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Robson Jorge
Informação geral
Nome completo Robson Jorge da Costa Britto
Também conhecido(a) como Urubu, Jorginho ou Jorge Robson
Nascimento 23 de abril de 1954
Local de nascimento Rio de Janeiro, RJ
Brasil
Morte 19 de dezembro de 1992 (38 anos)
Local de morte Rio de Janeiro, RJ
Brasil
Nacionalidade brasileiro
Gênero(s) MPB, funk, soul, boogie, jazz e música disco
Ocupação(ões) Arranjador, Compositor, Cantor e Multi-instrumentista.
Instrumento(s) Guitarra, Teclado, Piano, Sintetizador, Contrabaixo e Bateria
Instrumento(s) notável(eis) Fender Stratocaster, Gibson Les Paul, Fender Jazz Bass, Minimoog, Oberheim, Fender Rhodes, Piano Yamaha, Yamaha DX7, Rickenbacker
Período em atividade 1965–1992
Gravadora(s) CBS e Som Livre
Afiliação(ões) Lincoln Olivetti, Cassiano, Tony Bizarro e Tim Maia
Página oficial https://www.instagram.com/robsonjorgeourubu/

Robson Jorge da Costa Britto (Rio de Janeiro, 23 de abril de 1954 — Rio de Janeiro, 19 de dezembro de 1992[1]) foi um músico brasileiro conhecido por sercantor, produtor, compositor, arranjador, tecladista e guitarrista.

Se notabilizou pela sua parceria com o arranjador e tecladista Lincoln Olivetti.

Contribuiu para diversos gêneros musicais das décadas de 1970 e 1980 no Brasil com arranjos, composições, produções e execuções como instrumentista em diversos álbuns musicais, trilhas sonoras de novela e shows.

Junto com Lincoln Olivetti, Mauro Motta, Waltel Branco e entre outros músicos, fez arranjos para diversos artistas da música popular brasileira, dentre eles: Xuxa, Tim Maia, Gal Costa, Caetano Veloso, Marina Lima, Rita Lee, Roberto Carlos, Zizi Possi, Jorge Ben Jor, Maria Bethânia, Ney Matogrosso, Marcos Valle.[2]

Além de trabalhos com artistas internacionais como Ana Belén, Jon Lucien e Luther Vandross.[3][4][5]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Início na música: 1960-1970[editar | editar código-fonte]

Começou na música com um violão feito pelo seu tio. Conforme entrevista cedida por seu filho, Robson Jorge Jr., ao livro "Heróis da Guitarra Brasileira", Robson Jorge apresentava desde criança um prodígio musical.

Ao ser matriculado em aulas de piano, a qual depois de três aulas a tutora de piano alegou a mãe de Robson que "[...] não precisava mais ensinar nada, pois o mesmo tocava absurdamente bem".

Ainda em mesma entrevista, o mesmo afirma que o violão de Robson apresentava marcas de uso intenso, devido à prática intensiva de seu violão.[6]

Robson Jorge começou a se apresentar em programas de TV infantis como Capitão Furacão da TV Globo.

Começou a tocar em bailes do subúrbio do Rio de Janeiro, junto com seu irmão Renato Britto, tendo rápida passagem pelo Instituto Villa-Lobos de música.[7]

Aos 13 anos de idade já era conhecido por seu talento ao violão, ainda quando o mesmo estudava na escola municipal Rivadávia Corrêa, conforme relatos de Mauro Motta.[8]

Robson não sabia ler e escrever música em partituras no começo da carreira e aprendia as músicas de ouvido. [9]

Iniciando a carreira como músico de estúdio, músico de apoio e compositor: 1970-1976[editar | editar código-fonte]

Rock Grain - Explosão da Juventude: 1971[editar | editar código-fonte]

Uma de suas primeiras gravações como artista, foi com a banda Rock Grain, no álbum "Explosão da Juventude", tocando teclado na banda.

Com foco em covers de músicas americanas e composições própias na lingua inglesa, a banda apresentava um line up de músicos com pseudônimos em inglês, como era uma norma na primeira metade dos anos 70.[10]

O albúm foi gravado em estúdio com efeitos de transição e ovacionamento de um show ao vivo público para dar a impressão que o albúm fora gravado ao vivo.

