Revolta dos Mercenários – Wikipédia, a enciclopédia livre

Revolta dos Mercenários
Guerra da Cisplatina

Pedro I, o imperador do Brasil durante a Revolta.
Data 9 de Junho - 11 de Junho de 1828
Local Rio de Janeiro, Império do Brasil
Desfecho Vitória brasileira
Beligerantes
Império do Brasil Brasil
França
Reino Unido Reino Unido
Merc. Alemães
Merc. Irlandeses

Apoiados por:

Comandantes
Império do Brasil Pedro I do Brasil
Império do Brasil Pedro de Araújo
Império do Brasil Miguel Vasconcelos
August Steinhousen
Forças
1 600 brasileiros
600 franceses
400 britânicos Ao todo: 2 600 soldados
+ 3 000 soldados
Baixas
120 mortos
180 feridos
240 mortos
300 feridos
Ao todo: 360 mortos.

A Revolta dos Mercenários constitui-se numa sublevação militar ocorrida no Brasil, sob o governo de D. Pedro I, em 1828.

Episódio pouco conhecido na História do Brasil, inscreve-se no contexto da guerra contra as Províncias Unidas do Rio da Prata (1825-1828), da qual resultou a independência da República Oriental do Uruguai (27 de Agosto de 1828).

O motim iniciou em 9 de junho de 1828, e durou três dias. Neste período a população da Corte (a cidade do Rio de Janeiro) viveu sobressaltada pela sublevação de três batalhões do Corpo de Estrangeiros, alemães, irlandeses e italianos escondidos, que serviam ao Império do Brasil desde a independência (1822).

A origem da revolta foi um boato que dois alemães haviam sido mortos por soldados de um batalhão brasileiro. O oficial de dia do 3° Batalhão de Granadeiros, composto na sua maioria de estrangeiros, o tenente alemão Prahl, saiu bêbado do quartel, acompanhado de outros soldados e atacou a guarda do Largo da Carioca. Foi logo preso e enviado à Ilha das Cobras, o batalhão foi reunido e Dom Pedro I lá ordenou que todos os envolvidos no incidente dessem um passo à frente. Os que se apresentaram foram logo sentenciados a 100 chibatadas. Isto detonou a revolta.

Para reprimir a sedição foi necessário, além das tropas regulares e da Guarda Real de Polícia, o auxílio da população, cerca de mil paisanos armados, entre os quais haviam estrangeiros que queriam o perdão da coroa, 50 frades e mais de 100 padres e estudantes. O governo solicitou ajuda às forças tarefas francesa e inglesa, aportadas na capital, que desembarcaram 400 marujos ingleses para guardar o Palácio de São Cristóvão, mais 600 franceses se concentraram perto do Arsenal de Guerra.

Nos combates morreram cerca de 240 mercenários, mais 300 feridos; do lado oposto 120 mortos e 180 feridos. Um dos líderes do movimento, August von Steinhousen, foi condenado à morte; outros 31 mercenários receberam penas diversas e outros conseguiram fugir para terem vidas pacatas nas fazendas que entornavam o estado do Rio de Janeiro.

Os batalhões de tropas de mercenários foram dissolvidos e a maior parte de seus integrantes, deportada. Aos que restaram e mereceram, foram alocados no exército brasileiro como soldados de baixa patente à serviço dos duques e barões da época. Ao que tudo indica, a revolta deveu-se ao não cumprimento, por parte da coroa, de pagamento aos mercenários, conforme acordado. Segundo outras fontes a revolta foi motivada pela castigo físico de um mercenário alemão e um italiano, consideradas pela tropa como injusta.

A revolta motivou a demissão do ministro da guerra general Barroso Pereira.

Sergio Corrêa da Costa, em seu livro, Brasil, segredo de Estado, associa tal revolta a um complô envolvendo Manuel Dorrego, governador de Buenos Aires, e os alemães Federico Bauer e Antonio Martín Thym, cujo objetivo visava sequestrar e mesmo matar Pedro I, bem como a independência de Santa Catarina (pp. 17–39).[1][2]

O enviado britânico Ponsonby, em correspondência ao Foreign Office, informou o seguinte a respeito da conspiração:

[3]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. COSTA, Sergio Corrêa da. Brasil, segredo de Estado: incursão descontraída pela história do país (5a. ed.). Rio de Janeiro: Record, 2002. 394p. ISBN 8501061824
  2. História das Relações Exteriores da Argentina
  3. História geral das relações exteriores da Argentina

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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