Revolta de Aragarças – Wikipédia, a enciclopédia livre

Revolta de Aragarças
Data 2 de dezembro de 1959 - 4 de dezembro de 1959
Beligerantes
Governo Federal Militares ligados à Revolta de Jacareacanga
Comandantes
Haroldo Veloso
João Paulo Burnier

A Revolta de Aragarças foi uma tentativa de golpe militar contra o governo de Juscelino Kubitschek realizada em 2 de dezembro a 4 de dezembro de 1959. Feita principalmente por oficiais da Aeronáutica e Exército ligados a outra revolta contra o governo JK, conhecida como Revolta de Jacareacanga, essa intentona realizou o primeiro sequestro de avião na história do Brasil.[1][2][3]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

A revolta reuniu oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Exército, além de alguns civis, chefiados pelo major aviador Haroldo Coimbra Veloso e pelo tenente-coronel João Paulo Moreira Burnier, contra o então presidente da República, Juscelino Kubitschek. O estopim, que culminou com o primeiro sequestro de avião do país, foi o fato de Jânio Quadros recusar-se a concorrer ao cargo de presidente, como candidato apoiado pelos partidos de oposição.[4] Os rebeldes acusavam também o então governador gaúcho Leonel Brizola de liderar uma conspiração comunista no Sul e ameaçavam levar para o "paredão os que tripudiavam sobre a miséria do povo". A intenção era bombardear os palácios das Laranjeiras e do Catete, no Rio, e ocupar as bases de Santarém e Jacareacanga, no Pará.

A revolta[editar | editar código-fonte]

Os rebeldes sequestraram cinco aviões e os desviaram para Aragarças. O local fora escolhido porque era um centro de oficiais geograficamente importante e caminho de rotas aéreas. Na visão dos organizadores do protesto, aquele seria um ponto de difusão da luta porque serviria de encontro e ligação de aeronaves vindas do Rio de Janeiro e de outras capitais.

Três aeronaves Douglas C-47 da FAB e uma civil Beechcraft D-18, que decolaram sem permissão da Base Aérea do Galeão, foram desviados para Aragarças. O primeiro tinha Haroldo Coimbra Veloso como passageiro, que em voo assumiu a direção da aeronave, e o segundo era comandado por João Paulo Moreira Burnier. O Beechcraft fora sequestrado em Belo Horizonte pelo major Washington Mascarenhas e era de propriedade particular.

Os três aviões aterrissaram e aguardaram na pista a chegada de uma aeronave Lockheed Constellation, pertencente a empresa aérea Panair, que fora também sequestrado em voo do Rio de Janeiro para a cidade de Belém, pelo major-aviador Eber Teixeira Pinto e o civil Charles Herba. Havia oito tripulantes e 38 passageiros

Consequências[editar | editar código-fonte]

O levante não conseguiu adesões. O político Carlos Lacerda, considerado um aliado do movimento, não apoiou os rebeldes e ainda os denunciou ao Ministro da Guerra. Os insurgentes ficaram isolados e a rebelião foi sufocada em apenas 36 horas. Os líderes fugiram de avião para o Paraguai, Bolívia e Argentina, e só retornaram ao Brasil no governo Jânio Quadros.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «O ano em que os militares sequestraram um avião com passageiros para derrubar JK». El País. Consultado em 9 de setembro de 2023 
  2. «Memória: revolta de Aragarças, que tentou derrubar JK, completa 60 anos». contraponto.jor.br. Consultado em 9 de setembro de 2023 
  3. «JUSCELINO SOFRE NOVA TENTATIVA DE GOLPE». Memorial da Democracia. Consultado em 9 de setembro de 2023 
  4. «1959 - Oficiais rebelam-se contra JK - Jornal do Brasil». Consultado em 2 de maio de 2015. Arquivado do original em 21 de setembro de 2015 
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