Senhorio de Biscaia – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Antigo brasão da casa de Haro[1], titulares do Senhorio de Biscaia entre os séculos XI e XIV. A sua composição foi herdada por numerosos municípios da Biscaia.

O Senhorio de Biscaia (em castelhano Señorío de Vizcaya) foi uma forma de organização política que se manteve na atual província de Biscaia até ao ano 1876, quando foram prorrogados os foros. Era uma dependência de Castela, embora com legislação e governo próprios; o Senhorio de Biscaia manteve a organização tradicional que se vinha praticando nessa região, brindando os seus cidadãos com um estatuto próprio e alguns privilégios que os tornavam diferentes das restantes possessões do Reino de Castela.

Após a anexação do Condado de Castela por Sancho III de Navarra (1029), Biscaia passa a ser governada por senhores nomeados pelos reis navarros.

A 1040, Íñigo Lopes, tenente era tenente e governava a Biscaia nuclear (sem as comarcas Las Encartaciones e Duranguesado). Durante os confrontos entre Castela e Navarra, declara-se vassalo do Rei de Castela, entregando-lhe Biscaia, e é nomeado, em agradecimento, primeiro Senhor de Biscaia, título outorgado com carácter hereditário.

O título foi herdado pelos seus descendentes até que, por herança materna, em 1370, recai no Infante D. João de Castela, que herda do seu pai o Reino de Castela, como João I, tornando-se desde então ligado à Coroa, primeiro à de Castela e, desde Carlos I, à de Espanha, sempre com a condição de que o Senhor em posse jurasse defender e manter os foros do Senhorio (leis biscaínas próprias) que, no seu texto, afirmavam que os biscaínos, pelo menos teoricamente, podiam desobedecer ao seu Senhor, caso este não o fizesse.

As relações dos senhores da Biscaia com os reis de Castela fizeram deles senhores das terras de Haro em La Rioja pois eles favoreciam os interesses de Castela nos conflitos entre Pamplona e Navarra[2].

Os senhores possuíam poder limitado[3] e, como os monarcas navarros antes deles, deveriam prestar juramento em Gernika em como respeitariam o fuero (foral, em basco: forua) quando herdassem tal honra.

Após o senhorio[4] ter sido herdado pela dinastia castelhana em 1370, os Reis de Castela e mais tarde os Reis da Espanha continuam a ter que prestar juramento da mesma maneira

Senhores de Biscaia[editar | editar código-fonte]

Lendários[editar | editar código-fonte]

De acordo com Lope García de Salazar, houve cinco Senhores de Biscaia antes dos aceites historiograficamente como primeiros, os quais se designam, os históricos:

  • Jaun (Lope) Zuria.
  • O seu filho Munso ou Nunso López
  • O filho deste, Ínigo Esquira.
  • Lope Díaz, filho de Iñigo Esquira
  • Dom Sancho, filho de Lope Diaz

E, a partir daqui, a relação coincide com a histórica, iniciando-se com Ínigo Esquirra, que poderá ser considerado como o sexto Senhor de Biscaia, e que era irmão bastardo de Dom Sancho[5]

Históricos[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Casa de Haro
Brasão de armas do Rei de Espanha como senhor de Biscaia

Casa de Borgonha

Casa de Haro

Casa de Lara

Casa de Trastâmara

  • A partir daqui, o título permanece ligado à Coroa de Castela e, mais tarde, à de Espanha, sendo ainda hoje ostentado pelo Rei Filipe VI.

Referências

  1. grandesp.org.uk
  2. Juan Antonio de Ybarra e Ybarra. «EL PACTO CON LA CORONA» (em espanhol). JayBarra. Consultado em 6 de abril de 2011 
  3. Carnarvon, Henry John George Herbert (1850). «XIV». Portugal and Galicia. with a review of the social and political state of the Basque Provinces (em inglês) 3ª ed. [S.l.: s.n.] p. 329 
  4. Juan Antonio de Ybarra e Ybarra. «LOS VASCOS EN LA HISTORIA DE ESPAÑA» (em espanhol). JayBarra. Consultado em 6 de abril de 2011. Arquivado do original em 1 de outubro de 2011 
  5. Livro XX das BIENANDANZAS E FORTUNAS DE LOPE GARCÍA DE SALAZAR, edição realizada por Ana María Marín Sánchez

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Historia de Navarra, el estado vasco, Mikel Sorauren, 1998.