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Instituto Guimarães Rosa

Organização
Missão Promover a língua e a cultura do Brasil no exterior
Dependência Governo do Brasil
Ministério das Relações Exteriores
Chefia Marco Antonio Nakata, Diretor
Localização
Sede Brasília
Histórico
Antecessores Departamento Cultural e Educacional
Rede Brasil Cultural
Criação 2022
Sítio na internet
https://www.gov.br/mre/pt-br/assuntos/cultura-e-educacao/instituto-guimaraes-rosa

O Instituto Guimarães Rosa (IGR) é um órgão governamental brasileiro voltado à diplomacia cultural e educacional do Brasil. Compete ao IGR elaborar diretrizes de política externa brasileira no âmbito das relações culturais e educacionais. Incluem-se entre suas atribuições:

  • promover a língua portuguesa;
  • negociar acordos no âmbito das relações culturais e educacionais;
  • difundir externamente informações sobre a arte e a cultura brasileiras;
  • divulgar o Brasil no exterior; e
  • coordenar a participação do governo brasileiro em organismos e reuniões internacionais relativos a matéria de sua responsabilidade.[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

O IGR foi criado em 2022, como unidade integrante da estrutura regimental do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e em substituição ao extinto Departamento Cultural e Educacional. No exterior, as 24 unidades do IGR substituíram os Centros Culturais Brasileiros (CCB)[3][2]. As unidades do IGR no exterior atuam de forma descentralizada e são subordinadas às missões diplomáticas ou consulares do Brasil no exterior.[4]

A escolha do escritor e diplomata Guimarães Rosa para dar nome ao IGR objetivou reconhecer a integração dos papéis da arte, da cultura e do idioma como instrumentos de política externa no âmbito da diplomacia cultural e educacional.[5]

O IGR foi lançado como parte das comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, em setembro de 2022.[2][6] A primeira diretora do IGR foi a embaixadora Paula Alves de Souza, que ocupou o cargo de abril de 2022 a março de 2023.[2]

O primeiro Centro Cultural Brasileiro foi inaugurado em 1962, na cidade de Lima, e a primeira seleção de candidatos para o Programa de Leitorados foi realizada em 1965.[7] Desde então, foram criadas dezenas de outras unidades. Algumas delas, depois de um período vinculadas ao governo brasileiro, tornaram-se instituições autônomas, como o Instituto de Cultura Brasil-Colômbia e o Instituto Brasileiro-Equatoriano de Cultura.

Unidades no exterior[editar | editar código-fonte]

Logotipo da extinta Rede Brasil Cultural

O IGR tem, atualmente, 24 unidades no exterior. A exemplo do Instituto Camões, do Instituto Goethe e do Instituto Cervantes, que são organizações ligadas aos governos de Portugal, da Alemanha e da Espanha, respectivamente, as unidades do IGR no exterior são instituições vinculadas às embaixadas do Brasil no exterior que se dedicam à promoção da cultura e da língua brasileiras em outros países.[8]

Como parte de suas atribuições voltadas à promoção da vertente brasileira da língua portuguesa, as unidades do IGR no exterior promovem atividades para comunidades brasileiras residentes em outros países, como cursos de Português como língua de herança para expatriados, oferecem cursos de língua portuguesa para estrangeiros e aplicam o exame CELPE-Bras, destinado à comprovação da proficiência no idioma português do Brasil. Além disso, os IGRs também oferecem cursos de dança, música, culinária e artes plásticas, entre outras atividades ligadas à difusão da cultura brasileira.[9] Parte do público dos institutos tem interesse em trabalhar ou estudar no Brasil, enquanto outra parte tem afinidade e busca aproximação com a cultura brasileira.[10]

O conjunto das unidades do Ministério das Relações Exteriores do Brasil para a promoção da língua portuguesa foi anteriormente denominado Rede Brasileira de Ensino no Exterior e, de 2013 a 2022, Rede Brasil Cultural. Tais unidades incluíam os Centros Culturais Brasileiros, vinculados às embaixadas do Brasil em países estrangeiros, e os Leitorados Brasileiros. Desde 2022, os Centros Culturais Brasileiros no exterior foram renomeados Institutos Guimarães Rosa.[2][11][12]

As 24 unidades do IGR no exterior em funcionamento são[13]:

Leitorado Guimarães Rosa[editar | editar código-fonte]

Os leitores são professores universitários que promovem a língua e a cultura brasileiras em instituições estrangeiras de ensino superior. As vagas para leitores são publicadas em edital pelo Ministério das Relações Exteriores (Brasil) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os professores selecionados recebem bolsa do governo brasileiro e contrapartidas oferecidas pelas instituições de ensino estrangeiras às quais se vinculam.[38]

No âmbito do Leitorado Guimarães Rosa, são selecionados, por concurso público, professores universitários brasileiros, que passam a ministrar aulas de língua e cultura brasileiras em instituições de ensino superior estrangeiras.[39] O papel dos leitorados é a divulgação da língua portuguesa e da cultura brasileira nas universidades e junto aos formadores de opinião. O Leitor deve possuir mestrado ou doutorado e, preferencialmente, ter experiência na preparação para o exame de proficiência em português CELPE-BRAS.[40] A seleção do leitorado é realizada anualmente pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).[41]

