Vila Nova de Famalicão – Wikipédia, a enciclopédia livre

Vila Nova de Famalicão

Parque de Sinçães em Vila Nova de Famalicão

Brasão de Vila Nova de Famalicão Bandeira de Vila Nova de Famalicão

Localização de Vila Nova de Famalicão
Mapa
Mapa de Vila Nova de Famalicão
Gentílico Famalicense
Área 201,59 km²
População 133 590 hab. (2021)
Densidade populacional 662,7  hab./km²
N.º de freguesias 34
Presidente da
câmara municipal
Mário Passos (PPD/PSD.CDS-PP, 2021-2025)
Fundação do município
(ou foral)
1835
Região (NUTS II) Norte
Sub-região (NUTS III) Ave
Distrito Distrito de Braga
Província Minho
Orago Santo Adrião (Padroeiro da Paróquia de Vila Nova de Famalicão)

Santo António (Padroeiro do Concelho de Vila Nova de Famalicão)

Feriado municipal 13 de junho (feriado de santo António)
Código postal 4760
Sítio oficial https://www.famalicao.pt/
Município de Portugal

Vila Nova de Famalicão ou Famalicão é uma cidade portuguesa localizada na sub-região do Ave, pertencendo à região do Norte e ao distrito de Braga. Conta atualmente com uma população de 36 699 habitantes (2021).[1]

É sede do município de Vila Nova de Famalicão que tem uma área total de 201,59 km2[2], 133 534 habitantes[3] em 2021 e uma densidade populacional de 663 habitantes por km2, subdividido em 34 freguesias[4]. O município é limitado a norte pelo município de Braga, a leste por Guimarães, a sul por Santo Tirso e Trofa, a oeste por Vila do Conde e Póvoa de Varzim e a noroeste por Barcelos.

O ponto mais alto do município encontra-se no Penedo das Letras, a 468 m de altitude.

Freguesias[editar | editar código-fonte]

Freguesias do Município de Vila Nova de Famalicão.

O município é subdividido em 34 freguesias:

Demografia[editar | editar código-fonte]

População[editar | editar código-fonte]

Dado aos dados dos Censos 2021, o município de Vila Nova de Famalicão registou 133 574 habitantes, menos 258 habitantes comparado com os Censos de 2011, aonde foram registados 133 832 habitantes. Doze das 34 freguesias registaram um crescimento populacional, enquanto a média foi de –0,2%.

Freguesia Habitantes (2021) Habitantes (2011) Variação
Antas e Abade de Vermoim 8 195 7 362 +11,3%
Arnoso (Santa Maria e Santa Eulália) e Sezures 3 528 3 543 –0,4%
Avidos e Lagoa 2 537 2 653 –4,4%
Bairro 3 197 3 598 –11,1%
Brufe 2 295 2 231 +2,9%
Carreira e Bente 2 353 2 576 –8,7%
Castelões 2 083 2 021 +3,1%
Cruz 1 654 1 738 –4,8%
Delães 3 981 3 917 +1,6%
Esmeriz e Cabeçudos 3 616 3 684 –1,8%
Fradelos 3 895 3 914 –0,5%
Gavião (Vila Nova de Famalicão) 3 890 3 747 +3,8%
Gondifelos, Cavalões e Outiz 5 131 4 890 +4,9%
Joane 7 946 8 089 –1,8%
Landim 2 838 2 834 +0,1%
Lemenhe, Mouquim e Jesufrei 3 142 3 217 –2,3%
Louro 2 213 2 250 –1,6%
Lousado 3 884 4 057 –4,3%
Mogege 1 876 1 943 –3,4%
Nine 3 019 2 974 +1,5%
Oliveira (Santa Maria) 3 279 3 240 –4,1%
Oliveira (São Mateus) 2 418 2 714 –10,9%
Pedome 1 998 2 120 –5,8%
Pousada de Saramagos 2 179 2 234 –2,5%
Requião 3 197 3 376 –5,3%
Riba de Ave 3 195 3 425 –6,7%
Ribeirão 9 062 8 828 +2,7%
Ruivães e Novais 2 810 3 012 –6,7%
Seide 1 514 1 542 –1,8%
Vale (São Cosme), Telhado e Portela 5 242 5 401 –2,9%
Vale (São Martinho) 2 038 2 081 –2,1%
Vermoim 2 949 2 930 +0,6%
Vila Nova de Famalicão e Calendário 20 935 20 145 +3,9%
Vilarinho das Cambas 1 485 1 366 +8,7%
Vila Nova de Famalicão 133 574 133 832 –0,2%

