Santa Helena (Coronel Fabriciano) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Santa Helena
  Bairro do Brasil  
Prédios e residências no bairro Santa Helena
Prédios e residências no bairro Santa Helena
Prédios e residências no bairro Santa Helena
Localização
Unidade federativa  Minas Gerais
Zona Setor 1
Distrito Sede
Município Coronel Fabriciano
História
Criado em década de 1970
Características geográficas
Área total 0,2 km²
População total (2010) 1 359 hab.
Densidade 7 602,2 hab./km²
Outras informações
Domicílios 505
Limites Santa Terezinha, Bom Jesus, Professores, Centro e município de Timóteo
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)[1]

Santa Helena é um bairro do município brasileiro de Coronel Fabriciano, no interior do estado de Minas Gerais. Localiza-se no distrito-sede, estando situado no Setor 1.[2] De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população no ano de 2010 era de 1 359 habitantes, cujo valor representava 1,3% do total do município e estava distribuído em uma área de 0,2 km².

A área do bairro esteve ocupada originalmente pela Serraria Santa Helena, que foi inaugurada em 1948 e configurou-se como um dos principais empreendimentos industriais da cidade. Após o fechamento do complexo, suas terras foram loteadas na década de 1970, tornando-se um bairro residencial bastante valorizado por ser vizinho do Centro de Fabriciano. Destacam-se, dentre outros marcos presentes, a Catedral de São Sebastião, cossede da Diocese de Itabira-Fabriciano, e o Clube Casa de Campo, que é o clube mais antigo da cidade.

História[editar | editar código-fonte]

Ribeirão Caladão à esquerda da praça do "Parque Linear", que foi construída em 2015.

A área onde está situado o bairro Santa Helena pertenceu originalmente ao baiano Joaquim Cézar Santos (1895–1979), que se estabeleceu no atual município de Coronel Fabriciano para trabalhar na Belgo-Mineira no final da década de 1930. Em sua propriedade, em 1944, Joaquim deu início à construção da Serraria Santa Helena, que foi inaugurada em 28 de junho de 1948, poucos meses antes da emancipação do município, com o qual o empreendimento contribuiu para o desenvolvimento estrutural e econômico ao lado dos núcleos industriais da Belgo e da Acesita; responsáveis pelo crescimento populacional que vinha sendo observado até então.[3][4]

A Serraria Santa Helena configurou-se como um dos principais exploradores de carvão vegetal da região, tendo fornecido matéria-prima para as indústrias locais e para pequenas fábricas de móveis, e também atuou na confecção de pisos de madeira, que pouco tempo depois foram substituídos pela ardósia e pela cerâmica.[5] No auge de sua produção, a empresa mantinha cerca de 180 funcionários, tendo posse de uma das maiores frotas de caminhões da cidade. O empreendimento esteve em atividade até meados dos anos 1960, quando veio à falência devido à escassez de madeira, que supria à demanda dos complexos siderúrgicos vizinhos, e ao surgimento de grandes fábricas de móveis, que conquistaram o espaço dos produtores em menor escala, reduzindo então a procura pela matéria-prima.[5]

Também na década de 1960, um acidente ferroviário na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), envolvendo o choque de um trem com vagões carregados com combustível estacionados próximos à Serraria Santa Helena, afetou severamente suas instalações, contribuindo com seu fechamento. A EFVM passava no lugar da atual Avenida Rubem Siqueira Maia, até o trecho ferroviário ser relocado para fora do perímetro urbano no final da década de 70. Em seu lugar foi construída a avenida, ligando o Centro ao bairro Mangueiras.[6] Com o fechamento da serraria, o terreno foi loteado na década de 1970 pela M. Linhares Imóveis e pela Arquidiocese de Mariana, que preservou sua denominação.[3] Na ocasião era tido como o único espaço do município disponível para construção de habitação.[7]

