Salar de Uyuni – Wikipédia, a enciclopédia livre

Salar de Uyuni
Vista do salar
Vista do salar

Vista do salar
Bioma Deserto de sal
Área 10 582 km²
Países  Bolívia
Parte da América do Sul
Ponto mais alto 3.656
Localização do salar no território boliviano. Imagem de satélite do salar.
Localização do salar no território boliviano.

Imagem de satélite do salar.

Localização do salar no território boliviano.

Imagem de satélite do salar.


Salar de Uyuni (ou Salar de Tunupa) é o maior e mais alto deserto de sal do mundo, com 10 582 quilômetros quadrados[1] e a 3 656 metros acima do nível médio do mar.[2][3] Ele está localizado nos departamentos de Potosí e Oruro, no sudoeste da Bolívia, perto da borda da Cordilheira dos Andes. O salar é também o único ponto natural brilhante que pode ser visto do espaço. Ele serviu de guia para os astronautas da Apollo 11, que chegaram à lua em 1969. Quando os astronautas viram a planície branca pela primeira vez, chegaram a pensar que fosse uma geleira.[3]

O salar foi formado como resultado de transformações entre diversos lagos pré-históricos. Ele é coberto por alguns metros de uma crosta de sal, que tem um nivelamento extraordinário com as variações de altitude média de menos de um metro ao longo de toda a área do Salar. A crosta serve como uma fonte de sal de cobre e de uma piscina de salmoura, que é extremamente rica em lítio. Ele contém de 50 a 70% das reservas mundiais de lítio,[4] recurso que está no processo de ser extraído. A área grande, o céu claro e o nivelamento excepcional da superfície fazem do Salar um objeto ideal para calibrar os sensores de satélites de observação da Terra.[5][6]

O Salar serve como a principal via de transporte em todo o Altiplano boliviano e é um importante terreno fértil para várias espécies de flamingos cor de rosa. A região também uma zona de transição climatológica entre as imponentes nuvens tropicais congestus cumulus e cumulus bigorna que se formam na parte oriental na planície de sal durante o verão e não pode permear além de suas bordas ocidentais mais secas, perto da fronteira com o Chile e o deserto de Atacama.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Há cerca de 40 mil anos a área do atual deserto de sal fazia parte do Lago Michin, um gigantesco lago pré-histórico. Quando o lago secou, deixou como remanescentes os atuais lagos Poopó e Uru Uru, e dois grandes desertos salgados, Coipasa (o menor) e o extenso Uyuni. O Salar de Uyuni tem aproximadamente 10 582 km² de área, ou seja, é maior que o lago Titicaca, situado na fronteira Bolívia-Peru e que apresenta aproximadamente 8 300 km².[2]

Estima-se que o Salar de Uyuni contenha 10 bilhões de toneladas de sal, das quais menos de 25 mil toneladas são extraídas anualmente. O deserto de sal é composto por aproximadamente 11 camadas com espessuras que variam entre 2 e 10 metros, sendo a mais externa de 10 metros. A profundidade total é estimada em 120 metros e é composta de uma mistura de salmoura e barro lacustre. O deserto de sal é também uma das maiores reservas de lítio do mundo, além de conter importantes quantidades de potássio, boro e magnésio. A origem do sal provavelmente está relacionada com a imensa quantidade de vulcões na envolvente do Salar de Uyuni já que situa-se sobre uma região de altiplano, 3 650 m acima do nível do mar. A concentração do sal é também facilitada pelo fato de ser uma região muito árida.[carece de fontes?]

O deserto é composto por 33 "ilhas", que são assim chamadas por constituírem-se em pequenas elevações de terra, cercadas de sal por todos os lados. As mais famosas são as Ilhas do Pescado e Incahuasi, com suas formações de recife e cactos de até 10 metros de altura.[7]

Biodiversidade[editar | editar código-fonte]

Flamingos andinos na Laguna Colorada.

O Salar, assim como qualquer deserto, é praticamente desprovido de qualquer vida selvagem ou vegetação. A vegetação é dominada por cactos gigantes (Echinopsis atacamensis pasacana, Echinopsis tarijensis, etc.). Eles crescem a uma taxa de cerca de 1 centímetro por ano. Outros arbustos incluem Pilaya - que é usado pelos locais para curar catarro - e Thola (Baccharis dracunculifolia), que é queimado como combustível. Também estão presentes plantas de quinoa e arbustos de queñua.[carece de fontes?]

