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Vera Songwe
Vera Songwe
Vera Songwe em 2020
Nascimento 1968
Nairóbi
Cidadania Camarões
Alma mater
Ocupação economista, empresária
Prêmios
  • OkayAfrica 100 Women (2018)
Empregador(a) Banco Mundial, Corporação Financeira Internacional

Vera Songwe (Nairobi, 1968) é uma economista e dirigente de instituições financeiras multilaterais camaronesa, nascida do Quênia.

Bacharel em Economia e Ciência Política pela Universidade de Michigan, Songwe é Mestre em Direito e Economia e tem um Diplôme d’études approfondies (DEA) em Economia e Política, pela Université Catholique de Louvain, na Bélgica. Obteve também o título de PhD em Economia matemática, do Centro de Pesquisa Operacional e Econometria da mesma universidade.[1] Suas principais áreas de interesse são: política fiscal, mecanismos de financiamento inovadores para o desenvolvimento, agricultura, energia e governança econômica.[2]

Trabalhou no Banco Mundial desde 1998 e, em 2015, tornou-se diretora regional da Corporação Financeira Internacional para África Ocidental e Central. Em 2013, foi incluída, pela revista Forbes, entre as 20 jovens mulheres mais poderosas da África [3][4]

Em 2017 tornou-se a primeira mulher a chefiar a Secretaria Executiva da Comissão Econômica das Nações Unidas para a África (CEA).[5][6]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascida em Nairobi, Quênia, filha de um médico, Vera Songwe cresceu em Bamenda, no noroeste de Camarões, onde frequentou o Our Ladies of Lourdes College, estabelecimento de ensino privado, católico, voltado à elite local de fala inglesa.[6] Depois do bacharelado em Economia e Ciência Política na Universidade de Michigan, obteve o doutorado em Economia Matemática na Universidade Católica de Louvain (UCLouvain), na Bélgica. Mais tarde emigrou para os Estados Unidos, onde trabalhou por três anos na Universidade de Míchigan.

Trabalhou também para a Reserva Federal de Minneapolis, ao mesmo tempo em que atuava como professora visitante da Universidade do Sul da Califórnia. Em 1998 ingessou no Banco Mundial, onde desenvolveu sua carreira ao lado de sua mentora, a economista nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala.[7] No Banco Mundial, atuou na unidade de Gestão Econômica para a Redução da Pobreza (PREM), cobrindo Marrocos e Tunísia.[8] Nos anos seguintes, ainda na PREM, assumiu funções para as regiões da Ásia Oriental e região do Pacífico.

Em 2010, Songwe fez parte da equipe do Grupo Banco Mundial que arrecadou 49,3 bilhões de dólares em financiamento para os países de baixa renda do mundo, como parte da 16ª reposição da Associação Internacional de Desenvolvimento (AID). É bolsista da Brookings Institution, na Africa Growth Initiative.[2][9][10]

De 2011 a 2015 foi diretora de operações do Banco Mundial em Cabo Verde, Gâmbia, Guiné-Bissau e Mauritânia.[11] Em julho de 2015, foi nomeada diretora regional da Corporação Financeira Internacional para a África Ocidental e Central.[12]

En 2011, Songwe atuou na iniciativa África 2.0, visando envolver os jovens africanos na busca do desenvolvimento do continente.[9][13][14]

Em 2013, a revista Forbes a incluiu em sua lista das 20 jovens mulheres mais poderosas da África. No ano seguinte, o Institut Choiseul, um think tankinternacional baseado em Paris, escolheu-a como uma das "dirigentes africanas do amanhã".[3][15]

En 2014, a African Business Review apontou-a como uma das 10 mulheres empresárias líderes da África.

Em 3 de agosto de 2017, Songwe assumiu as funções de Secretária Executiva da Comissão Económica para África (CEA), por nomeação do Secretário-geral da ONU, António Guterres, tornando-se a primera mulher a assumir esse cargo.[1]

Em junho de 2020, Songwe e outros - incluindo ganhadores do Prêmio Nobel de Economia, arquitetos, chefs e líderes de organizações internacionais - assinaram o apelo a favor da economia púrpura (“Por um renascimento cultural da economia”, publicado no Corriere della Sera [16], El País [17] e Le Monde).[18]

Em agosto de 2021, fontes anônimas disseram à mídia que Songwe anunciou a sua saída, e iria para uma nova organização em prol dos interesses africanos.[19][20]

Outras atividades[editar | editar código-fonte]

Songwe atua como Senior Fellow não residente na Iniciativa de Crescimento da África do Brookings Institution . Ela também é membro da equipe de reforma institucional da União Africana sob a direção do Presidente de Ruanda, Paul Kagame, e membro do conselho da Rede de Liderança Africana, da Fundação Mo Ibrahim [1] e da ID4Africa.[21]

No início de 2021, Songwe foi nomeada pelo G20 para o Painel Independente de Alto Nível (HLIP) sobre o financiamento dos recursos globais para a preparação e resposta à pandemia, co-presidido por Ngozi Okonjo-Iweala, Tharman Shanmugaratnam e Lawrence Summers .[22]

Discursos[editar | editar código-fonte]