Durante as décadas de 1970 e 80, foram construídas no loteamento algumas das residências e prédios de alto padrão mais caros da cidade para a ocasião, praticamente esgotando a disponibilidade de lotes, o que levou o Santa Helena a se tornar um bairro residencial bastante valorizado associado à mera proximidade do Centro de Fabriciano e ao acesso a serviços urbanos e lazer.[8][9] Em 1979 foram concluídos os primeiros prédios, totalizando 60 apartamentos.[7] Na mesma virada de década foi construída a chamada Avenida Sanitária (atual Avenida Julita Pires Bretas), margeando o trecho do ribeirão Caladão com canalização em gabiões com a intenção de minimizar as enchentes.[10] Entre 2015 e 2016, a Avenida Julita Pires Bretas recebeu a revitalização de seu calçadão e foram construídos a praça do "Parque Linear" e outros espaços de lazer.[11][12]

Geografia e demografia[editar | editar código-fonte]

Florada de um ipê-roxo na Avenida Julita Pires Bretas

O bairro Santa Helena possui área total de 0,2 km², limitando-se com os bairros Santa Terezinha, Bom Jesus (a leste), Professores (a norte) e Centro (a oeste) e com o município de Timóteo (a sul).[1][3] Abrange o local onde o ribeirão Caladão deságua no rio Piracicaba e, apesar do bairro ser banhado pelo curso, não são comuns enchentes neste trecho, visto que quando o ribeirão está cheio a água acumulada escoa para o Piracicaba. Quando o nível do Piracicaba está alto também não ocorrem inundações, observando apenas um represamento das águas do Caladão.[13]

A arborização é razoável, em especial na Avenida Julita Pires Bretas, que margeia o ribeirão Caladão. Ao longo da via há um calçadão, que é frequentemente utilizado para caminhadas.[14][15] O bairro, no entanto, conta com uma considerável presença de matagais em lotes vagos, que costumam ser indevidamente usados para depósito de lixo e queimadas, o que faz com que haja risco de transmissão de doenças e contaminação do solo e da hidrografia local,[16] apesar de limpezas ocasionais serem expedidas ou realizadas pela prefeitura tanto nesses locais quanto nas margens do curso hidrográfico.[17]

Em 2010, a população do bairro foi estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1 359 habitantes,[1] sendo comparável a cidades mineiras como Cedro do Abaeté e Serra da Saudade.[18] Dentre os 63 bairros que Fabriciano se subdivide, o Santa Helena ocupava a 25ª posição entre os populosos, englobando 1,3% da população municipal e 3,2% da população do distrito-sede, sendo a densidade demográfica de 7 602,2 habitantes por quilômetro quadrado.[1] Do total de habitantes, 628 eram homens (46,2% do total) e 731 mulheres (53,8%). A razão de sexo era de 85,91%. Dentre os homens, a faixa etária predominante era a de pessoas que tinham entre 50 e 54 anos, que envolvia 4,93% do total, enquanto que entre as mulheres predominavam pessoas que tinham de 40 a 44 e de 45 a 49 anos de idade, reunindo, cada uma, 5,08% do total da população do sexo feminino.[1]

Ainda segundo o IBGE, no ano de 2010 havia no total 505 domicílios.[1] O bairro é bastante valorizado pelo setor imobiliário, uma vez que há predomínio de residências ao mesmo tempo de se estar localizado ao lado do Centro de Fabriciano, um dos principais núcleos comerciais da região, porém há pouca disponibilidade de lotes e imóveis à venda, assim como em grande parte da área central da cidade, além de existirem problemas de trânsito e falta de estacionamento nas proximidades.[9] O Santa Helena abriga a Catedral de São Sebastião, que pertence à Paróquia São Sebastião e representa a cossede da Diocese de Itabira-Fabriciano.[19]

Infraestrutura e lazer[editar | editar código-fonte]

Casas e prédios na Rua Vereador Ramiro Camargo

Em agosto de 2013, segundo dados da Secretaria Estadual de Educação (SEE), o bairro Santa Helena possuía duas instituições de ensino, sendo elas a Escola da Cruz Vermelha, que fornecia a educação infantil; e o Ethos Instituto de Educação (antigo Canarinho Encantado), que é privado, foi criado em 1984 e transferido para sua sede atual em 1999 e fornece a educação infantil e o ensino fundamental.[20][21] O Hospital Doutor José Maria Morais (antigo Hospital Siderúrgica) está localizado na Rua Argemiro José Ribeiro e foi criado em 1936 com objetivo de conter uma epidemia de doenças tropicais que avançava pelo leste mineiro, sendo um dos mais antigos da região.[22]