Diretores do Instituto Guimarães Rosa[editar | editar código-fonte]

Lista de Diretores do IGR
Diretor(a) Início Término
Embaixadora Paula Alves de Souza 20/04/2022[42] 21/03/2023[43]
Ministro Marco Antonio Nakata 21/03/2023[43] presente

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. BRASIL, Decreto nº 11357, de 1º de janeiro de 2023. Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do Ministério das Relações Exteriores e remaneja cargos em comissão e funções de confiança..
  2. a b c d e «Itamaraty lança em setembro Instituto Guimarães Rosa, vitrine da língua portuguesa e da cultura brasileira no exterior». RFI. 11 de maio de 2022. Consultado em 11 de janeiro de 2023 
  3. «O Instituto Guimarães Rosa e a diplomacia cultural brasileira». Revista Interesse Nacional. Consultado em 11 de janeiro de 2023 
  4. Centros culturais Arquivado em 18 de agosto de 2010, no Wayback Machine. Ministério das Relações Exteriores
  5. «Batizado Guimarães Rosa, instituto de promoção da cultura brasileira terá sedes em 5 cidades». Folha de S.Paulo. 22 de maio de 2019. Consultado em 11 de janeiro de 2023 
  6. Sasson, Marcia (8 de setembro de 2022). «Israel comemora o Bicentenário da Independência do Brasil». Revista Bras.il. Consultado em 11 de janeiro de 2023 
  7. Ministério das Relações Exteriores (2010). «Ações de Diplomacia Cultural». Consultado em 8 de outubro de 2014. Arquivado do original em 15 de outubro de 2014 
  8. «Promoção da Língua Portuguesa». Consultado em 8 de outubro de 2014. Arquivado do original em 15 de outubro de 2014 
  9. «Centro Cultural Brasileiro - Tel Aviv». Centro Cultural do Brasil - Tel Aviv. Consultado em 10 de outubro de 2014. Arquivado do original em 17 de outubro de 2014 
  10. Lusa. «O gigante da Língua Portuguesa». Revista da Lusofonia. Consultado em 10 de outubro de 2014. Arquivado do original em 16 de outubro de 2014 
  11. «Rede Brasil Cultural - Apresentação». Consultado em 8 de outubro de 2014 [ligação inativa]
  12. Felipe Lindoso (17 de junho de 2014). «Projeção Internacional da Cultural Brasileira». O Xis do Problema. Consultado em 10 de outubro de 2014 
  13. «Ministério das Relações Exteriores - Centros Culturais Brasileiros» [ligação inativa]
  14. «Centro Cultural Brasil-África do Sul» [ligação inativa]
  15. Rede Brasil Cultural. «Luanda - Rede Brasil Cultural». Consultado em 20 de outubro de 2014 [ligação inativa]
  16. «Centro Cultural Brasil-Argentina» [ligação inativa]
  17. «Centro Cultural Brasil-Bolívia» [ligação inativa]
  18. «Centro cultural Brasil-Cabo Verde» [ligação inativa]
  19. «Centro Cultural Brasil-Chile» [ligação inativa]
  20. «Centro Cultual Brasil-El Salvador» [ligação inativa]
  21. «Centro Cultural do Brasil em Barcelona». Consultado em 14 de abril de 2015 
  22. «Centro Cultural Brasil-Finlândia» [ligação inativa]
  23. «Centro Cultural Brasil-Guiana» [ligação inativa]
  24. «Centro Cultural Brasil-Guiné Bissau» [ligação inativa]
  25. «Centro Cultural Brasil-Haiti» [ligação inativa]
  26. «Centro Cultural Brasileiro em Israel» [ligação inativa]
  27. «Centro Cultural Brasil-Itália» [ligação inativa]
  28. «Centro Cultural Brasil-Líbano» [ligação inativa]
  29. «Centro Cultural Brasil-México» [ligação inativa]
  30. «Centro Cultural Brasil-Moçambique» [ligação inativa]
  31. «Centro Cultural Brasil-Nicarágua» [ligação inativa]
  32. «Centro Cultural Brasil-Panamá» [ligação inativa]
  33. «Centro de Estudos Brasileiros» [ligação inativa]
  34. «Centro Cultural Brasil-Peru» [ligação inativa]
  35. «Centro Cultural Brasil-República Dominicana» [ligação inativa]
  36. «Centro Cultural Brasil-São Tomé e Príncipe» [ligação inativa]
  37. «Centro Cultural Brasil-Suriname» [ligação inativa]
  38. «Itamaraty, página da Rede Brasil Cultural» [ligação inativa]
  39. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (2013). «Programa de Leitorado». Consultado em 8 de outubro de 2014 
  40. Wexell Machado, Luís Eduardo. «As ações do Estado brasileiro para a promoção da língua, da literatura e da cultura do Brasil no Paraguai» (PDF). Revista Vozes dos Vales: Publicações Acadêmicas. Consultado em 10 de outubro de 2014 
  41. «Rede Brasil Cultural». EDUC BR.FR: O Portal da Cooperação Educacional Franco-Brasileira. Consultado em 10 de outubro de 2014 
  42. «Diário Oficial da União». 20 de abril de 2022 
  43. a b «Diário Oficial da União». 21 de março de 2023