Voo Avianca 4 – Wikipédia, a enciclopédia livre

Voo Avianca 4
Acidente aéreo
Voo Avianca 4
Douglas C-54 Skymaster da Avianca, prefixo HK-728, similar ao avião destruído. A Avianca operou 26 aeronaves desse tipo entre 1946 e 1975.
Sumário
Data 14 de janeiro de 1966 (58 anos)
Causa Falha mecânica agravada por possível erro do piloto.
Local Colômbia Baía de Cartagena
Origem Aeroporto Crespo, Cartagena
Destino Aeroporto Internacional El Dorado, Bogotá
Passageiros 60
Tripulantes 4
Mortos 56
Feridos 8
Sobreviventes 8
Aeronave
Modelo Estados Unidos Douglas C-54 Skymaster
Operador Colômbia Avianca
Prefixo HK-730
Primeiro voo 1944

O voo Avianca 4 foi uma linha aérea realizada da empresa Aerovías Nacionales de Colombia (Avianca) que cobria a rota entre as cidades de Cartagena e Bogotá. No dia 14 de janeiro de 1966, ocorreria um acidente com uma aeronave cobrindo essa rota, deixando um saldo de 56 mortos e 8 feridos.[1]

Aeronave[editar | editar código-fonte]

Desenvolvido para atender um pedido da United Airlines, que solicitava uma aeronave maior e de maior alcance que os DC-3, o Douglas DC-4 faria seu primeiro voo de testes em 1939. Para ter sua capacidade de transporte ampliada, foi desenvolvido um trem de pouso do tipo triciclo, sendo o DC-4 a primeira aeronave do mundo a utilizá-lo. Com o advento da Segunda Guerra Mundial ,todas as aeronaves de transporte seriam requisitadas pelo exército americano, de forma que a produção do DC-4 seria encerrada após a construção de 79 unidades. Uma versão militar da aeronave seria construída sob o nome de C-54 Skymaster. Entre 1942 e 1947 seriam produzidos 1170 Douglas C-54 Skymaster. Após o conflito, seriam vendidas como material excedente de guerra para diversas companhias aéreas do mundo, dentre as quais a Avianca. A Avianca estava em franca expansão de suas rotas para Quito, Lima, Panamá, Miami, New York e para a Europa[2] e adquiriu 26 aeronaves DC-4/ C-54 entre 1946 e 1948[3]. A aeronave acidentada foi construída em 1944 e tinha o número de construção 18325. Ao ser adquirida pela Avianca em 1948 recebeu o prefixo HK-730.[4]

Acidente[editar | editar código-fonte]

O Douglas C-54 Skymaster prefixo HK-730 pousaria no Aeroporto Crespo, Cartagena, às 19h57 min, completando mais um voo da rota entre essa cidade e a capital, Bogotá. Após o pouso, a aeronave seria revisada e preparada para decolar novamente, agora para Bogotá, cumprindo o voo 4 da Avianca.[4]

Às 20h50 min, foi dada autorização para a decolagem. Após percorrer os 1600 metros da pista 36, o Douglas HK-730 decolaria sem problema. Após subir para cerca de 70 pés, o Douglas iniciou mergulho acentuado rumo ao Oceano Pacífico, cerca de 1300 metros do final da pista. O choque da aeronave com as águas da Baía de Cartagena foi violento, fazendo partir a fuselagem em duas partes que afundariam rapidamente. Os esforços de resgate seriam iniciados pouco tempo depois, por pescadores da região, porém o mar estava muito agitado, dificultando o resgate. Mesmo assim, 8 sobreviventes seriam resgatados.[1]

Consequências[editar | editar código-fonte]

Após vários meses de investigação, seriam constatados problemas na manutenção da Avianca que era incapaz de efetuar as inspeções periódicas e a manutenção de rotina nos prazos. Ao decolar, o Douglas HK-730 sofreria uma pane no trem de pouso esquerdo e no motor nº 2. Essa pane seria agravada por procedimentos efetuados de forma incorreta pela tripulação. Durante a autópsia do piloto seria constatado que ele sofrera um desmaio durante a pilotagem, agravando as condições do voo, que acabariam por derrubar a aeronave.[5] O acidente do Voo 4 se somaria a outros 6 ocorridos num intervalo de 2 anos (entre março de 1965 e abril de 1967), onde morreriam ao todo 192 pessoas[6]:

  • 22 de março de 1965. Queda de um C-47 prefixo HK-109 após manter voo VFR em condições meteorológicas desfavoráveis. A aeronave, que fazia o voo Avianca 676 entre Bogotá e Bucaramanga bateria na encosta do Pico Pan de Azucar, matando todos os seus 29 ocupantes;
  • 17 de outubro de 1965. Colisão aérea entre o C-47, prefixo HK-188 que realizava o Voo Avianca 504 e o Piper PA-18A Super Cub 150 HK-922P do Aeroclub de Bogotá, sobre os céus de Bucaramanga. O acidente deixaria um saldo de 18 mortos;
  • 8 de novembro de 1965. Colisão de um C-47 com o Pico Cerro del Diablo (2 800m). A aeronave prefixo HK-1202 era operada pelo Taxi Aéreo Opita - TAO e fazia voo entre Neiva e San Vicente del Caguán. O choque com a montanha mataria 26 pessoas e deixaria 10 feridas;
  • 18 de dezembro de 1966. Durante aproximação final para o pouso em Bogotá, um Lockheed L-1649 Starliner registro N7301C, arrendado pela Aerocondor, cairia a poucos metros do Aeroporto de Bogotá. A aeronave que fazia o voo internacional Miami - Bogotá, estava transportando 59 pessoas, entre passageiros e tripulantes. O acidente causaria a morte de 17 pessoas;
  • 24 de dezembro de 1966. Queda de um C-47 com 29 pessoas a bordo. Fazendo o voo Avianca 59 entre Bogotá e Pasto com escala em Cali, a aeronave caiu numa região próxima ao rio Cascabel sem deixar sobreviventes;
  • 27 de abril de 1967. Queda do C-47 prefixo HK 326, durante voo entre Sogamoso e San Luis de Palenque. A aeronave caiu após decolar, matando 17 dos seus 18 ocupantes.

Esses acidentes deixariam a Avianca e o setor aéreo em situação delicada perante a opinião pública e as autoridades, obrigando a empresa a investir em melhorias na manutenção, treinamento de suas tripulações e na aquisição de novas aeronaves, que substituiriam os velhos Douglas DC-3 e DC-4 no transporte de passageiros e (após 1975) no transporte de cargas. O estado colombiano por sua vez, teve de investir na melhoria da infraestrutura aeroportuária e no melhor monitoramento do espaço aéreo.

Referências

  1. a b El Tiempo (16 de janeiro de 1966). «55 muertos en el accidente». Ano 55, Edição Nº 18874 páginas 1, 9, 10 e 11. Consultado em 12 de agosto de 2012 
  2. «Nace una historia con alas». Avianca. Consultado em 12 de agosto de 2012. Arquivado do original em 29 de janeiro de 2013 
  3. «Avianca». Aviação Comercial. Consultado em 12 de agosto de 2012 
  4. a b «Accident description». Aviation Safety Network. Consultado em 12 de agosto de 2012 
  5. El Tiempo (18 de janeiro de 1966). «Habia sufrido síncope el piloto del HK-730». Ano 55, Número 18876, páginas 1 e 27. Consultado em 13 de agosto de 2012 
  6. «Aviation Safety Database (Acidentes aéreos na Colômbia entre 1957 e 1977». Aviation Safety Network. Consultado em 13 de agosto de 2012 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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