A banda ainda contou com Paulinho Guitarra na guitarra solo e teve o seu lançamento em 1971 no Brasil e 1973 na Venezeula. O albúm foi gravado pelo selo Square Records. [11]

Tanto Robson quanto Paulinho Guitarra viriam se tornar membros da banda de apoio de Tim Maia, com a qual Robson Jorge viria trabalhar até o ano de 1976 durante a fase do álbum Tim Maia Racional.[12]

Tony & Frankye: 1971[editar | editar código-fonte]

Ainda no ano de 1971 com produção de Raul Seixas, gravou como músico de estúdio de Tony Bizarro em seu primeiro álbum "Tony & Frankye", tocando guitarra e assumindo a co-autoria da faixa "Canção de Esperar Você".[13]

Em 1973, como músico de estúdio, tocando contrabaixo elétrico, com o cantor e compositor Cassiano em seu álbum "Apresentamos nosso Cassiano" junto com seu irmão Renato Britto na bateria.

Carreira solo e primeiro sucessos como compositor e arranjador: 1976-1977[editar | editar código-fonte]

Em 1976 após a fase Racional é contratado como artista pela CBS.

1976[editar | editar código-fonte]

Com direção artística de Jairo Pires e produção de Carlos Lemos, grava o compacto duplo intitulado "Robson Jorge" com as canções: "Viver Depois", "Tudo Bem", "Penso Em Dizer Que Te Amo" e "Procure Amar".[14]

A gravação realizada em São Paulo nos Estúdios Reunidos contou com a banda Azymuth e com arranjos de Waltel Branco além das cantoras Jussara Lourenço e Jurema Lourenço (do Trio Ternura) e Tony Bizarro no coro. [15]

No mesmo ano compõe com Mauro Motta as canções "Fim de Tarde" e "Eu Preciso te Esquecer" [16]interpretadas pela cantora Cláudia Telles. [17]

Na CBS trabalha como arranjador e músico de estúdio em trabalhos de artistas como Rosa Maria[1], e Jorginho do Império [2]

Ainda meados de 1976 nas dependências da gravadora CBS conhece o tecladista e arranjador Lincoln Olivetti. [18]

1977[editar | editar código-fonte]

Em 1977 lança o seu único disco solo também homônimo ainda pela CBS, no qual gravou diversas composições própias e co-escritas com outros músicos e compositores como Lincoln Olivetti e Ronaldo Barcellos. [3]

O álbum contou com 10 faixas tendo canções como "Tudo Bem" e "Sorriso Falso". Contou com uma orquestra de cordas e um naipe de metais, além de músicos como Paulo César Barros, Hermes Contesini, Ariovaldo Contesini,Picolé e Renato Britto[4]

Apesar da divulgação do disco em bailes de Soul e Funk, a gravadora não decidiu investir na carreira de Robson Jorge por não achar que ele era atraente o suficiente.[5]

Parceria com Lincoln Olivetti[editar | editar código-fonte]

Junto com Lincoln Olivetti trabalham no álbum "Neste Inverno" de Tony Bizarro[18] marcando o inicio da parceria de sucesso como arranjadores.

Juntos arranjam e executam com outros artistas do casting da CBS como Alma Brasileira, Hyldon, Ed Carlos, Jerry Adriani, Claúdia Telles e entre outros.

Trilhas Sonoras para filmes e novelas[editar | editar código-fonte]

Gravaram trilhas sonoras instrumentais para filmes como Rio Babilônia, de Neville d'Almeida de 1982 e Menino do Rio lançado em 1981de Antônio Calmon.

Para as novelas da Rede Globo como Baila Comigo, Plumas e Paetês, Dancin' Days, Feijão Maravilha e Mandala.

Robson Jorge e Lincoln Olivetti[editar | editar código-fonte]

Em 1982 sob a direção de Max Pierre gravaram o álbum "Robson Jorge e Lincoln Olivetti" com intuito de fazer uma série de música instrumental a ser lançado pela Som Livre, de vários artistas como Márcio Montarroyos.

Apesar de ser um álbum focado na música instrumental era tocado nas rádios e em bailes na época de seu lançamento.

O disco tornou-se uma referência internacional, a ponto de ser tocado por DJs internacionais e ser um dos vinis raros mais caros da música brasileira.[19]

Criticas e reclusão[editar | editar código-fonte]

Apesar de todo o sucesso e reconhecimento, Robson Jorge junto de seu parceiro Lincoln Olivetti, sofreram diversas críticas negativas no auge de sua produtividade, sendo acusados de "pasteurizar" o som pelo uso constante do sintetizador e estilizar diversos artistas de diversos gêneros.[20]

Mesmo com o respeito de artistas do nível de Tim Maia e Gilberto Gil, as críticas levaram tanto Robson e Lincoln, a se retirarem[21] para o trabalho em estúdio com poucas aparições públicas.

