Terreiro do Alaqueto – Wikipédia, a enciclopédia livre

Terreiro do Alaqueto
Tipo
Geografia
País Brasil
Localidade Salvador
Coordenadas 12° 58' 31" S 38° 29' 24" O
Mãe Olga de Alaqueto, o ministro da cultura Gilberto Gil e Mãe Stella de Oxóssi

O Terreiro do Alaqueto[1] (Alaketu) ou Ilé Axé Mariolajé é um terreiro brasileiro de Candomblé. Está localizado à Rua Luiz Anselmo, bairro do Matatu em Salvador e foi fundado em 1636 por Maria do Rosário, Otampê Ojarô, descendente da Familia Real de Queto.[2][3] Também conhecido como "Casa de Mãe Olga do Alaqueto", a qual lidera o terreiro como ialorixá. É um dos terreiros mais antigos do Brasil, havendo relatos orais que apontem sua fundação no século XVII, e documentos formais de 1858.[4]

Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), sob o processo n.º 1484=T-01, de 2005.[2]

História[editar | editar código-fonte]

As primeiras donas do Alaqueto eram gémeas e foram capturadas na beira do rio de Minas Santé, que eram fundos do reinado de Queto. Vieram para o Brasil não como escravas e ali foram criadas até a idade de dezesseis anos, quando voltaram para a África.

Casaram com 22 anos de idade e voltaram para o Brasil abrindo então o terreiro do Alaqueto no dia 8 de Maio de 1616.

A dona do Alaqueto, que fundou o terreiro, chamava-se Iá Otampê Ojarô, e a irmã chamava-se Iá Gogorixá. Sua filha chamou-se Iá Acobiodé. Esse é o primeiro nome que tem qualquer pessoa que seja a primeira filha de um reinado em Queto.

Depois de Acobiodé vieram dois filhos homens de nome Babá Aboré e Babá Olaxedom. Baba Aboré foi pai de Obá Oindá, que quer dizer “mulher de rei”, Todas as mulheres desta família tem nomes de Iabá e os homens de Obas, pertencentes ao reinado de Queto. Informação dada por D. Olga de Alaqueto.[3]

Tradição[editar | editar código-fonte]

A genealogia de Olga Francisca Regis remonta a cinco gerações, e os claros na sua diagramação foram explicados por se referirem “a pessoas que não tiveram muita obrigação na casa”.

O nome Ojarô, uma abreviatura de Ojá Aro, é o nome de uma das cinco famílias reais conhecidas em Queto e de onde ainda são escolhidos os Alaqueto, num sistema rotativo.

Sacerdotes[editar | editar código-fonte]

Nome de sacerdotes e o período em que exerceu o cargo:

  • Otampê Ojá Arô e Babá Alaji - Porfírio Regis - Maria do Rosário (Otampê Ojarô)
  • Odé Akobi - João Regis - Chiquinha (Ode Acobi ou Acobiodé)
  • Babá Aboré - José Gonçalo Regis (Babá Boré) - Iá Merenundé
  • Bira da Oxum, 1987
  • Etelvina Francisca Regis (Ogum Lonã) - iaquequerê do Alaqueto
  • Dionísia Francisca Régis - João Nepomuceno - Maria Francisca (Maquendê) - Dionísia (Oba Dindá)
  • Olga de Alaqueto, Olga Francisca Regis (Oiafunmi) - José Cupertino Barbosa - 2005
  • Jocelina Barbosa Bispo, mãe Jojó de Alaqueto, 2005
  • José, Louriel, Gérson, Joselina, Joselita, Josenira, Genival e Jonilson

Referências

  1. Castro, Yeda Pessoa de (2001). Falares africanos na Bahia: um vocabulário afro-brasileiro. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras. p. 149 
  2. a b Anietie Akpan (19 de abril de 2005). «Tombamento do Ilé Axé Mariolajé». Patrimônio Revista Eletrônica do IPHAN. Consultado em 8 de julho de 2019 
  3. a b Olga do Alaketo, Jocelina Barbosa Bispo,“Jojó” e José Francisco Barbosa, “Zequinha”, dias 7 de novembro de 2003 e 5 de fevereiro de 2004. (2004). «Fundação do Terreiro do Alaketu» (PDF). Afro-Ásia, 29/30 (2003), 345-379. Consultado em 8 de julho de 2019 
  4. SILVEIRA, Renato da. Sobre a fundação do terreiro do Alaketu. Afro-Ásia, n. 29/30, 2003. p. 345-379. https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/3666/1/afroasia_n29_30_p345.pdf.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]