Evolução da População do Município[editar | editar código-fonte]

Dados dos censos do INE

Número de habitantes [5]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011 2021
27 700 29 483 31 689 33 978 37 753 39 652 43 561 56 158 66 266 79 250 89 722 106 508 114 338 127 567 133 832 133 534

(Número de habitantes que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)

Número de habitantes por Grupo Etário [6]
1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011 2021
0–14 Anos 12 257 13 745 14 046 15 741 21 432 24 393 30 582 33 290 33 530 26 647 23 971 21 617 17 109
15–24 Anos 5 988 6 786 7 400 8 419 9 706 12 787 13 555 16 625 22 014 22 700 19 860 16 012 15 041
25–64 Anos 13 854 15 050 15 862 17 654 21 700 25 615 30 902 32 880 43 531 55 781 70 201 77 759 75 099
≥ 65 Anos 1 851 2 078 2 015 2 271 2 667 3 373 4 211 5 580 7 433 9 210 13 535 18 444 26 285

(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população presente no concelho à data em que eles se realizaram Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)

História[editar | editar código-fonte]

Os vestígios históricos sobre a origem do povoamento desta terra, leva-nos a Idade do Ferro, mais propriamente a vestígios arqueológicos de castros pelo município.

Pedra Formosa do Castro de Eiras em V. N. Famalicão.

O Castro do Monte das Ermidas, talvez fundado no século IV a.C., o Castro de São Miguel-o-Anjo ou ainda o Castro de Eiras, são alguns dos vestígios arqueológicos de remotos povoamentos que o município dispõe. A Pedra Formosa do Castro de Eiras que pertencia a um complexo de banhos, foi encontrada em 1880, e segundo os arqueólogos data do primeiro milénio antes de Cristo.

No entanto, as origens de Vila Nova remontam mais propriamente ao reinado de D. Sancho I, segundo rei de Portugal, que detinha na zona um reguengo, este elaborou uma carta foral no ano de 1205, a fim de criar raízes populacionais nessa zona .

A Carta do Foral de 1205[editar | editar código-fonte]

D. Sancho I ficou para sempre lembrado como o povoador, rei que apadrinhou a criação de povoamentos por todo o país, com vista a tornar Portugal num reino forte e disperso, povoando assim áreas remotas do reino.

No dia 1 de julho de 1205, o rei D. Sancho I de Portugal que tinha um reguengo em Vila Nova fez uma carta foral para 40 povoadores dessa terra, dando autorização para estes tratarem do seu reguengo. Todo o lucro que os 40 povoadores obtivessem naquele reguengo seriam perpetuamente deles, por direito hereditário, e poderiam vender como seu foro a quem quisessem. Assim, a história da vila iniciou-se a partir desse momento. Nessa mesma carta foral, o rei manda a povoação que faça uma feira quinzenal, tradição essa que ainda hoje em dia é seguida semanalmente.

O Concelho[editar | editar código-fonte]

A Vila de Famalicão, como cabeça do Julgado de Vermoim, começou a valorizar-se com o correr dos anos, e tanto assim que em 1706 contava 100 habitantes naturais da terra. Mostrando os seus anseios de melhor progresso, em 1734 e 1735 insistiu com Barcelos, pedindo regalias, como a significar o cuidado de novas intenções progressivas. Continuando a ferver em si o interesse pelo desenvolvimento local. Em 1825, pediu decididamente à Vila de Barcelos a criação de um concelho próprio, o que não veio a conseguir obter.

Finalmente, dez anos depois e com a criação da nova Divisão Judicial do Reino de Portugal, em 21 de março de 1835, entre o geral do País, ficou formado o Concelho (atual Município) de Vila Nova de Famalicão por carta foral da rainha D. Maria II.

A Cidade[editar | editar código-fonte]

Na segunda metade do século XX, a vila tinha atingido um patamar de desenvolvimento, com equipamentos e infraestruturas modernas, progresso que poderia levá-la à elevação a cidade. O que aconteceu, pela Lei de 14 de Agosto de 1985, aprovada pela Assembleia da República em 9 de Julho de 1985, que aprovou a ascensão de Vila Nova de Famalicão à categoria de cidade.

Estação de comboios de Famalicão
Indústria histórica "Reguladora"

Geografia[editar | editar código-fonte]

Vila Nova de Famalicão encontra-se na província do Minho, no distrito e arquidiocese de Braga, é sede de município e de comarca, encontra-se em terreno plano a 88 metros de altitude.