No ano de 1993, logo após sua morte, Robson ainda sofreria críticas por conta de sua obra musical no jornal O Globo ao lado da reportagem "A guitarra do Toque Final" de Daniel Stycer e pelo crítico musical Carlos Albuquerque no artigo "MPB e Rock pasteurizados".[1]

Controvérsias sobre a morte[editar | editar código-fonte]

Robson Jorge que tinha problemas com o alcoolismo e a depressão, vindo a falecer em 22 de dezembro de 1992, conforme confirmado por Robson Jorge Jr. (filho de Robson Jorge) em um comentário do Facebook, sendo a causa da morte cirrose.

Mas segundo o produtor e baixista, Alexandre Kassin em entrevista cedida para o site WaxPoetics, o baixista afirmou que "Robson morreu a caminho de casa depois de um dia de gravação no ano de 1992 e apesar da morte do músico, a imprensa brasileira não deu muito valor ao fato. A qual se comportou de maneira bastante ofensiva".[22]

Entretanto, conforme noticia do jornal O Globo com o titulo "A Guitarra do Toque Final" de Daniel Stycer (publicada no dia 14 de janeiro de 1993) "Robson veio a falecer na Casa de Caridade de Araruama, tendo sido internado diversas vezes nos meses antecedentes à sua morte, sendo a causa principal cirrose e complicações causadas por ruptura de variz do esôfago, uma forte hemorragia e morte durante endoscopia em 19 de dezembro de 1992 (como consta no periódico)."[1]

Estilo Musical e equipamentos[editar | editar código-fonte]

Geralmente creditado como guitarrista e tecladista, era considerado por Lincoln Olivetti o mais criativo da dupla.[23]

O pouco que se sabe sobre a educação musical de Robson Jorge, é que ele teve uma educação musical não formal e tocava puramente de ouvido. Aprendeu a tocar piano com Mauro Motta e dentro de um ano dominou técnica superando o própio Mauro Motta que tinha formação em piano.[9]

Apesar das limitações de conhecimentos teóricos, Robson Jorge é considerado um músico extremamente criativo por todos com quem trabalhou.[24][25][26]

No decorrer de sua carreira, Robson Jorge tocava bateria, guitarra, contrabaixo elétrico, teclado e piano.[27][28]

Dentre seus equipamentos, podemos citar as guitarras Fender Stratocaster, Gibson Les Paul Firebrand e Rickenbacker 330. Na capa do álbum "Apresentamos Nosso Cassiano" é possível ver Robson usando um contrabaixo elétrico Fender Precision Bass.

Além de instrumentos de cordas, Robson tinha proeminência em instrumentos de tecla como Piano, Teclados e Sintetizadores. Sendo os mais famosos Minimoog, Piano Rhodes, Oberheim OB-X, Korg PolySix, Piano Yamaha CP-80, Júpiter 8, Piano Dynomy e Yamaha DX7.[29]

É notável e perceptível o uso de linhas melódicas de scats dobrados com linhas de guitarras, remetendo o Guitarrista de jazz norte-americano George Benson.

Apresentava influência e domínio da música black norte-americana como o jazz fusion, soul, boogie, city pop e o funk.

Discografia[editar | editar código-fonte]

Albúns e Compactos[editar | editar código-fonte]

Singles[editar | editar código-fonte]

  • 1979 - "Nada Importa" [38]

