultural pelo qual um grupo recupera palavras ou artefatos que foram usados anteriormente de forma depreciativa contra aquele grupo. É uma forma específica de variação semântica (mudança do significado de uma palavra). A reapropriação linguística pode ter implicações mais amplas nos campos do discurso e foi descrita em termos de empoderamento pessoal ou sociopolítico.

Exemplos[editar | editar código-fonte]

Existem muitos exemplos recentes de reapropriação linguística nas áreas da sexualidade humana, papéis de género, orientação sexual, etc., como por exemplo, "queer".

Um dos exemplos mais antigos de reapropriação bem-sucedida é o termo jesuíta em referência aos membros da Companhia de Jesus . Este termos era originalmente um termo depreciativo, utilizado para pessoas que invocavam frequentemente, ou em vão, o nome de Jesus. Os membros da Companhia de Jesus adotaram ao longo do tempo o termo para si mesmos, pelo que a palavra passou a referir-se exclusivamente a eles, geralmente em sentido positivo ou neutro.[3] Com o tempo, o significado do termo ganhou novos contornos depreciativos, tendo "jesuíta" passado a ser utilizado para significar coisas como: manipulador, conspirador, traiçoeiro, capaz de justificar intelectualmente qualquer coisa por meio de raciocínios complicados.[4][5][6][7]  

Referências

  1. «Teoria Queer, uma nova forma de pensar o corpo e o mundo | Ciência e Cultura». Consultado em 13 de maio de 2021 
  2. Brontsema, Robin (1 de junho de 2004). «A Queer Revolution: Reconceptualizing the Debate Over Linguistic Reclamation». Colorado Research in Linguistics. 17. ISSN 1937-7029. doi:10.25810/dky3-zq57. Linguistic reclamation, also known as linguistic resignification or reappropriation, refers to the appropriation of a pejorative epithet by its target(s). 
  3. Pollen, John Hungerford (1913). «The Society of Jesus». Catholic Encyclopedia. 14. New York, NY: Robert Appleton Company. Consultado em 30 de novembro de 2016 
  4. Peschier, D. (21 de junho de 2005). Nineteenth-Century Anti-Catholic Discourses: The Case of Charlotte Brontë. New York, NY: Palgrave Macmillan. ISBN 978-0-230-50502-5 
  5. Stevenson, Angus (19 de agosto de 2010). Oxford Dictionary of English. Oxford, UK: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-957112-3 
  6. Aikio, Annukka; Vornanen, Rauni (1982). Uusi sivistyssanakirja (em finlandês). [S.l.]: Otava 
  7. March, Francis Andrew (1906). A Thesaurus Dictionary of the English Language Designed to Suggest Immediately Any Desired Word Needed to Express Exactly a Given Idea. Philadelphia, PA: Historical Publishing Company. Jesuitical.