No início de novembro, quando começa o verão, é lar de três espécies de flamingos cor-de-rosa sul-americanos: o Flamingo-chileno, o Flamingo-andino, e o raro Flamingo-de-james. Os flamingos aparecem no verão pois é quando se inicia o período de chuvas e também quando acontece o descongelamento das geleiras nos Andes que deixa o deserto de sal coberto de água, tornando-o um imenso lago com profundidade média de 30 cm.[carece de fontes?]

Cerca de 80 outras espécies de aves estão presentes, incluindo a Fulica cornuta, o ganso andino e o Hillstar andino. A raposa andina, por aqui mais conhecida por culpeo, também está presente, e as "ilhas" hospedam colônias de viscachas.[carece de fontes?]

Economia[editar | editar código-fonte]

Hotel de Sal Playa Blanca.

Turismo[editar | editar código-fonte]

Além da extração de sal, o Salar de Uyuni é também um importante destino turístico. No período de chuvas, o Salar se assemelha a um enorme espelho que se confunde no horizonte com o céu. Assim os passeios ficam restritos a algumas áreas. Entretanto, entre abril e novembro todo o deserto de sal fica acessível, pois torna-se um imenso deserto seco com uma paisagem ainda mais exótica.[carece de fontes?] Além do deserto de sal, as ilhas e as lagoas coloridas onde se vê os flamingos, é possível num mesmo percurso conhecer lagoas de águas termais, sendo uma delas formada de piscinas e a outra natural. Também existem gêiseres que exalam vapor a uma temperatura de 38°C, a mesma temperatura da água.[carece de fontes?]

Outros atrativos do Salar são o Hotel de Sal Playa Blanca, uma construção no meio do deserto, toda feita com blocos de sal, dos tijolos aos móveis, que encontra-se no meio do salar;[carece de fontes?] a Praça das Bandeiras, que fica em frente ao hotel desativado e contém várias bandeiras, desde bandeiras de países, até bandeiras de clubes de futebol;[8] e o "Monumento ao Rally Dakar", construído de sal para representar a passagem do Rally Dakar pelo Salar de Uyuni.[9]

"Ilha" Incahuasi no centro do Salar.

Cultura[editar | editar código-fonte]

Lenda[editar | editar código-fonte]

Existe uma lenda aymara (que é como são denominados os indígenas dessa região dos Andes) que diz que as montanhas Tunupa, Kusku e Kusina, que são as montanhas situadas à beira do deserto, eram pessoas gigantes. Segundo a lenda, Tunupa se casou com Kusku, mas ele fugiu para ficar com Kusina. De luto, Tunupa começou a chorar enquanto dava de mamar para seu filho. Suas lágrimas se juntaram ao leite e formaram o Salar.[10] Por conta dessa lenda, a população local considera Tunupa uma importante divindade e argumentam que a região deveria se chamar Salar de Tunupa, em vez de Salar de Uyuni.[carece de fontes?]

Panorama do Salar.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. revistagalileu.globo.com/ Estivemos no Salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo
  2. a b «Uyuni Salt Flat». Encyclopædia Britannica. Consultado em 1 de dezembro de 2007 
  3. a b g1.globo.com/ Maior e mais alto lago de sal do mundo é único ponto brilhante visto do espaço
  4. Keating, Joshua (21 de outubro de 2009). «Bolivia's Lithium-Powered Future: What the global battery boom means for the future of South America's poorest country.». Foreign Policy 
  5. Borsa, A. A; et al. (2002). «GPS Survey of the salar de Uyuni, Bolivia, for Satellite Altimeter Calibration». American Geophysical Union, Fall Meeting 
  6. Lamparelli, R. A. C.; et al. (2003). «Characterization of the Salar de Uyuni for in-orbit satellite callibration». IEEE Trans. Geosci. Remote Sens. 41 (6): 1461–1468. Bibcode:2003ITGRS..41.1461C. doi:10.1109/TGRS.2003.810713 
  7. g1.globo.com/ Maior Salar do planeta tem sete vezes o tamanho da cidade de São Paulo
  8. g1.globo.com/ Praça das bandeiras
  9. g1.globo.com/ Monumento ao Rally Dakar
  10. mammalia.info/ La leyenda del Salar de Tunupa (Bolivia)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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