Referências

  1. a b c «A Guitarra do toque final». O Globo. 2 páginas. 14 de Janeiro de 1993 
  2. «Maestria de Lincoln Olivetti é revivida no álbum 'O mago do pop'» 
  3. «Jon Lucien - The Shadow Of Your Smile / Come With Me To Rio». Discogs (em inglês). Consultado em 13 de dezembro de 2018 
  4. luciazanetti (29 de novembro de 2016). «Paulo César Barros e outros músicos brasileiros participaram da primeira gravação do cantor americano Luther Vandross.». WE LOVE THE BEATLES FOREVER. Consultado em 13 de dezembro de 2018 
  5. «Ana Belén – Ana En Río» 
  6. Souto Maior, Schott, Leandro, Ricardo (2014). Heróis da Guitarra Brasileira: A História do Instrumento por Seus Principais Nomes. [S.l.]: Irmãos Vitale. 59 páginas. ISBN 9788574074283 
  7. Zumbido, Editor da (26 de agosto de 2021). «O restante é balanço puro». Zumbido (em inglês). Consultado em 14 de julho de 2023 
  8. Na Sintonia da Emoção - A História de Mauro Motta | EP05 | Enquanto a Gente Viver, consultado em 21 de julho de 2023 
  9. a b «Mauro Motta | Produtor Musical | Papo com Clê» 
  10. «Cantores brasileiros tinham pseudônimos e cantavam em inglês». www.a12.com. Consultado em 14 de julho de 2023 
  11. https://www.discogs.com/pt_BR/master/845256-Rock-Grain-Explos%C3%A3o-Da-Juventude  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  12. «Rock Grain». Discogs (em inglês). Consultado em 17 de dezembro de 2018 
  13. «Encontramos Tony Bizarro, personagem chave da soul music brasileira pra um papo: hoje tenho meu nome e olhe lá». music non stop. 27 de abril de 2017 
  14. «Robson Jorge - Robson Jorge». Discogs (em inglês). Consultado em 13 de dezembro de 2018 
  15. https://www.discogs.com/pt_BR/release/3730095-Robson-Jorge-Robson-Jorge  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  16. https://www.discogs.com/pt_BR/release/10970101-Claudia-Telles-Eu-Preciso-Te-Esquecer-Sem-Ter-Voce  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  17. https://www.discogs.com/pt_BR/release/5719192-Claudia-Telles-Fim-De-Tarde-  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  18. a b Santos, Lulu (1980). Jornal do Disco, Revista Somtrês. Rio de Janeiro: Editora Três. p. 7 
  19. «Você pagaria R$ 10 mil por um vinil? Conheça discos diputados em sebos». music non stop. 3 de novembro de 2016. Consultado em 13 de dezembro de 2018 
  20. Schott, Ricardo (26 de fevereiro de 2013). «Ricardo Schott: EU VI O LINCOLN». Ricardo Schott. Consultado em 13 de dezembro de 2018 
  21. «Acertos e erros de Lincoln Olivetti – ou o deus disco caído». br.noticias.yahoo.com. Consultado em 13 de dezembro de 2018 
  22. «Brazilian producer Lincoln Olivetti remembered by Kassin». Wax Poetics (em inglês). 20 de abril de 2015. Consultado em 15 de fevereiro de 2018 
  23. «Brazilian producer Lincoln Olivetti remembered by Kassin». Wax Poetics (em inglês). 20 de abril de 2015. Consultado em 17 de dezembro de 2018 
  24. «bloguilhermearantes.com - Lincoln Olivetti». bloguilhermearantes.com. Consultado em 13 de dezembro de 2018 
  25. Araújo, Peu; Roberto, Eduardo; Larozza, Felipe (10 de março de 2015). «Tony Bizarro fala sobre 'Nesse Inverno', disco clássico de 1977». Vice. Consultado em 13 de dezembro de 2018 
  26. «Encontramos Tony Bizarro, personagem chave da soul music brasileira pra um papo: hoje tenho meu nome e olhe lá». music non stop. 27 de abril de 2017. Consultado em 17 de dezembro de 2018 
  27. «Lincoln Olivetti, maestro e produtor musical, morre aos 60 anos - 14/01/2015 - Ilustrada - Folha de S.Paulo». m.folha.uol.com.br. Consultado em 13 de dezembro de 2018 
  28. https://oglobo.globo.com/cultura/musica/noticia/2022/12/disco-de-gravacoes-ineditas-joga-luz-sobre-robson-jorge-arquiteto-do-pop-brasileiro-morto-ha-30-anos.ghtml  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  29. «Discos do Brasil - www.discosdobrasil.com.br». www.discosdobrasil.com.br. Consultado em 13 de dezembro de 2018 
  30. Robson Jorge - Robson Jorge (em inglês), 1976, consultado em 21 de julho de 2023 
  31. Robson E Lincoln - Os Temas Instrumentais Da Novela Baila Comigo (em inglês), 1981, consultado em 21 de julho de 2023 
  32. Robson Jorge - Robson Jorge (em inglês), 1977, consultado em 21 de julho de 2023 
  33. Lincoln Olivetti & Robson Jorge - Robson Jorge & Lincoln Olivetti (em inglês), 1982, consultado em 21 de julho de 2023 
  34. Robson Jorge E Lincoln Olivetti - Babilônia Rock (em inglês), 1983, consultado em 21 de julho de 2023 
  35. Directory - Monday/Caipira Train (em inglês), 1983, consultado em 21 de julho de 2023 
  36. Lincoln Olivetti & Robson Jorge - Siri Que Marca A Onda Leva (em inglês), 1984, consultado em 21 de julho de 2023 
  37. Robson Jorge, Mauro Motta - The MM Sessions - Vol.1 (em inglês), 2022, consultado em 21 de julho de 2023 
  38. Various - Feijão Maravilha (Trilha Nacional Da Novela) (em inglês), 1979, consultado em 21 de julho de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]