O serviço de abastecimento de água é feito pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), enquanto que o serviço de fornecimento de energia elétrica é de responsabilidade da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), sendo que 100% da população possui acesso à rede elétrica.[23] No interior do bairro não transitam ônibus do transporte público, exceto nas avenidas Julita Pires Bretas e Rubem Siqueira Maia, por onde passam algumas linhas, porém o núcleo residencial está a poucos metros das ruas onde os ônibus urbanos e interurbanos circulam no Centro da cidade.[24]

Dentre os principais marcos situados no bairro Santa Helena, destacam-se a Catedral de São Sebastião, que foi inaugurada em 1993 e possui capacidade para mais de 1 200 pessoas;[25] e o Clube Casa de Campo (CCC), que é o clube mais antigo da cidade, fundado em 1966, e possui quadras de tênis, peteca e futsal, além de piscinas, campos de futebol e casa de eventos.[23] Alguns espaços públicos de lazer que contam com equipamentos para prática esportiva e brinquedos são as praças José Maximiano de Sousa, reconstruída na Avenida Rubem Siqueira Maia em 2012, e do CREAS, construída ao lado da sede do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) em 2016.[26][27]

Também se destacam as atividades de lazer voltadas à população, que, muitas vezes, são organizadas pela Paróquia São Sebastião ou nas escolas. Anualmente é celebrada na catedral, em janeiro, a Festa de São Sebastião, em homenagem ao padroeiro que dá nome à igreja e ao aniversário da cidade.[28] Na Semana Santa e no feriado de Corpus Christi há procissões pelas ruas da localidade e de bairros vizinhos partindo da catedral.[29] Todos os anos também ocorre nas proximidades da catedral o Arraiá do Bastião, com apresentações de quadrilha e comercialização e consumo de comidas típicas em barraquinhas, reunindo a população do Santa Helena e de bairros situados nas proximidades, ou mesmo de outras cidades.[23] O Clube Casa de Campo promove anualmente, na véspera de Ano-Novo, comemorações e festas de passagem de ano.[30]

Clube Casa de Campo
Praça José Maximiano de Sousa
Pista de caminhada na Avenida Julita Pires Bretas

