Turquinho – Wikipédia, a enciclopédia livre

Antônio Felix Filho
Turquinho
Pseudônimo(s) Turquinho
Nascimento
Mariana
Estatura mais de 1,80 m
Ocupação Inspetor de Tráfego da Polícia das Estradas

Antônio Felix Filho (década de 1910 – ?, Mariana), mais conhecido como Turquinho, foi o primeiro patrulheiro da Polícia Rodoviária Federal.[1]

Início de vida[editar | editar código-fonte]

Foi filho de um imigrante sírio com uma mineira. Viajou para a Síria ainda adolescente, mas não conseguiu encontrar seus parentes e passou por dificuldades no país. Chegou a passar fome e frio e viveu de trabalhos informais. Após quatro anos no país, cansou-se de suas condições de vida e decidiu voltar para o Brasil. Para tanto, trabalhou como grumete em um navio.[2]

Polícia Rodoviária Federal[editar | editar código-fonte]

Antônio trabalhou na construção da Rodovia Rio-Petrópolis e em 1927 militou pela criação de uma polícia de patrulhamento, o que aconteceu no Governo Washington Luis no ano seguinte. Em 1933, virou crítico da recém-criada Polícia de Estradas por ela nunca ter sido verdadeiramente implementada. Ele, então, foi diversas vezes ao Palácio do Catete exigir a implementação efetiva das patrulhas.[2][3]

Cansado das respostas negativas, comprou uma moto Zundapp KS 750 e passou a fazer as patrulhas sozinho, munido apenas de um revólver e binóculos. Em uma dessas patrulhas, Antônio se encontrou com Getúlio Vargas, o qual já conhecia, e seu segurança, Gregório Fortunato, onde ele questionou o presidente sobre a implementação da polícia.[2]

Em 1935, foi chamado pelo administrador Natal Crosato, a mando de Yeddo Fiuza, Chefe da Comissão de Estradas e Rodagem, para ser o primeiro Inspetor de Tráfego, onde deveria ajudar a treinar e organizar a patrulha das rodovias Rio-Petrópolis, Rio-São Paulo e União Indústria. Para isso, ganhou uma moto Harley Davidson e passou a fazer rondas com cerca de 450 homens da Comissão de Estradas de Rodagem. Ele também foi um dos maiores conselheiros de Carlos Rocha Miranda.[4]

Nossa Senhora da Medalha Milagrosa[editar | editar código-fonte]

No dia 30 de dezembro de 1936, Turquinho estava dirigindo em uma ronda noturna na Rio-Petrópolis quando pensou ter atropelado uma mulher que atravessava a rodovia distraida. Quando voltou para prestar socorro, a rodovia estava deserta, e no local estava uma medalha com a imagem de uma santa. Neste dia, ele jurou criar a maior força policial do brasil. Mais tarde, a santa foi identificada como a Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Turquinho carregou a medalha consigo até o fim da vida, e, em 2004, ela virou a padroeira da Polícia Rodoviária Federal.[5]

Referências

  1. Ricardo, Sinomar Szczypior (9 de dezembro de 2014). «Instrumentos de Transação Administrativa Disciplinar : impacto da Portaria Ministerial nº 1038/2014 na gestão da 2ª Superintendência de Polícia Rodoviária Federal». Consultado em 15 de novembro de 2022 
  2. a b c Patrulheiro 01 (PDF). [S.l.]: Polícia Rodoviária Federal. 2021 
  3. gentedeopiniao.com.br. «POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL FAZ 80 ANOS». Gente de Opinião. Consultado em 15 de novembro de 2022 
  4. «PRF 90 anos». Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do Rio de Janeiro. Consultado em 14 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 15 de novembro de 2022 
  5. «Estradas - Sacrifício e orgulho são destaques no Dia do Policial Rodoviário Federal». Estradas. 23 de julho de 2020. Consultado em 15 de novembro de 2022