Xadrez na Europa – Wikipédia, a enciclopédia livre

O xadrez foi introduzido na Europa por volta do século X por duas vias distintas pelos árabes na Península Ibérica e pelos sarracenos na península Itálica. A partir de então, se espalhou por todo o continente Europeu até atingir os países nórdicos e a Rússia, que recebeu o jogo por outra via distinta. Os poucos vestígios arqueológicos encontrados em Espanha e Itália, indicam que o jogo foi introduzido não antes do século X, embora a datação de alguns artefatos suscite dúvidas a respeito de uma data mais exata. Entretanto, são abundantes os vestígios escandinavos a partir do século XIII o que comprova a difusão do jogo por todo o continente em três séculos. As principais fontes literárias em Espanha, França e Itália indicam a data provavelmente no século XI e uma vasta literatura posterior em poemas e contos mostram o jogo difundido na cultura popular tanto entre a corte real e o clero quanto com a plebe.

No solo europeu, foram introduzidas as principais modificações no jogo que foram a introdução da Dama e do Bispo por volta do século XV. Com um jogo mais dinâmico, os europeus deram início a análise de aberturas produzindo uma literatura completamente nova do jogo e os primeiros grandes jogadores que, patrocinados pela nobreza, viajam pelo continente divulgando o novo conhecimento a respeito do jogo. Por volta do século XVII, com as novas regras já difundidas por todo o continente até à Rússia, surgem as primeiras cafeterias que dão nova vida ao xadrez com o surgimento dos primeiros confrontos internacionais na França e posteriormente na Inglaterra.

Em 1851 foi disputado o primeiro torneio internacional em Londres, seguidos por eventos em Berlim, Viena, Paris.

Panorama histórico[editar | editar código-fonte]

Mapa da Europa por volta do Século X.

Por volta de 711, a Península Ibérica foi invadida pelos muçulmanos, sob comando de Tárique, que cruzaram o mar Mediterrâneo pelo estreito de Gibraltar e entraram na Península vencendo Rodrigo, o último rei visigodo da Hispânia. Nos séculos seguintes, os muçulmanos foram alargando as suas conquistas, assenhoreando-se do território designado como Al-Andalus.[1] A expansão islâmica e a conquista da Sicília, Malta e pequenas partes do sul da Itália foi um processo que começou no século IX,[2] que teve uma curta duração até serem expulsos pelos Normandos em 1091.[3] Apesar de efêmera e limitada à presença de acampamentos semipermanentes de soldados, a conquista da Sicília e subsequente reconquista cristã foi o maior evento da história do islamismo no sul da Itália.[4] A conquista dos Normandos estabeleceu o Catolicismo Romano firmemente na região onde o cristianismo oriental tinha sido proeminente durante o Império Bizantino e continuou com os nativos durante o domínio dos governantes muçulmanos.[5][6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. A History of Islamic Spain Por W. Montgomery Watt,Pierre Cachia
  2. Krueger, Hilmar C.; Musca, Giosue (1966). «Review of L'emirato di Bari, 847-871 by Giosuè Musca». Medieval Academy of America. Speculum. 41 (1). 761 páginas. doi:10.2307/2852342 
  3. Krueger, Hilmar C. (1969). «Conflict in the Mediterranean before the First Crusade: B. The Italian Cities and the Arabs before 1095». In: Baldwin, M. W. A History of the Crusades, vol. I: The First Hundred Years. Madison: University of Wisconsin Press. pp. 40–53 
  4. Jellinek, George (1994). History Through the Opera Glass: From the Rise of Caesar to the Fall of Napoleon. [S.l.]: Kahn & Averill. ISBN 0912483903 
  5. Kenneth M. Setton, "The Byzantine Background to the Italian Renaissance" in Proceedings of the American Philosophical Society, 100:1 (Feb. 24, 1956), pp. 1–76.
  6. Daftary, Farhad. The Ismāʻı̄lı̄s: Their History and Doctrines. [S.l.]: Cambridge University Press 
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