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (16 de novembro de 2011). «Sinopse dos dados - Setor: 311940105000002 - Santa Helena». Consultado em 3 de fevereiro de 2012. Cópia arquivada em 3 de fevereiro de 2012 
  2. Assessoria de Comunicação (3 de julho de 2009). «População/Setores». Prefeitura. Consultado em 20 de outubro de 2009. Arquivado do original em 19 de abril de 2013 
  3. a b c Leonardo Gomes (janeiro de 2012). «Grande Guia dos Bairros de Coronel Fabriciano». Revista Nosso Vale (nº 15): pag. 4. Consultado em 7 de outubro de 2014. Arquivado do original em 22 de março de 2014 
  4. Revista Caminhos Gerais, nº 21, pag. 18.
  5. a b Revista Caminhos Gerais, nº 35, pag. 26.
  6. Neto, Mário de Carvalho (2018). Almanaque "A História de Coronel Fabriciano" especial ed. Coronel Fabriciano-MG: MCN Comunicação e Editora. p. 18–19; 27 – via Revista Caminhos Gerais 
  7. a b «Outro lançamento de sucesso da P. Linhares Imóveis». Jornal Diário da Manhã (2754): 1. 27 de outubro de 1979. Consultado em 20 de outubro de 2019. Cópia arquivada em 20 de outubro de 2019 
  8. Revista Caminhos Gerais, nº 18, pag. 24.
  9. a b Jornal Diário do Aço (12 de outubro de 2011). «Imóveis registram 100% de valorização em 5 anos». Consultado em 24 de novembro de 2011. Cópia arquivada em 24 de novembro de 2011 
  10. «Caladão: drenagem comprometida». Jornal Diário da Manhã (2728): 1. 27 de setembro de 1979. Consultado em 20 de outubro de 2019. Cópia arquivada em 20 de outubro de 2019 
  11. Assessoria de Comunicação (2 de outubro de 2015). «Obras do Parque Linear avançam com construção de praça e passarela». Prefeitura. Consultado em 1 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 1 de dezembro de 2016 
  12. Jornal Diário Popular (30 de outubro de 2015). «Fabriciano pavimenta avenida Julita Pires Bretas». Consultado em 1 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 1 de dezembro de 2016 
  13. Jornal Vale do Aço (4 de janeiro de 2012). «Rios da região voltam a subir». Consultado em 3 de fevereiro de 2012. Cópia arquivada em 3 de fevereiro de 2012 
  14. Assessoria de Comunicação (12 de janeiro de 2012). «Defesa Civil interdita parte da avenida Julita Pires Bretas». Prefeitura. Consultado em 3 de fevereiro de 2012. Arquivado do original em 3 de fevereiro de 2012 
  15. Assessoria de Comunicação (3 de julho de 2009). «ETE e parque linear: Fabriciano avançará com obras de saneamento». Prefeitura. Consultado em 12 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 3 de fevereiro de 2012 
  16. Jornal Vale do Aço (6 de dezembro de 2008). «Um lixão na vizinhança». Consultado em 3 de fevereiro de 2012. Cópia arquivada em 3 de fevereiro de 2012 
  17. Plox (12 de agosto de 2014). «Prefeitura de Fabriciano interdita ponte no bairro Santa Helena para obras do Parque Linear». Consultado em 7 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2014 
  18. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de novembro de 2010). «Censo 2010 - Minas Gerais» (PDF). Consultado em 9 de fevereiro de 2012. Cópia arquivada (PDF) em 9 de fevereiro de 2012 
  19. Diocese de Itabira-Fabriciano (9 de fevereiro de 2014). «Região Pastoral III». Consultado em 7 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2014 
  20. Secretaria de Educação de Minas Gerais (SEE) (5 de agosto de 2013). «Relação de Estabelecimentos de Ensino (ativos), segundo a SRE, o município, a dependência administrativa e a localização, por etapa, nível e modalidade de ensino». Consultado em 7 de outubro de 2014. Arquivado do original em 10 de agosto de 2013 
  21. Ethos Instituto de Educação. «Localização». Consultado em 4 de fevereiro de 2012. Cópia arquivada em 4 de fevereiro de 2012 
  22. Assessoria de Comunicação (3 de julho de 2009). «Organização do município». Prefeitura. Consultado em 4 de fevereiro de 2012. Arquivado do original em 4 de fevereiro de 2012 
  23. a b c Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico (Sedetur) (28 de julho de 2009). «Inventário turístico 2009». Prefeitura. Consultado em 9 de agosto de 2013. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  24. Autotrans. «Horário e Itinerário». Consultado em 7 de outubro de 2014 
  25. Assessoria de Comunicação (7 de agosto de 2009). «Sugestão de passeios: roteiro para o meio urbano». Prefeitura. Consultado em 11 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 3 de fevereiro de 2012 
  26. Assessoria de Comunicação (27 de dezembro de 2012). «Prefeitura de Fabriciano inaugura praça José Maximiano de Sousa». Prefeitura. Consultado em 1 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 1 de dezembro de 2016 
  27. Conteúdo Mineiro (20 de outubro de 2016). «Nova Academia ao Ar Livre em Fabriciano». Consultado em 1 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 1 de dezembro de 2016 
  28. Loreto Machado (11 de janeiro de 2011). «Festa de São Sebastião, padroeiro de Cel. Fabriciano». Paróquia Santo Afonso. Consultado em 5 de fevereiro de 2012. Cópia arquivada em 5 de fevereiro de 2012 
  29. Assessoria de Comunicação (3 de julho de 2009). «Manifestações culturais». Prefeitura. Consultado em 5 de fevereiro de 2012. Arquivado do original em 5 de fevereiro de 2012 
  30. Jornal Vale do Aço (30 de dezembro de 2010). «Festas de Reveillon movimentam a região». Consultado em 17 de dezembro de 2012. Cópia arquivada em 17 de dezembro de 2012 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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