  1. Declaração da Secretaria Executiva na Quarta Conferência de Ministros Responsáveis pelo Registo Civil - Lusaka, Zâmbia, 07 de dezembro de 2017 [23]
  2. Declaração da Secretaria Executiva na abertura da Conferência Econômica Africana, Adis Abeba, Etiópia, 4 de dezembro de 2017
  3. Declaração da Secretaria Executiva na abertura da Conferência sobre Política Agrária em África (CLPA-2017) Adis Abeba, Etiópia, 14 de novembro de 2017
  4. Declaração da Dra. Vera Songwe, Subsecretária-Geral das Nações Unidas e Secretária Executiva da UNECA na Sessão de Abertura da 18ª Reunião do Conselho Executivo da Cimeira Extraordinária sobre a Área de Comércio Livre Continental Africano [24]
  5. Fechando a lacuna de gênero na tecnologia [5]

Publicações[editar | editar código-fonte]

  1. “Vencendo a luta contra a corrupção: um caminho sustentável para a transformação da África” [25]

Artigos em destaque[editar | editar código-fonte]

  1. Conferência dos Ministros das Finanças da África discute a importância da economia digital para o continente
  2. La mauvaise gouvernance tue les jeunes Africains selon la Fondation Mo Ibrahim
  3. Reforçar as contas nacionais, os ODS e o emprego no centro da reunião bilateral CEA-Egito
  4. Mo Ibrahim: As migrações africanas são uma oportunidade, não uma crise
  5. Surgiram preocupações à medida que as nações africanas se moviam para ratificar o maior acordo de livre comércio, o Acordo de Livre Comércio Continental Africano em maio de 2019.
  6. A falta de receita interna prejudica as economias africanas
  7. Metade da juventude mundial será africana
  8. África pede para acelerar a digitalização
  9. Conferência discute investimentos na economia digital
  10. A má governança está matando os jovens da África - Fundação Mo Ibrahim
  11. Associação Africa Fintech lançada em Marrocos
  12. Économie et dévelopement
  13. A área de livre comércio da África entra em vigor com a ratificação da Gâmbia
  14. Gâmbia ratifica AfCFTA, colocando-o em movimento
  15. Les gouvernements africains priés d'adopter la transformação numérique 

Referências

  1. a b c «Biography | United Nations Economic Commission for Africa». www.uneca.org. Consultado em 17 de abril de 2019 
  2. a b «Vera Songwe». Brookings. 4 de setembro de 2015. Consultado em 17 de abril de 2019 
  3. a b (em inglês) Mfonobong Nsehe, The 20 Young Power Women In Africa 2013. Forbes, 4 de dezembro de 2013.
  4. «Young, managers, inventive and competent, they are the pride of Cameroon». Business in Cameroon. 22 de dezembro de 2015 
  5. a b «Vera Songwe: Closing the Tech Gender Gap». IMF (em inglês). Consultado em 17 de abril de 2019 
  6. a b Biografia. 16th Official opening ceremony. Participant bios. AEC, 2017, p. 16
  7. «Cameroun : Vera Songwe, première femme à diriger la Commission économique pour l'Afrique – JeuneAfrique.com». JeuneAfrique.com (em francês). Consultado em 28 de abril de 2018 
  8. «À IFC, Vera Songwe passe au chevet du secteur privé». JeuneAfrique.com. 11 de janeiro de 2016 
  9. a b «Obama's top initiative to aid Africa is now in jeopardy». 23 de julho de 2015 
  10. «Obama to announce expansion of electrification in Africa». 5 de agosto de 2014. Consultado em 15 de janeiro de 2016 
  11. Mark Landler African Leaders Coming to Talk Business May Also Be Pressed on Rights New York Times, 31 de julho de 2014.
  12. «IFC Appoints Vera Songwe Regional Director for West and Central Africa». AfricaStar. 1 de julho de 2015. Cópia arquivada em 26 de janeiro de 2016 
  13. Sesay, Isha; Teo Kermeliotis (12 de outubro 2011). «Africa's emerging leaders launch 2020 growth vision». CNN 
  14. Eilperin, Juliet (5 de agosto de 2014). «Obama to announce expansion of electrification in Africa». The Washington Post 
  15. «After the World Bank, Cameroonian Vera Songwe becomes the IFC resident representative to Senegal». 27 de agosto de 2015 
  16. «Per un rinascimento culturale dell'economia». Corriere della Sera (em italiano). 7 de junho de 2020 
  17. «Por un renacimiento cultural de la economía». El País (em espanhol). 7 de junho de 2020 
  18. «En dépit de son importance croissante, le culturel n'a pas suffisamment été pensé comme un écosystème». Le Monde (em francês). 7 de junho de 2020 
  19. Kedem, Shoshana (22 de agosto de 2022). «Vera Songwe resigns from UNECA». African Business (em inglês). Consultado em 10 de setembro de 2022 
  20. Ballong, Stéphane Ballong; Rizk, Yara (31 de agosto de 2022). «Why is Vera Songwe leaving the UN's Economic Commission for Africa?». The Africa Report.com (em inglês). Consultado em 10 de setembro de 2022 
  21. Advisory Board ID4Africa.
  22. Ministry of Economy and FinanceThe G20 establishes a High Level Independent Panel on financing the Global Commons for Pandemic Preparedness and Response Ministério de Economia e Finanças (Itália); press release de 27 de Janeiro de 2021.
  23. «Speeches | United Nations Economic Commission for Africa». www.uneca.org. Consultado em 17 de abril de 2019 
  24. «Statement by Dr. Vera Songwe, United Nations Under-Secretary-General and Executive Secretary of the UNECA at the Opening Session of the 18th Executive Council Meeting of the Extraordinary Summit on the African Continental Free Trade Area | African Union». au.int. 19 de março de 2018 
  25. «Statement by Vera Songwe: theme: "Winning the Fight against Corruption: A Sustainable Path to Africa's Transformation": draft». Junho de 2018