Vídeo nas Aldeias – Wikipédia, a enciclopédia livre

Vídeos nas Aldeias
(VNA)
Logo Vídeo nas Aldeias (Fundo Branco)
Tipo Organização não-governamental
Fundação 1986 (38 anos)
Estado legal Ativo
Propósito Formar diretores cinematográficos indígenas.
Sede Brasil Pernambuco, Brasil
Fundador Vincent Carelli
Sítio oficial http://www.videonasaldeias.org.br/2009/index.php

Vídeo nas Aldeias (VNA) é um projeto que utiliza recursos audiovisuais para fortificar a identidade dos povos indígenas e sua cultura, se concretizou a partir de uma atividade realizada na ONG Centro de Trabalho Indigenista por Vincent Carelli, Virgínia Valadão e outros indigenistas, que o fundaram em 1986. O objetivo do projeto é formar diretores cinematográficos indígenas.

Em 2000 o VNA deixa de ser um projeto da ONG Centro de Trabalho Indigenista e se constitui em uma ONG independente, que está inserida no Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura (Brasil), de onde recebe parte de seus recursos.[1]

Como funciona[editar | editar código-fonte]

A princípio, a equipe integrante filmava o cotidiano das aldeias e depois expunha para que os personagens assistissem. Atualmente, tal equipe se desloca até a aldeia que fará parte do projeto e lá entregam aos indígenas os equipamentos de exibição e as câmeras, assim os indígenas, ao aprenderem a usar, podem fazer seus vídeos de acordo com o que querem mostrar. Eles recebem oficinas e cursos de produção para a criação dos vídeos, e no processo o projeto é formado, produzido e divulgado.[2]

Nas oficinas os indígenas aprendem todo o processo para a produção dos seus vídeos, desde roteiro até a edição daquilo que eles filmam. Elas tem duração de um mês, aproximadamente, dentro das próprias aldeias, onde todos podem participar.[3]

Nos vídeos são encontradas festas, costumes, o modo de organização das aldeias e tudo que eles quiserem mostrar em relação a sua cultura e cotidiano.

Nas aldeias[editar | editar código-fonte]

Vincent Carelli, fundador do Vídeo nas Aldeias

O VNA (Vídeo Nas Aldeias) já trabalhou e ainda trabalha com diversos grupos indígenas, não fazendo exclusividade. O primeiro grupo que Vincent trabalhou foi o Nambiquara (MT/RO), e a partir do momento em que a curiosidade vivenciada pelos integrantes do projeto no qual estavam envolvidos fora notada, foi resolvido levar o projeto em frente. Mais de 120 aldeias já receberam os cursos e oficinas do VNA, estando dispostos a levar a intimidade indígena para o público.[4]

Já com o projeto em funcionamento, ele presa pela integração entre os povos integrantes, assim, promovem encontros entre os povos que se conhecem através dos vídeos por eles formulados, para uma experiência que possa ser vivenciada de forma mais real. Atualmente, o projeto é considerado como uma escola de cinema para índios, e já conta com um acervo de mais de 70 vídeos sendo que pelo menos metade é de autoria dos próprios, premiados nacional e internacionalmente.

Após toda produção, a ONG toma ainda a responsabilidade de fazer certo tipo de manutenção para com as aldeias, não deixando de verificar o que os indígenas produtores e atores estão precisando no caso de quererem produzir novos vídeos ou até mesmo assistir vídeos de outros produtores indígenas.[5][6]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

  • Prêmio UNESCO, por respeito à diversidade cultural e de busca de relações de paz interétnica, em 2000.
  • Prêmio Especial do Júri do XII CINE CEARÁ para o projeto Vídeo nas Aldeias, em 2002
  • Prêmio Chico Mendes, do Ministério do Meio Ambiente, pela valorização das referências culturais e ambientais das populações da Amazônia, em 2003.
  • Prêmio UNESCO pela contribuição à preservação do patrimônio imaterial, em 2005.
  • Prêmio em homenagem ao Vídeo nas Aldeias do 25º FESTIVAL INTERNACIONAL DU FILM D’AMIENS, na França, em 2005.
  • Prêmio em reconhecimento ao Vídeo nas Aldeias no VIII FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINE I VIDEO DE LOS PUEBLOS INDÍGENAS, em Oxaca no México, em 2006.
  • O projeto Vídeo nas Aldeias foi selecionado para constar entre as 100 experiências brasileiras em desenvolvimento sustentável pela Consulta Nacional, Agenda 21, promovida pelo Ministério do Meio Ambiente.
  • Video nas Aldeias recebeu ainda pelos vídeos que produziu mais de 70 prêmios em festivais nacionais e internacionais, sendo a maioria para vídeos de autoria indígena.
  • Vídeo nas Aldeias recebeu a Ordem do Mérito Cultutral 2009 do governo brasileiro.[7]

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Ícone de esboço Este artigo sobre Organizações não governamentais é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.