A cidade encontra-se num importante nó rodoviário que a liga ao Porto, a Braga, a Barcelos, a Guimarães, à Póvoa de Varzim e a Santo Tirso. Tanto a nível rodoviário como a nível ferroviário Vila Nova de Famalicão é uma povoação com uma excelente situação geográfica, o que a tornando-se um ponto de passagem obrigatória.

A cidade fica a 30 minutos do aeroporto internacional Francisco Sá Carneiro e do Porto de Mar de Leixões, cruzada por autoestradas, estradas nacionais e caminhos de ferro que unem os principais centros urbanos do Norte do País e da Europa.

A região de Vila Nova de Famalicão possui um clima mediterrânico Csb.

Cultura[editar | editar código-fonte]

A Rede de Museus de Vila Nova de Famalicão é composta por:

A Casa de Camilo Castelo Branco, designação habitual da residência do escritor Camilo Castelo Branco, situa-se na freguesia de São Miguel de Ceide, município de Vila Nova de Famalicão, distrito de Braga.

A casa foi mandada construir pelo primeiro marido de Ana Plácido, Pinheiro Alves, por volta de 1830, quando regressou do Brasil, na posse de avultada fortuna. Camilo viveu com Ana Plácido nesta casa cerca de 26 anos, do inverno de 1863 até ao suicídio em 1890.

A casa sofreu um incêndio em 17 de março de 1915, foi reconstruída e transformada em museu camiliano, em 1922. No final da década de 40, do século passado, a casa foi objecto de profundo restauro, ficando, desde então, muito semelhante à que fora habitada pelo romancista.

Em 1 de junho de 2005, por ocasião dos 115 anos do falecimento do escritor, foi inaugurado, em terrenos fronteiros à Casa de Camilo um edifício da autoria do arquitecto Álvaro Siza Vieira, que compreende um auditório, salas de leitura e de exposições temporárias, cafetaria, gabinetes de trabalho e reservas.

Está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1978.

Casa de Camilo

Património[editar | editar código-fonte]

Personalidades ilustres[editar | editar código-fonte]

Parque da Devesa[editar | editar código-fonte]

O Parque da Devesa foi inaugurado no dia 28 de Setembro de 2012 pelo presidente da Câmara Armindo Costa, Vice-presidente Paulo Cunha e restante Vereação, pelo Presidente da Assembleia Municipal Nuno Melo e pelo Arcebispo Primaz de Braga D. Jorge Ortiga.

É uma obra recente, mas as primeiras iniciativas para a sua construção remontam a 1988 com o Plano de Pormenor da Zona Adjacente ao Edifício das Lameiras. Até 2011 vários planos/projectos foram aprovados, e nesse mesmo ano, dá-se início à sua construção.

Ocupa uma área cerca de 27 hectares e estende-se desde a Avenida General Humberto Delgado e Avenida do Brasil até ao nó da A3 e Santiago de Antas. Possui uma extensa rede de caminhos pedonais, nos quais as famílias podem desfrutar de passeios ou andar de bicicleta; assim como grandes extensões de zonas verdes que permitem a realização de atividades ao ar livre, como aulas de grupo de ginásio, de dança, de karaté, entre outras.

As construções rurais anteriormente existentes no local foram reabilitadas e transformadas em equipamentos culturais e de serviços tais como a Casa do Território, Núcleo de Arqueologia, Cafetaria, Serviços de Apoio e Serviços Educativos. A unidade de Educação Ambiental implementada nos Serviços Educativos irá recuperar o Rio Pelhe, sendo um dos mais poluídos do município. É possível acompanhar a evolução do rio, bem como outras notícias no facebook do parque[1] ou na página oficial[2].

Política[editar | editar código-fonte]

Eleições autárquicas [7][editar | editar código-fonte]

Data % V % V % V % V % V % V % V % V % V % V % V % V % V % V % V Participação
PPD/PSD PS CDS-PP FEPU/APU/CDU GDUP AD PPM PCTP/MRPP PRD UDP/BE PSD-CDS IND CH IL PAN
1976 28,98 3 27,29 3 25,64 2 11,36 1 2,84 -
78,21 / 100,00
1979 AD 36,98 3 AD 10,61 1 50,18 5 AD 0,00 -
82,71 / 100,00
1982 40,95 4 41,73 4 9,25 1 4,89 -
78,61 / 100,00
1985 32,70 3 51,73 6 6,36 - 4,35 - 2,95 -
76,30 / 100,00
1989 26,16 3 59,35 6 7,80 - 4,43 -
72,38 / 100,00
1993 27,79 3 58,44 6 6,37 - 5,01 -
72,36 / 100,00
1997 43,54 5 49,12 6 4,18 - 0,84 -
72,06 / 100,00
2001 CDS-PP 18,37 2 PPD/PSD 3,46 - 0,63 - 46,82 6 28,45 3
73,99 / 100,00
2005 35,78 4 3,93 - 2,44 - 54,95 7
72,30 / 100,00
2009 30,08 4 5,87 - 5,68 - 55,94 7
69,81 / 100,00
2013 31,78 4 3,70 - 1,62 - 58,55 7
64,65 / 100,00
2017 23,54 3 2,90 - 2,48 - 67,67 8
63,86 / 100,00
2021 32,16 4 2,42 - 1,87 - 52,88 7 2,82 - 2,32 - 1,60 -
63,52 / 100,00

Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]

Data %
PS PSD CDS PCP UDP AD APU/CDU FRS PRD PSN BE PAN PSD
CDS
L IL CH
1976 35,44 30,14 22,96 4,30 0,94
1979 34,23 AD AD APU 1,16 49,01 10,17
1980 FRS 0,70 52,29 8,08 33,15
1983 45,59 24,41 16,57 0,36 8,53
1985 24,34 30,60 12,37 0,71 7,52 20,22
1987 30,10 52,00 5,28 CDU 0,44 5,10 3,33
1991 36,07 50,94 4,89 4,00 0,34 0,69
1995 46,74 36,50 9,42 0,45 4,25 0,26
1999 46,74 35,54 8,37 5,23 0,22 1,04
2002 39,63 43,03 9,15 4,06 1,57
2005 48,20 31,98 7,15 4,17 4,49
2009 44,82 29,60 9,54 3,93 7,65
2011 35,87 39,07 9,91 4,17 4,11 0,53
2015 32,09 CDS PSD 4,65 9,16 0,80 44,99 0,40
2019 36,72 35,10 4,24 3,28 8,56 2,60 0,60 0,76 0,56
2022[8] 43,62 34,76 1,64 2,10 3,50 1,26 0,68 4,19 5,35
2024[9] 29,84 AD AD 33,79 1,50 3,63 1,46 1,99 5,53 16,38

Presidentes da Câmara[editar | editar código-fonte]

Câmara Municipal

Presidentes da Câmara de Vila Nova de Famalicão desde o 25 de Abril:

  • Pinheiro Braga - MDP/CDE 1974-1976
  • José Carlos Marinho - PPD/PSD 1976-1979
  • Antero Martins - AD 1980-1982
  • Agostinho Fernandes - PS 1983-2001
  • Armindo Costa - Coligação PSD, CDS-PP 2002-2013
  • Paulo Cunha - Coligação PSD, CDS-PP 2013-2021
  • Mário Passos - Coligação PSD, CDS-PP 2021-presente

Geminações[editar | editar código-fonte]

A cidade de Vila Nova de Famalicão está geminada com:

  • Saint-Fargeau-Ponthierry - França (desde 13 de Junho de 1989)
  • Givors - França (desde 1 de Janeiro de 1992)
  • Caruaru - Brasil (desde 13 de Setembro de 1999)
  • São Vicente - Cabo Verde (desde 1 de Janeiro de 2000)
  • Lobata - São Tomé e Príncipe (desde 27 de Julho de 2012)
  • Mocuba - Moçambique (desde 27 de Julho de 2012)
  • Arteixo - Espanha (desde Abril de 2016)

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Usando os limites da cidade dos Censos de 2011 e os dados sobre os lugares estatísticos dos Censos 2021, tem-se que a cidade de Famalicão inclui os lugares de Vila Nova de Famalicão e Meães.
  2. Instituto Geográfico Português, Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013 Arquivado em 9 de dezembro de 2013, no Wayback Machine. (ficheiro Excel zipado)
  3. «Conheça o seu Município». www.pordata.pt. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  4. Diário da República, Reorganização administrativa do território das freguesias, Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, Anexo I.
  5. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  6. INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
  7. «Concelho de Espinho : Autárquicas Resultados 2021 : Dossier : Grupo Marktest - Grupo Marktest - Estudos de Mercado, Audiências, Marketing Research, Media». www.marktest.com. Consultado em 30 de dezembro de 2021 
  8. «Eleições Legislativas 2022 - Vila Nova de Famalicão». legislativas2022.mai.gov.pt. Consultado em 29 de novembro de 2023 
  9. «Eleições Legislativas 2024 - Vila Nova de Famalicão». legislativas2024.mai.gov.pt. Consultado em 17 de março de 2024 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Vila Nova de Famalicão

Ligações externas[editar | editar código-fonte]