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Victor Hugues
Victor Hughes
Nascimento 20 de julho de 1762
Marselha
Morte 12 de agosto de 1826
Caiena
Nacionalidade francês
Ocupação Governador colonial

Victor Hugues (Marselha, 20 de julho de 1762[1]Caiena, 12 de agosto de 1826[2]) foi um político, militar e administrador colonial francês durante a Revolução Francesa. Governou Guadalupe de 1794 a 1798, abolindo a escravidão da ilha, seguindo as ordens da Convenção Nacional e depois a Guiana Francesa de 1799 a 1809, quando a Guiana foi invadida por tropas portuguesas.

Guadalupe[editar | editar código-fonte]

Era colono em Saint-Domingue no final da década de 1780, início de 1790, quando retornou para a França, tornando-se oficial em La Rochelle por causa de suas atividades no Clube Jacobino local. Depois dos decretos de emancipação de Léger-Félicité Sonthonax e Étienne Polverel, durante a Revolução Haitiana, a Convenção Nacional declarou a abolicão da escravatura em todos os territórios franceses em fevereiro de 1794 e nomeou Hughes comissário civil para Guadalupe. A ilha estava sob controle inglês depois dos plantadores locais, leais ao rei francês, terem se revoltado. Hughes conseguiu reunir escravos e nativos e retomou o controle, depois de uma rebelião, em 6 de outubro de 1794, com a rendição do general inglês, em Barville com todas suas tropas, compostas de 800 emigrados franceses e 900 soldados nativos.

Governou por quatro anos antes de ser chamado de volta à França. Durante este tempo, livrou a ilha dos contra-revolucionários, utilizando uma guilhotina trazida da França, também criou um método de plantação viável, pós-escravidão, utilizando mão-de-obra livre que permitiu a continuidade das fazendas das ilhas.

Hugues também autorizou que corsários atacassem navios no Caribe, trazendo uma grande riqueza para a ilha, porém também aumentando a tensão entre os Estados Unidos e a França, que quase levou à guerra ( a Quase-guerra da história norte-americana).

Com um exército de colonos, mulatos e es-escravos exportou a Revolução para as ilhas vizinhas, incluindo Dominica, Ilha de São Martinho, Granada, São Vicente e Santa Lúcia.

Guiana Francesa[editar | editar código-fonte]

Em 1799, Hugues foi enviado à Guiana Francesa como administrador pelo Consulado Francês. Permaneceu administrador durante os primeiros anos do Primeiro Império Francês, até a Invasão da Guiana Francesa pelos portugueses, em represália a invasão de Portugal.

Na França foi acusado de traição e conspiração com o inimigo. Perdoado em 1814, retornou à Guiana quando ela foi devolvida a França, em 1817, tendo servido como governador, depois ali permanecendo como simples cidadão.

Representações na cultura[editar | editar código-fonte]

Hughes aparece como personagem no livro O século das luzes, uma novela histórica de Alejo Carpentier, onde três órfãos de Havana encontram Hughes e são envolvidos no turbilhão revolucionário que afetou o Caribe no final do século XVIII.[3]

Referências