Roberto Valadão Almokdice – Wikipédia, a enciclopédia livre
Roberto Valadão Almokdice (Colatina, 20 de setembro de 1938 – Cachoeiro de Itapemirim, 22 de maio de 2024) foi um destacado líder estudantil, político e prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, principal cidade do sul do Espírito Santo, tendo exercido o cargo de prefeito em duas gestões: de 1983 a 1988 e de 2005 a 2008. Sua trajetória política foi marcada por sua luta pela democracia, com uma ativa participação na resistência à ditadura militar e na redemocratização do Brasil.
Primeiros Anos e Formação
[editar | editar código-fonte]Natural de Colatina, no Espírito Santo, Roberto Valadão Almokdice teve uma formação sólida no campo da educação e das ciências sociais. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim (1968-1973) e também cursou Técnico em Contabilidade na Escola Técnica de Comércio de Cachoeiro de Itapemirim. Em sua juventude, foi ativo em movimentos estudantis e desempenhou papéis importantes em organizações associativas, como presidente da Casa do Estudante de Cachoeiro de Itapemirim (1968-1970) e do Diretório Acadêmico Abel Santana, na mesma cidade (1971).[1]
Trajetória Política
[editar | editar código-fonte]Roberto Valadão começou sua carreira política no início da década de 1960, como membro do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), onde desempenhou papéis fundamentais na organização e liderança do partido. Entre 1962 e 1979, esteve à frente da Comissão Executiva do MDB em Cachoeiro de Itapemirim e foi líder do partido entre 1973 e 1979. Sua liderança política se estendeu também à Câmara Municipal de Cachoeiro, onde foi vereador em diferentes períodos: de 1973 a 1977 e de 1977 a 1979.
Em 1983, foi eleito prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, cargo que ocupou até 1988, e, depois de um período afastado, voltou a ocupar a Prefeitura em 2005, permanecendo no cargo até 2008.
Além disso, foi eleito deputado estadual e deputado federal por dois mandatos, entre 1991 e 1999, sempre pelo PMDB, partido que ajudou a fundar. Durante seu tempo como parlamentar, Valadão teve uma participação destacada em várias comissões permanentes e especiais da Câmara dos Deputados, incluindo a Comissão de Constituição e Justiça, a Comissão de Direitos Humanos, e a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, entre outras. Também desempenhou papéis importantes em comissões externas e CPI's, como a que investigou as causas do atraso tecnológico no Brasil e a comissão que tratou da guerrilha do Araguaia.
Seu compromisso com a redemocratização do Brasil o colocou como um dos principais nomes da oposição à ditadura militar. Durante sua passagem pela Câmara dos Deputados, teve atuação destacada na atualização da legislação eleitoral e na promoção de propostas de anistia, incluindo a Anistia dos Militares, que visava beneficiar ex-integrantes do regime militar.
Atividades Partidárias
[editar | editar código-fonte]Valadão foi fundador do MDB e um dos principais nomes do partido no Espírito Santo. Em 1993, foi presidente do Diretório Regional do PMDB no Espírito Santo, cargo que exerceu até 1995, e se tornou vice-presidente do PMDB em Cachoeiro de Itapemirim. Além disso, foi delegado e membro do Conselho Nacional do PMDB durante a década de 1990.
Renúncias e Cargos Públicos
[editar | editar código-fonte]Em 2006, durante seu segundo mandato como prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Roberto Valadão renunciou à suplência de deputado federal, sendo convocado para o cargo de deputado titular, mas alegando impedimento por já estar no cargo de prefeito.
Antes de se dedicar à vida política, Roberto Valadão teve uma carreira profissional nas áreas administrativa e jurídica, trabalhando como escriturário e inspetor contábil no Rio de Janeiro, além de ter atuado como escrevente juramentado e oficial no Cartório de Registro Civil de Cachoeiro de Itapemirim.
Contribuições e Legado
[editar | editar código-fonte]Ao longo de sua carreira, Roberto Valadão foi um incansável defensor da democracia, atuando tanto no campo da política como em movimentos sociais. Foi um dos protagonistas da transição política durante a redemocratização do país, e seu legado como líder político e militante pela liberdade e justiça continua a ser celebrado em Cachoeiro de Itapemirim e em todo o Espírito Santo.
Além de sua contribuição política, Valadão teve papel ativo na mobilização social, sendo uma figura respeitada no cenário estadual e nacional, principalmente por seu trabalho em prol dos direitos humanos e da justiça social. Sua história é marcada pela busca constante por uma sociedade mais democrática e igualitária.
Morte
[editar | editar código-fonte]Roberto Valadão faleceu no dia 22 de maio de 2024, aos 85 anos, em Cachoeiro de Itapemirim, deixando um legado duradouro na política e na história do Espírito Santo. Seu falecimento foi amplamente lamentado, sendo reconhecido como uma grande perda para a cidade e para o estado.[2]
Referências
- ↑ «Biografia do(a) Deputado(a) Federal ROBERTO VALADÃO». Portal da Câmara dos Deputados. Consultado em 10 de janeiro de 2025
- ↑ «Morre Roberto Valadão, ex-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, aos 85 anos | A Gazeta». www.agazeta.com.br. Consultado em 10 de janeiro de 2025
Precedido por Theodorico Ferraço | Prefeito de Cachoeiro de Itapemirim 2005 — 2008 | Sucedido por Carlos Roberto Casteglione Dias |