Revolução Nacional da Indonésia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Guerra de Independência da Indonésia

Revolucionários armados com lanças de bambu e rifles japoneses.
Outros nomes Guerra da Independência da Indonésia
Participantes Indonésia
 Países Baixos
 Reino Unido
 Japão
Localização Indonésia
Data 29 de setembro de 1945 - 27 de dezembro de 1949
Resultado Os Países Baixos reconhecem a independência da Indonésia.

A Revolução Nacional da Indonésia ou Guerra de Independência da Indonésia foi um conflito armado entre a Indonésia e o Império Colonial Neerlandês, e uma revolução social interna. A revolução se deu entre a Declaração da Independência da Indonésia, em 1945 e seu reconhecimento por parte do Reino dos Países Baixos, no ano de 1949.

Visão geral[editar | editar código-fonte]

As lutas da Guerra de Independência da Indonésia duraram mais de quatro anos e envolveram um esporádico, mas sangrento conflito armado interno, levantes políticos e duas grandes intervenções diplomáticas internacionais. As forças holandesas não conseguiram prevalecer aos indonésios, sendo expulsos após muita resistência.[1] Embora as forças holandesas controlassem as vilas e cidades em redutos republicanos em Java e Sumatra, não controlavam as aldeias e no campo. Assim, a República da Indonésia acabou por prevalecer, tanto através da diplomacia internacional, como através da determinação da Indonésia em conflitos armados em Java e outras ilhas.

A revolução destruiu a administração colonial. Também mudou significativamente o sistema de castas locais, bem como reduziu o poder de muitos governantes locais. Porém, não houve melhoras significativas na política ou nas condições de vida da maioria da população.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

O nacionalismo indonésio e os movimentos de apoio a independência, como Budi Utomo, o Partido Nacional Indonésio e o Partido Comunista do país cresceram rapidamente na primeira metade do século XX. Budi Utomo e outros movimentos buscaram estratégias de cooperação, quando iniciaram o Volksraad ("Conselho Popular"), na esperança de que fosse concedido um governo autônomo a Indonésia.[2] Já os outros movimentos buscaram estratégias não cooperativas, exigindo a independência da colônia.[3] Os líderes mais notáveis foram Sukarno e Mohammad Hatta dois estudantes e líderes nacionalistas.

A ocupação japonesa da Indonésia, três anos antes, durante a Segunda Guerra Mundial, foi um fator subsequente crucial na revolução. Sob ocupação alemã, a Holanda tinha pouca habilidade para defender sua colônia do exército japonês. Em apenas três meses de ataques, os japoneses ocuparam as Índias Orientais Holandesas. Em Java, e em menor escala na Sumatra, a propagação japonesa incentivou o sentimento nacionalista. Embora isso foi feito mais para a vantagem política japonesa do que com o apoio altruísta da independência da Indonésia, foi fundamental para a criação de novas instituições e para a elevação de líderes políticos como Sukarno. Além disso, os japoneses haviam destruído as políticas administrativas e de infraestrutura holandesas.[4]

Com a iminência da derrota japonesa na guerra, os holandeses tentam restabelecer sua autoridade na Indonésia, chegando a pedir que o exército japonês "preservasse a lei e a ordem".[5] No entanto, os japoneses estavam mais interessados nos objetivos nacionalistas dos Indonésios, ou seja, na independência. No dia 7 de setembro de 1944, o primeiro-ministro japonês Koiso prometeu aos indonésios a independência, embora nenhuma data tivesse sido definida.[6] Para os partidários de Sukarno, o anúncio foi visto como prova de sua aparente colaboração com os japoneses.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Friend (2003). Página 35. (em inglês)
  2. Army Vandenbosch. «"Nationalism in Netherlands East India"». Pacific Affairs, University of British Columbia. Consultado em 27 de fevereiro de 2011  (em inglês)
  3. George Mc.T Kahin. «"In Memoriam: Mohammad Hatta (1902-1980)"». Indonesia (Southeast Asia Program Publications at Cornell University). Consultado em 27 de fevereiro de 2011  (em inglês)
  4. Vickers (2005). Página 85 (em inglês)
  5. Charles Bidien. «"Independence the Issue"». Consultado em 27 de fevereiro de 2011  (em inglês)
  6. Ricklefs (1991), página 207 (em inglês)
  7. «"The National Revolution, 1945-50"». Country Studies, Indonesia. U.S. Library of Congress. Consultado em 27 de fevereiro de 2011 

Notas[editar | editar código-fonte]